Mar Salgado

sexta-feira, junho 3:

O REFUGIADO DOS REFUGIADOS: Ele há nomeações que fazem todo o sentido: o secretário-geral do PC ser um comunista, o presidente dos EUA ser um americano, o bastonário dos advogados ser um advogado, o seleccionador nacional... ops! ou o alto comissário da ONU para os refugiados ser ele próprio um refugiado.
 

posted by Neptuno on 5:25 da tarde # (3) comments

PELE DURA, MEDO MOLE: Perde a mãe aos quatro anos, a avó materna, mãe substituta, aos doze. O pai morre-lhe tem ele 16. Desenrasca-se completamente sózinho, aprende o que precisa para não ter de cravar a bica, e coisa extraordinária, apaixonou-se pelo seu amor e pega toiros nas horas livres. Procura-me, este moço folgazão, monstro da sobrevivência, calculem , porque é tímido. Excessiva e superficialmente, diga-se, por isso os psis diagnosticaram-lhe fobia social.
Volta e meia, quando está com pessoas, desata a transpirar, ruboresce, ser loiro e branquinho não ajuda muito.
É um clássico. Como escolheu sobreviver, debaixo da sua bota toda a pedra canta e até cornaduras bravas amansa. Mas das vitórias, apesar de rapaz simples, conhece-lhes o segredo: duram o bater de asas de uma mosca.
 

posted by FNV on 11:25 da manhã # (2) comments

EUROPA: "O que se move não se move no espaço em que se encontra nem naquele em que não se encontra". Dizia o grande Zenão, o de Eleia.
 

posted by FNV on 11:14 da manhã # (1) comments

quinta-feira, junho 2:

DESCUBRA AS DIFERENÇAS: Entre este governo e os anteriores: prometeu umas coisas e faz outras. A pretexto do "insuspeitado" défice sobe os impostos, a gasolina, o tabaco e a generalidade dos bens e serviços (via IVA) e planeia vender património. Relativamente à despesa, fica tudo para segundas núpcias. Entretanto, enchem a administração pública com mais umas centenas de camaradas e atribuem cargos principescamente remunerados - se atendermos às qualificações estratosfericamente remunerados - aos barões do partido.
Qual é então a verdadeira diferença para os governos anteriores? Só encontro uma: a boa imprensa.
 

posted by Neptuno on 6:33 da tarde # (3) comments

FALTA DE AUTO-ESTIMA: Depois de 10 milhões de peritos em direito e processo penal no caso Casa Pia e de 10 milhões de economistas nas várias erupções do défice, temos agora 10 milhões de especialistas em direito internacional público, direito constitucional e direito comunitário.
Inda dize que semos incultos. Fónix...

 

posted by PC on 5:33 da manhã # (3) comments

quarta-feira, junho 1:

LIVRO DE ESTILO: Qual será o critério jornalístico para a reforma de Alberto João Jardim ter honras de primeira página? Será porque ganha quatro vezes meses que o nosso grande especialista em petróleo Fernando Mendes?
 

posted by Neptuno on 7:21 da tarde # (3) comments

A CABANA DO PAI TOMÁS: Ando a ler, aos poucos o projecto para uma Constituição Europeia. E à medida que o vou lendo comparo-o com o trabalho de unificação americana, incluindo a Secessão, e com a unificação italiana. Sei que politólogos e juristas acharão as comparações ineficazes, bem como as seguintes perguntas, pueris: Poderá existir uma federação de estados, assente numa base comum relativa às matérias essenciais, na qual os pequenos tenham exactamente o mesmo peso político decisório de que os grandes? Se sim, então que interesse terão os grandes nessa federação?
 

posted by FNV on 12:10 da tarde # (3) comments

terça-feira, maio 31:

