Muito pior do que envelhecer mal ( uma necessidade), ou do que recusar o mundo novo ( uma banalidade), é ceder à tentação de escrever os outros. Nem todos podem ter a lucidez de Marco Pórcio (Catão), mas alguns podem tentar. Uma estranheza abrangente - como o sal na pele depois de um banho de mar - desloca-nos com o mundo e não compreendemos. Por exemplo, por que motivo deixamos tão docemente que nos comandem a vida - hoje temos de pedir licença para matar um porco - enquanto defendemos ferozmente a posse do comando da televisão? Ou como ver um antigo escravo sentar-se na nossa cadeira e pensar que isso faz alguma diferença? A justa medida da resignação derrama coisa pouca, é certo, mas suficiente: por muito que o tenhamos sonhado, este mundo nunca foi nosso.
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