O meu post anterior era menos sobre a bola do que sobre coisas mais sérias mas os comentários mostram que os calores clubísticos falam muito forte e até acordam pessoas em hibernação. Convém precisar a minha ideia.
Quanto à bola, declaração de interesses: não sou do Boavista e não conheço os Srs. Loureiro.
Quanto às coisas sérias, primeiro ponto: foram oferecidos todos os meios à investigação, foi colocada uma suposta super-magistrada à frente da investigação, foi até ordenado de antemão (pasme-se!) que o MP recorresse de todas as decisões que lhe fossem desfavoráveis. Resultado, os arguidos foram absolvidos e na decisão é claramente dito que a acusação se baseia em suposições.
Aqui chegados, uma de duas: ou os arguidos são culpados e o MP, com todos os meios à sua disposição, não consegue sustentar uma acusação, o que é grave, ou então o MP diverte-se durante anos a acusar inocentes, o que é gravíssimo. Qualquer das duas conclusões (e mais nenhuma é possível) é lamentável (para dizer o mínimo). Não há consequências?
Ricardo Costa espatifou o Boavista, destruiu-o, deu cabo dele, arrebentou com aquilo tudo, apenas e só com base no que uma Juiz a sério veio dizer que eram meras “suposições”. Não há consequências?
É este o país em que vivemos? Em que queremos viver? E quando formos nós os perseguidos?
Pegue neste post e aplique-o às considerações que fez sobre Sócrates e o Freeport. Pelos vistos nessa altura náo lhe repugnava viver neste país e ter esta justiça .
A divulgação e publicação das escutas, neste como em muitos outros casos recentes, foi ética e juridicamente inaceitavel e muitas vezes ela própria criminosa. Dito isto, a fruta-e-meias-de-leite , o Pinto da Costa em modo GPS, as visitas ao domicílio de arbitros e dirigentes, os contactos e trocas de favores. Sim, tudo isso foram apenas suposições. Claro que sim. É a Alice do outro lado do espelho... Cada um tem a verdade que merece.
As ambiguidades ou as considerações mega-morais ou mega-juridicas sobre PdC valem o que valem, são como o suposto 'catolicismo' da Idade média, arregimenta todo um caledoscópio de tolos, sejam eles alucinados cruzados a prosaicos monges ascetas de faustos conventos ou cardeais pais de muitos filhos. Agora, os meios - a Super-Procuradora e seus Bagulhos 'muchachos' subitamente alfabetizados por panegírico de ressabiada meretriz - o bombardeamento editorial - desde os titulos panfletários das trombetas da 2a. circular até ao abastardamento de editoras tidas como respeitáveis ao públicar a versão 'revisionada' pela medíocre Pinhão- e a ginástica jurídica - incluíndo as erudições do palhaço avassalado do Vieira no CD - foram únicos e formidáveis. Parecia que viviamos na América C.S.I., com tanta diligência e gente diligente, tanta nota e conferência de imprensa, tanta sentença 'douta' de "talking heads". Quando se acena a analogias com 'freeports', TVI/PT/TAGUSPARK, ignora-se olimpícamente a distinção de meios, assim como a funcionalidade dos mesmos - num temperava-se o pivete e abria-se a fossa a céu aberta onde todo o cromo improvável se autorizava a evacuar; no outro tinha-se a função de activar o "super-spray" de Alfazema cada vez que a "vitima" dava um 'traque'. Perante tantos meios e tanta encenação, que incluia até os jovens do Quénia, insuspeitos e multiplos juízes em distintas comarcas, um e depois outro e mais outro , e por aí fora, conclui que o trabalho da "super-equipa" é ao nível tribunos de roça numa remota fazenda das entranhas do Brasil no tempo em que não havia estrada - mal amanhado, incompetente e pleno de "desideratum" para 'enquadrar' sumária pretensão. Como diria o outro, é a dita justiça dos 'filhos da fruta'. Se como sociedade e civilidade esta é missão, então que não gastem dinheiro em 'saneamento básico'. E "Good Night and good luck".
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