O LIVRO DOS SERES IMAGINÁRIOS: Foram encontrados em diferentes locais dois manuscritos que se julga pertencerem ao livro de Jorge Luís Borges. No entanto, pelo menos um dos dois manuscritos é falso, já que o seu conteúdo é totalmente contraditório e incompatível. O primeiro, encontrado na rua, intitula-se "Défice Demoníaco" e versa sobre um monstro incontrolável, tipo Frankenstein, que também escapou ao controlo do seu criador e que aterroriza as famílias, obrigando-as a pagar um tributo elevado e impondo pagamentos mais altos pelo mesmos consumos e que ainda ameaça levar a casa e o carro. Este monstro, que aparece sempre após as eleições legislativas, tem a particularidade de se apresentar impecavelmente de fato e gravata. Todos os heróis que são contratados para capturá-lo acabam por desistir ou por enjaular a criatura errada, apesar de o conhecerem bastante bem. Os pesadelos com este monstro normalmente terminam em escravatura.
O segundo manuscrito foi encontrado no Palácio de S. Bento, debaixo de uma almofada e intitula-se "A Fada do Défice". Nele se descreve o aparecimento de uma fada bondosa na primeira noite de cada novo habitante do palácio, concedendo-lhe três desejos: "podes mentir, subir impostos e aumentar preços sem que ninguém te censure por isso. Faz tudo em meu nome." Após este episódio mágico o iluminado entrará numa prolongada letargia, não mais será perturbado e dormirá o sono dos justos até ser despejado pelo senhorio.
A Fada permanecerá no palácio, à espera de um novo inquilino.
 

posted by Neptuno on 10:44 da tarde # (1) comments

FICÇÃO PRESIDENCIAL: "Nota da Presidência: A propósito do meu apelo aos parceiros sociais para que colaborem no sentido de ultrapassar os problemas económicos que o país atravessa, por lapso não referi, ultimamente, aquela máxima que tanto "buzinei" aos ouvidos dos mais recentes ministros das finanças: a governação económica não se esgota no combate ao défice. Onde é que eu tinha a cabeça? Serenidade."
 

posted by Neptuno on 6:49 da tarde # (1) comments

GUANTANAMO (IV): O SILÊNCIO TAMBÉM É LIVRE: Luciano Amaral já "respondeu", como havia prometido, ao que fui escrevendo aqui sobre o tema, num post de 6 parágrafos, dos quais 4 são dedicados a mostrar que os detidos em Guantanamo não são prisioneiros de guerra. Recordo que foi Luciano Amaral quem, em post anterior a propósito de Guantanamo, se dedicou a dar exemplos de casos em que certas nações encarceraram prisioneiros de guerra, sob o mote "países em guerra têm direito a encarcerar os seus inimigos"; eu limitei-me a dizer que as autoridades americanas não podiam usar o estatuto do prisioneiro de guerra selectivamente, apenas para os efeitos convenientes. Continuo a achar o mesmo; mas como a aplicabilidade do estatuto de prisioneiros de guerra (in totum, nunca selectivamente) aos detidos é, de facto, duvidosa, admitamos, a benefício de inventário, que os detidos não são prisioneiros de guerra.
Muito bem: só que o problema não acaba, antes começa, com essa conclusão. E Luciano Amaral não oferece um único argumento para sustentar a validade jurídica dessa terceira categoria de detenção destinada aos "combatentes inimigos" - perante o direito que é, não perante o direito que Luciano Amaral acha que devia ser. No 5º parágrafo, diz apenas que as regras têm de ser adaptadas às novas realidades. Claro, cada um só fala do que quer.
No 6º parágrafo, Luciano Amaral volta a responder a um post que eu não escrevi, refutando a equação Guantanamo=Gulag (identidade que, fazendo jus ao nome, neguei três vezes) e afirmando que acha que eu consigo fazer melhor. Talvez consiga; mas para quê?

 

posted by PC on 2:38 da tarde # (3) comments

segunda-feira, maio 30:

NA MOUCHE: Saúdo o blogo-ingresso do Bicho Carpinteiro, com a Joana Amaral Dias e o Medeiros Ferreira; o último, a dar a melhor definição da época do Benfica de Trapattoni: "Um conjunto de Platinis da defesa tentando ganhar os jogos na marcação de livres à entrada da grande-área". Nem mais.
 

