Num certo período da minha vida fui muitas vezes ao Porto. Fui sempre bem tratado, com afabilidade e muita simpatia. Podia ser uma cidade com um clube universal se não estivessem , como diz o Vítor Baía, enfeudados à arenga regional-psicótica do narcisista e querido líder. Adiante que hoje tenho coisas para fazer. Amanhã joga-se a época. Na de 1953/54 também gastámos imenso ( 2182 contos) e não ganhámos nada. Quase nada: inaugurámos o Estádio de Carnide, mais tarde baptizado de Estádio da Luz. A festa foi com o Fóculporto e perdemos 1-3. Curioso: a actual verdade oficiosa dos coreanos da Cedofeita manda que éramos os beneficiados do regime, não manda? Pois, mas eles foram à nossa festa. Estragá-la, mas foram.
De Cedofeita. De. Essa preposição entranha-se no texto e, qual trave, poste ou gesto inspirado do adversário, impede-o de marcar o golo bonito, tão cuidadosamente trabalhado.
Estranharia que fosse de outro modo. E, muito sinceramente como adepto (que nunca viveu no Porto), nao espero aspiracoes de "universalidade" -é como desencorajar um triangulo a libertar-se dos constrangimentos dos seus tres lados - se acontecesse era assim um qualquer coisa que pode meter dó, nao rasgar novas geometrias. Por outro lado, eu nao desdenharia tanto regionalismos - especialmente esse sobre que ironiza, que mais nao é que um bater o pé muito parcial a jacobinismos tingidos de bonapartismos e de ressabiados aristocratas falidos a querer viver a conta de "droit de seigneur". Sobre festas estragadas a certificada malta apalada no regime, aplica-se a maxima extraída de uma cancao de Leonard Cohen - "There´s a crack in everything. That´s how the light gets in". Bom fds de terras frias com cores cinzentas e, hoje, com céu especialmente baixo (esperemos que nao trame amanha o sinal da parabolica..)
Bolto cá porque esta da circunbalaçom ficou-me a bailar com o DA de Cedofeita. Agora o que está a dar num é a circumbalaçom, mas a "bia de cintura interna", a que passa mesmo ao lado do Dragon!
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