ISSO NÃO!: Tenório nunca teve vida fácil. Aos 15 anos já era cliente do reformatório e, aos 22, depois de vários assaltos à mão armada, tornou-se cliente dos principais estabelecimentos prisionais do país. A sua dependência da heroína, a sua orfandade e s seus tempos de prostituto infantil poderiam explicar muitos dos seus comportamentos. No entanto, só aos trinta é que começou na matar pessoas. O simples assalto, ainda que com violência, já não preenchia a sua sede de vingança contra o mundo que tanto o maltratara. A meio dos quarenta, Tenório reformula-se. Penas cumpridas, ou suspensas, casos arquivados e desintoxicação concluída, a mulher certa aparece e o trabalho certo também, pela mão do gentil sogro. Pela primeira vez desde que nasceu Tenório tem uma família. Nada que se compare com o mais próximo de uma sensação familiar que alguma vez experimentara, até então, quando roubava latas de atum nos supermercados. O seu amor vence todas as barreiras e sobrevive mesmo à confissão do seu tenebroso passado. Tudo corria bem até ao dia em que descobriram tudo. Abandonado por todos, nada mais lhe restava e a sua antiga vida voltava a assumir-se como a única alternativa. Sim, era triste mas era verdade. Tenório fumava!
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