posted by FNV on 10:32 da manhã # (7) comments

GUANTANAMO (III): THIS IS AN EX-PARROT!: A discussão sobre Guantanamo regressou aqui à nau, neste fim de semana, por causa de um post de Luciano Amaral, n'O Acidental, sobre a afirmação da Amnistia Internacional que chamava a Guantanamo "o Gulag dos nossos tempos". Depois, Luciano Amaral escreveu um texto, mais longo, onde explanou a sua a opinião sobre o problema jurídico e político de Guantanamo. Foi bom, porque mostrou que Guantanamo pode ser discutido para além da inexactidão das comparações com outras atrocidades.
Comecemos pelos pontos em que todos estão de acordo e que não vale a pena continuar a debater: 1) Guantanamo não é, evidentemente, um Gulag; 2) os detidos encontram-se privados de vários direitos e garantias que o direito internacional e o direito americano concedem a quem está preso; 3) os países em guerra têm o direito de encarcerar os seus inimigos.
A partir daqui, o texto de Luciano Amaral é um espelho fiel da ambiguidade com que a administração americana encara o problema e termina com invectivas que só inibem os timoratos.
É verdade que o direito da guerra permite o cativeiro dos soldados inimigos, como medida de segurança (lato sensu) para que não retomem as armas, sem qualquer ligação com uma investigação, acusação e julgamento penal. Pertencer ao exército inimigo não é um crime. Por isso mesmo é que, nos exemplos apontados por Luciano Amaral, as potências aliadas libertaram os prisioneiros sem acusação - excepto nos casos em que havia crimes de guerra e contra a Humanidade - logo que cessaram as hostilidades. Isto é direito dos conflitos armados e é uma conquista inestimável do direito em face da alternativa possível: matá-los.
Mas, ao que se sabe, os prisioneiros de Guantanamo estão detidos, não por serem soldados inimigos, como Luciano Amaral bem sublinha, mas porque se suspeita que pertençam a uma organização terrorista. A simples participação numa organização terrorista, ainda que sem participação em concretos actos de terrorismo, é crime em todo o mundo ocidental (EUA incluídos). Por isso, não é nada "ridículo" exigir que sejam formalmente acusados e julgados por esse crime, com as garantias aplicáveis ao processo penal comum.
De contrário, se as autoridades americanas os considerarem como presos de guerra, detidos por meras razões de segurança (e não como presumíveis autores do crime de organização terrorista), não podem deixar de lhes aplicar a 3ª Convenção de Genebra e o restante direito humanitário, onde se prevê expressamente, entre outras coisas, que os presos de guerra não podem ser torturados nem submetidos a qualquer método coactivo de obtenção de informações.
Agora, o que é absolutamente ilegítimo é inventar uma "adaptação do estatuto" dos prisioneiros de guerra (os tais "combatentes inimigos") de maneira a impedir, simultaneamente, a aplicação das garantias comuns e das garantias do direito da guerra. O Reino Unido tentou algo de semelhante com o Anti-Terrorism, Crime and Security Act de 2001 - e a vetusta Câmara dos Lordes considerou (por 8 votos contra 1) que o encarceramento indefinido dos detidos violava os direitos democráticos e as obrigações internacionais do Estado, como comentei aqui em Dezembro passado.
Ora, Luciano Amaral, que é um amante da liberdade, sabe que as restrições e privações da mesma só são legítimas quando se fundam num título válido. E não ignora que, quando alguém pretendeu sair da regra, invocou sempre os superiores interesses do Estado (da Nação, do Povo, da Revolução, etc.). Mas, mesmo assim, acha Guantanamo "legítimo".
A ideia, em si, é perigosa. Um Estado que não respeita o (seu próprio) direito, não tem autoridade para exigir dos cidadãos (e dos outros Estados) que o façam. Ao contrário do que possa parecer, as "medidas excepcionais" para reforçar a ordem, ao instaurarem uma lógica de Faustrecht, transformam-se sempre em sementes de anarquia.
Mais perigoso ainda é não querer perceber que a denúncia de Guantanamo é (ou pode ser) uma luta pela liberdade. E enquanto a civilização ocidental não conferir a Luciano Amaral, e a quem, como ele, acha Guantanamo legítimo, o alto encargo de a representar em exclusivo, eu, que não me considero decadente nem apóstata, continuarei a dizer que Guantanamo é semelhante ao Gulag, não, repito, num registo denotativo, mas no sentido de que ambos remetem os indivíduos para uma não-existência jurídica. Num Estado de direito, isso é inadmissível.
A terminar, lembro uma ideia que já vem de Aristóteles, mas que Pascal sintetizou de forma exemplar: não há razão para censurar mais aquele que age com a consciência do Mal do que aquele que age mal porque não conhece o Mal da sua acção: a culpa deste reside precisamente na sua cegueira perante o injusto. É por isso que o Inferno está cheio de belíssimas intenções.
Enfim, se o Luciano Amaral me mandar pentear macacos, eu irei. Mas não sem que antes me devolvam o dinheiro que paguei por este falecidíssimo papagaio.
ADENDA: Caro Luciano Amaral, cá recebi a declaração de óbito e fico à espera da resposta. Profundamente sensibilizado por, na sua peculiar divisão do mundo, não me incluir no grupo daqueles a quem manda pentear macacos, convido-o a, se lhe apetecer, aproveitar para explicar a frase "lá vai insistindo na coisa, mas já com muitas qualificações", atendendo ao que escrevi aqui, aqui e no presente post. Bem sei que, uma vez escrito, o texto é dos leitores, e não do autor, mas escaparam-me tais inflexões.

