Estive ontem a ouvir o António Lobo Xavier, na Quadratura, sobre a hipotética alteração dos tais artigos do código civil. ALX tem toda a razão quando diz que o divórcio causa danos sociais irreparáveis. É assunto para ser mastigado com mais tempo, mas é evidente que uma estrutura cooperativa seleccionada ao longo de milhares de anos não desaparece sem consequências. ALX também tem razão quando assinala que a mulher ainda fica, geralmente, mais fragilizada do que o homem. A agenda pós-feminista não se tem cansado de sublinhar esse efeito contrário ( usando linguagem de bilhar livre) da libertação sexual e social da mulher. Mas há outro lado. É muito interessante verificar como, de repente, as obrigações constantes no contrato de casamento são valorizadas. Há cinquenta anos, se uma mulher se quisesse divorciar porque o marido lhe batia e andava com outras suscitaria a risota geral. Agora os deveres são muito importantes? Agora, caro ALX, é tarde, Inês é morta.
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