HÁ UM TEMPO PARA BRINCAR...: Este folhetim original do denominado percurso académico do Primeiro-Ministro presta-se às maiores larachas e brincadeiras. Mas existem algumas coisas que devem ser levadas a sério e não percebo por que razão as pessoas sérias não as vêem assim.
Primeiro ponto: noticia a TSF, indicando como fonte a LUSA, que a Inspecção-Geral do Ensino Superior foi solicitar à UnI os registos relacionados com José Sócrates. Porquê?
Que estranha razão explica ou justifica que, no âmbito de uma investigação à UnI que se supunha generalizada, os Inspectores solicitem apenas o dossier de pautas de Engenharia de 1993/94 a 95/96, o dossier de informações estatísticas dos alunos de 95/96 e 96/97, os documentos originais do processo do aluno nº 95389 (José Sócrates) e os livros de termos de Engenharia Civil de 1993 a 1996?
A Inspecção-Geral do Ensino Superior não anda, que se saiba, a investigar a questão concreta de José Sócrates nem tem motivo para o fazer relativamente a um aluno individualizado, este ou outro qualquer. Quem a mandou, portanto, pormenorizar e especificar este aluno? Porquê? Para quê? Com que direito? Ao abrigo de que disposição? Com que intuito? - Isto já não é laracha, é grave.
Extremamente grave. É grave para a democracia, para a liberdade, para o país e para os portugueses e, muito particularmente, para o Primeiro-Ministro em especial pois é ele o primeiro suspeito de ter promovido a solicitação. Sim, porque não se acredita que tenha sido uma especial e original diligência dos Inspectores que, neste particular momento e depois das declarações da UnI, deu origem a este singular pedido. Ou que ele seja fruto de um lapso dos Inspectores...
Fica-se com a ideia de que alguém ligado ao Governo, alguém com especial poder, alguém supostamente interessado pretendia ficar com esses documentos. Isto já é motivo para o Senhor Procurador-Geral deixar de assobiar para o lado (já que o sucedido na AR não foi suficiente) pois pode estar em causa a utilização abusiva do poder conferido pelo voto democrático dos portugueses e isto já não é brincadeira nenhuma. (cont.)
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