 

posted by PC on 4:10 da manhã # (2) comments

... OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR: Foi um voto anti-estagnação económica (mas também anti-"liberalismo" e anti-"anglosaxónico"), anti-Turquia e, last but not the least, anti-Chirac (mas em geral também anti-mainstream-político-francês-do-momento).
O non francês mostra que a Europa não pode construir-se sem contar com os cidadãos: sem os incluir no processo, os levar a participar e sem lhes explicar e os convencer das vantagens e dos avanços (que eram reais) de passos como o da "Constituição Europeia" - e, sobretudo, sem políticos com a dimensão e a empatia necessárias para tal...
De qualquer modo, é errado começar já a apontar para os maus do costume, agora na veste de principais beneficiados (pois não se vê como podem ser culpados). Para além do manifesto erro de intenção quanto ao projecto europeu que tais contraposições denunciam, não parece que sejam muito úteis, para tirar a União Europeia do buraco em que "la Grande Nation" a meteu...
 

posted by Velho do Restelo on 2:56 da manhã # (0) comments

domingo, maio 29:

SALMONETES: A propósito do(a) V(v)itória, ainda acredito que um dia assistirei à transmissão televisiva de um jogo de futebol entre um dos chamados "grandes" e uma equipa de um clube não tão grande, em que os comentários não sejam todos feitos em função do que o dito "grande" faz ou deixa de fazer. Parecem - e, na perspectiva dos comentadores, são mesmo - jogos contra equipas estrangeiras.
 

posted by Neptuno on 10:25 da tarde # (2) comments

AO REPTO: Lançado pelo PC. Respondo com gosto, até porque meia-blogosfera está neste momento entretida em arranjar forma de festejar a vitória do "Non" sem se cruzar com monsieur Le Pen e os neo-trotskystas, todos de garrafa na mão. Vamos então à discussão em torno da possibilidade da educação sexual nas escolas ser uma representaçãodo nosso inconsciente sexual colectivo, e sobretudo, ser uma projecção nos miúdos, daquilo que nós pensamos sobre o assunto, sem que tal engendre histerias inconsequentes.
Gosto de imaginar os modelos de (in)formação comportamental como falantes de uma língua do centro. Com isto quero dizer que os transtécnicos do Estado - seja na prevenção rodoviária, seja na prevenção do HIV, seja onde que tais coisas ocorram - são tradutores de uma preocupação: estar na comunidade, estar com todos.Isto significa um desejo de uniformização, que claramente se impõe a partir de representações maioritárias, e aí a Zazie tem razão, ideológicas. A noção de "inconsciente sexual colectivo", se tomada como um arquivo de representações que se acumulam em alegre desordem, pode de facto ser tentada a ser transmitida geracionalmente. É essa aliás uma das funções básicas dos processo de influência social, cujo escola S. Moscovici fundou a partir dos anos setenta. Mas o carácter orgânico de um tal conceito tem dificuldade em sobreviver à fragmentação dos modelos representacionais actuais.
Temos então a discussão sobre os psicólogos do Estado, os que ficam , coitados, encarregados de assegurar a transmissão da mensagem. Que fazer? O meu caro PC aponta um factor essencial: o que pensamos nós ( eles, os psicólogos do Estado) que os garotos já sabem? É aqui que eu insisto: não interessa. A função destes funcionários é assegurar a transmissão daquilo que as gerações dominantes julgam ser necessário. A língua do centro tende para a neutralidade ( de resto, uma das formas de tolerar os eflúvios do inconsciente) procurando tecnicizar a comunicação. Se repararem bem, os mais delirantes manuais propostos ( que não aceites, note-se) preocupam-se exclusivamente com a técnica ( há-de chegar o tempo em que se ensinará a melhor técnica de manipulação do clitoris, tal como hoje já se ensina um heroinomano a escolher a melhor e menos martirizada veia para a injecção). Claro que sim, pois que é para isso que os funcionários estão treinados. Diz-me o PC: e não se pode discutir isto calmamente? Tanto pode que ninguém morreu ainda, PC: tens de ser mais ( historicamente) optimista...

