NEWS: O jornal Público de hoje (24 de Novembro) está um maná para o leitor, comentador, bloguista ou simplesmente observador. Admito que os outros também mas não sei como passei o dia sem o ter lido. Diz-nos o jornal, na sua primeira página, que o Aeroporto da Ota vai ficar mais caro do que o previsto. Meus caros amigos jornalistas do Público, jornal de que tanto gosto e que compro desde o primeiro dia: custa-me imenso ser eu a informar-vos disto mas o que puseram na primeira página não é notícia nenhuma. Isso não vende jornais. Toda a gente sabe que esta maluqueira do Aeroporto da Ota vai ficar muito mais cara do que se fala, e que vai ficar tudo atrasado, e que o governo em funções na altura vai pagar ainda mais para inaugurar a coisa antes das eleições; vocês vivem em que mundo (ou em que país)? Isto é Portugal, uma democracia regida pelo Partido Socialista e em auto-gestão. Esta malta manda-vos uma notícia sobre o que vai acontecer daqui a vinte anos e vocês engolem como se fosse marmelada e contam-na aos leitores sem qualquer juízo crítico? Querem que eu passe a comprar o Correio da Manhã? O 24 Horas? Destruir o vosso mercado? No estado actual das coisas, que nos interessa a nós o que o Governo diz sobre os próximos 20 anos? Há um ano o Governo dizia que a Scut Porto -Paços de Ferreira era fundamental e hoje carrega-lhe com portagens: que credibilidade pode ter um sistema destes? E os Jornalistas do Público engolem a coisa de que este aumento das despesas no Aeroporto da Ota se deve aos atrasos no processo nos últimos anos? Este Aeroporto foi decidido por este governo (?!?!), que culpa têm os anteriores? Um jornal com a categoria e profissionalismo do Público não pode fazer de mero amplificador dos dislates do Governo (ou da oposição), deve fazer um juízo crítico das notícias que publica. E exigia-se isso nesta notícia.
Em primeiro lugar, grave não é que se diminua o investimento em 3%: grave é que, enquanto se vai cortar em coisas que são importantes para estimular a economia ou defender a justiça social, se mantenha a aposta nos projectos megalómanos e irresponsáveis da Ota e do TGV para Madrid. Por que é que o PSD não faz disso cavalo-de-batalha? Porque, tal como sucede com o PS, nesses ruinosos projectos estão envolvidas as empresas que lhe garantem o grosso dos seus financiamentos, para onde os seus dirigentes esperam retirar-se mais tarde ou que os seus deputados/advogados irão patrocinar, após cessada a sua passagem pela política?
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