A PELE: Em psicologia social, mais propriamente nos estudos da influência social, e ainda mais especificamente na área dos processos de inovação e da mudança social ( ufa!), distinguem-se duas situações: com ou sem solução-norma bem definida. Isto é, aplicando aos momentos eleitorais, uma coisa é uma dada sociedade perceber direcções mais ou menos exactas para determinados objectivos, outra coisa é essa sociedade estar dividida quanto a essas direcções. Por exemplo, no final de dois mandatos governamentais, a necessidade generalizadamente sentida na população e nos media, de alterar o rumo, condiciona bastante a estratégia do partido pretendente ao poder.
Portugal vive uma situação nebulosa: o agente promotor da mudança ( o PS de Sócrates) é muito recente naquilo que se designa acumulação de créditos idiossincráticos, ou seja, acumulação de capital de confiança enquanto crítico das soluções -norma que têm sido adoptadas. Por outro lado, o agente conservador que deveria aparecer como o herdeiro da anterior solução-norma, o PSD, não aparece bem em nenhum dos planos: nem como legítimo representante da anterior solução-norma ( como os seus críticos internos não se cansaram de sublinhar nos últimos tempos), nem, em boa verdade, como agente conservador: esteve no poder um Verão e meio Outono.
E assim, com tanta zona de incerteza, eu recomendaria que não vendessem as sondagens, digo, a pele do leão, antes de o ter morto. Com balas expansivas ou sólidas, mas bem morto.
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