PS: Como é hábito nas nossa discussões, temo bem não ter respondido ao que o PC queria (embora ainda tenha mais umas notas para acrescentar que talvez minimizem o desencontro) ; é da praxe.
 

posted by FNV on 9:23 da tarde # (2) comments

DOBRADINHA II: Como eu previra, a dobradinha foi indigesta. Parabéns aos salmonetes, bem mereceram a festa; gosto de ver gente satisfeita ( não é todos os dias que se vence o Glorioso e eles este ano já tinham perdido duas vezes connosco) a celebrar onde bem lhe apetece.

Ó Estado Crítico: um marido enganado E arrogante? Eh eh eh ...Genial! Eh eh eh .... Ó homem, fique bem disposto, que eu também ( já) estou.
 

posted by FNV on 6:55 da tarde # (4) comments

DOBRADINHA: Já não joga o grande Pipi, e para mais, não gosto de tripa de vaca. Prefiro salmonetes: venham eles, que a festa está garantida, qualquer que seja o resultado e a avenida escolhida para celebrar.
 

posted by FNV on 4:36 da tarde # (0) comments

CONTINUANDO...: Bem, isto tornou-se numa verdadeira conversa, quase epistolar, entre várias pessoas de que gosto. Óptimo!
Queria deixar mais uma nota para reflexão e um desafio ao FNV.
Quando eu tinha 10 anos, optei por assistir às aulas do que então se chamava "Religião e Moral". Estávamos em 76-77 e a professora era freira. Perguntados sobre a matéria que queríamos ver abordada nas aulas, respondemos: "educação sexual". Não porque não soubéssemos aquilo que a generosa senhora se dispunha a esclarecer (na altura, não se falava de contracepção, nem de prevenção de DSTs; a educação sexual era, basicamente, uma descrição dos órgãos sexuais e do processo reprodutivo), mas pela perversidade de ouvir uma freira a pronunciar as palavras pénis, vagina, etc*. No nosso percurso posterior, nada identificou a minha turma como particularmente precoce.
Esta distância entre a realidade das coisas e a percepção que dela têm os adultos faz-me pensar que grande parte da discussão que agora se trava sobre a educação sexual nas escolas é, antes de mais, uma discussão sobre as nossas representações da sexualidade, em geral, que depois adaptamos ao caso específico da educação sexual de crianças e adolescentes. Sucede que, nesse processo de adaptação, pode perder-se o essencial: as tais representações genéricas não servem necessariamente a resolução do problema concreto.
Creio que este ponto de vista perpassa também em vários posts do meu amigo FNV, e aqui lhe deixo o desafio para que o trate expressamente (quando acabar de ver o jogo, é claro): a discussão sobre a educação sexual é, ou não, um excelente campo de trabalho para a análise do inconsciente colectivo relativo à sexualidade? E de que forma se pode discutir racionalmente o tema, com atenção às suas exigências particulares, evitando o mais possível que seja prejudicado pelas nossas concepções genéricas sobre a sexualidade?
*Antes que me perguntem, não desenvolvi nenhum fetiche relativo a freiras.

 

posted by PC on 4:29 da tarde # (3) comments

AINDA SOBRE OS PADRÕES CIVILIZADOS: Com um olho aí em baixo ( na discussão entre o PC e leitores/bloggers amigos) e outro no meu post sobre a intendência espadiana e o problema dos "padrões civilizados", uma ou duas notas.
Parece ser consensual entre a gente instruída, que os programas de educação sexual no ocidente começaram após aquilo que preguiçosamente designarei como revolução cultural dos anos 60: basicamente, a pílula e codificação de um novo super-território, a saber, a "juventude". A tão vulgarizada emancipação feminina, a politização dos campus universitários e a conquista de um pacote de liberdades ligadas a comportamentos tiveram o seu impacto inevitável na sexualidade. Como é natural, surgiram problemas: se por volta do início dos anos 80 uma míuda de 16 anos podia sair à noite e voltar de madrugada, as gravidezes deixaram de ser uma ocorrência intermitente, produto do cruzamento da moça com o pastor, num qualquer e longínquo silvado; Também a clássica escorregadela do filho do patrão com a jovem criada de dentro estava condenada. O prazer descia á rua, a História não podia voltar para trás, e assim nasceu ( aperfeiçou-se) a educação sexual. Essencialmente, a educação sexual é uma história de dominação.
O que foi necessário foi controlar, e por isso os primeiros programas assentavam na racionalização dos comportamentos, à boa maneira das teses cognitivistas, e na explicação: mostre-se o detalhe na esperança do todo passar despercebido. Aqueles que olham para a educação sexual como uma conspiração de relativistas libertários arrancam-me bocejos de tédio. A educação sexual nas escolas é uma ferramenta institucional de modelação de comportamentos, tão libertária como as campanhas contra a hipertensão. O que confunde, por vezes, os indignados, é a existência irrelevante de dementes no meio da fauna de educadores e a linguagem utilizada. Os pais gostariam de poder decidir quando e como expliar aos seus filhos certas coisas; alguns, de preferência, no dia de São Nunca À Tarde. Mas os programadores da educação sexual também não vão longe. Já não é na escola institucional ( professores e programas) que a malta aprende a cultura vigente, e o sexo é um problema da cultura vigente: é na rua, na net, no café, na TV, na play-station.
O SIDA e o planeamento familiar são suficientes para justificar, numa sociedade minimamente civilizada, alguma informação escolarizada sobre sexo a miúdos/as pré-púberes. O resto é delírio, e é como tal que deve ser tratado. Há gente que receia o delírio? Essas pessoas fazem bem, por definição deve evitar-se o delírio. Mas não sei porquê, parece-me que chega a Portugal uma onda vagamente inspirada no risorgimento do puritanismo norte-americano ( agora designado por neo-conservadorismo) e confusamente misturada com a defesa dos valores da cristandade. Atentem neles, tanto quanto nos delirantes. O puritanismo americano nasceu em meados do século XIX, e de cada vez que espreitou, ao longo do século seguinte, fez asneira: na Lei Seca, o período de maior corrupção larvar na América e nos anos 50, que não souberam preparar a revolução cultural. Um exemplo: sabem que alguns estados americanos resolveram, em nome dos bons costumes, proibir uma instituição quase centenária nos recintos desportivos, as majorettes?
 

posted by FNV on 3:32 da tarde # (1) comments

UMA QUESTÃO DE SERIEDADE CIENTÍFICA: A cruzada do Expresso contra..., bem, contra qualquer coisa que tem vagamente que ver com a educação sexual nas escolas continua. Hoje, a página 24 é inteiramente dedicada ao assunto, com uma notícia sobre a "voz dos pais" e sem qualquer referência ao artigo de Fernanda Câncio no DN (ver também aqui, no Glória Fácil), nem aos factos que aí se relatavam. Adiante.
A grande novidade é a inclusão de uma "Carta aberta aos pais portugueses", assinada pelo PhD William Coulson, que, nas palavras do jornal, "dedica hoje o seu tempo a falar a católicos e protestantes sobre os efeitos nefastos das suas teorias", baseadas no chamado Human Potential Movement, de onde, segundo o próprio, dimanam os materiais de educação sexual portugueses. Nada a opor ao arrependimento - que pode ser até a mais nobre atitude do cientista.
O problema está na forma que Coulson escolhe - num texto que não é uma entrevista, sujeita aos riscos da improvisação, mas sim um acto de contrição ponderado - para nos convencer que a sua visão de hoje é melhor do que a que defendeu noutros tempos: através de dois exemplos onde se evidenciaria a natureza perniciosa das suas teorias e da proliferação das DST, como resultado da divulgação das mesmas. Tudo parece retirado de uma daquelas cartas "não quebre esta corrente, senão...".
O primeiro exemplo diz respeito a um "currículo de educação sexual baseado nos jogos de clarificação dos valores", experimentado em escolas da ordem do Imaculado Coração, na Califórnia. Em 2002, a BBC exibiu um documentário sobre o programa e, nas palavras de Coulson, o balanço que fazia era este: "O efeito da experiência foi um verdadeiro cataclismo. Em menos de um ano, 300 freiras - metade do convento - pediram ao Vaticano para serem dispensadas dos seus votos e, seis meses depois, o convento fechou as portas. Tudo o que restou foi um pequeno grupo de freiras... que se tornaram lésbicas radicais".
Nem passa ao de leve pela cabeça deste senhor que provavelmente prestou um extraordinário serviço a toda a gente: às ex-freiras, que tiveram de se debater com a sua falta de vocação e superá-la; à Igreja Católica, que tinha ao seu serviço pessoas que não se encontravam à altura de cumprir os seus votos; e à comunidade, que confiava erradamente em que aquelas pessoas transmitiriam certo sistema de valores aos seus filhos. Não: o "cataclismo" reside na decisão das freiras que abandonaram os seus votos. Lamento, mas isto não é ciência.
O segundo exemplo é o de uma rapariga que, tendo seguido o tal currículo, acabou por se convencer - na narração de um dos seus colegas no funeral - de que "só poderia estar segura de que as suas decisões eram autónomas caso fizesse aquilo que os adultos lhe diziam para não fazer", acabando por achar "que o maior prazer da vida era fazer o que as pessoas proíbem". Claro está, "como resultado disso, num certo dia de Março, saiu da escola num intervalo com um colega e o seu tio passador de droga. Nas margens de um rio tomou droga, foi violada e depois lançada ao rio. O corpo da criança encantadora e inteligente (ela era a chefe de turma) só apareceu três semanas depois". Não percebo - porque Coulson não dedica uma palavra à questão - como a tragédia pode ser directamente imputada a um programa que estimulava a autonomia pessoal, e não a uma má transmissão dos conhecimentos, ou a uma aprendizagem errada por parte da aluna, ou, muito simplesmente, a uma má decisão da própria. Todos sabem que estes casos acontecem diariamente a muitos adolescentes que nunca seguiram os ditos programas; mais do que isso, todos sabem que a vulnerabilidade dos adolescentes a tais riscos cresce na razão directa da sua insegurança pessoal, da incapacidade de consciencializar um padrão de valores como verdadeiramente seu, que lhes permita ordenar a sua acção, de forma socialmente adequada, sem sentirem que estão a obedecer a valores impostos. Por outras palavras, é precisamente a falta de autonomia pessoal que, pondo o adolescente entre os padrões dominantes - que o crescimento leva a contestar - e o vazio, conduz à adopção de condutas inadequadas.
Por fim, imputar, sem mais, a epidemia de DSTs aos programas de educação sexual, deixa-me perplexo - mas, também a este respeito, Coulson não dedica uma linha à explicação da aporia.
Portanto, o que se pedia ao PhD Coulson é que, em vez do mambo-jambo - jornal do crime - readers' digest - confissões de um arrependido que nos serviu, descrevesse em pormenor as suas antigas teorias e mostrasse depois, com o mesmo grau de "cientificidade", por que estão erradas. A não ser que as ditas "teorias" se baseassem em balelas da mesma natureza - mas isso é outro problema.
ADENDA: Isto já não tem que ver directamente com o post, mas é muito curioso notar que as pessoas que reclamam a exclusividade da família na educação das suas crianças não hesitam em deitar as mãos à cabeça quando surge o corpo de uma criança atirada ao rio pelos pais, vituperando o Estado por não ter intervindo a tempo. Paradoxo? Não. As crianças que aparecem no rio moram no Bairro do Aleixo.

 

posted by PC on 4:02 da manhã # (14) comments

OS NOVOS ORDÁLIOS: À fé nos "juízos de Deus" tem-se substituído a fé na infalibilidade da ciência para efeitos de prova em processo penal. Os entusiastas da constituição de uma base de registos individuais do ADN dos cidadãos como forma eficiente de investigação criminal podem arrefecer os ânimos aqui.

 

posted by PC on 1:03 da manhã # (0) comments


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