Mar Salgado

sábado, março 20:

O HABITUAL: Maria João Pires, em entrevista ao El País, desanca em Portugal, nação bárbara "que não tem educação". Estou de acordo, mas fiquei intrigado com o desabafo e descobri que não é só Portugal em si mesmo, que merece o desprezo de Maria João: O ministro David Justino também, porque lhe terá reduzido os subsídios para centro de Belgais em metade. Ou seja, se Justino tivesse entregue o cheque habitual, Portugal já passava a ser um país frequentável.
 

posted by FNV on 4:37 da tarde # (0) comments

PEDRO AFONSO, O TRIPLO: Nesse tempos, séculos XII-XIII, Toledo (talvez também Palermo) era a cidade. Pedro Afonso, (de Huesca, para alguns) por lá passou, foi um letrado judeu aragonês convertido ao cristianismo, mudando o seu nome para Petrus Alphonsus, em 1106, e dedicado ao estudo da língua, filosofia, ciência e literatura árabes. Pedro Afonso escreve o seu Disciplina Clericalis, adoptando a técnica árabe da narrativa entrelaçada, o conto-moldura: estes são apresentados sob a forma de reprimendas de um velho árabe ao seu filho, ignorante e insolente. A técnica sugere o adâb, significando preparação, festa, "maravilha", e o seu fim a educação cívica. O adâb é iniciático, o filho do árabe recebe do pai os ensinamentos, herda a arte e o sangue. A obra de Pedro Afonso obtém assinalável sucesso tanto,que chega a ir para Inglaterra a convite de Henrique X, ensinar astronomia. A cultura europeia medieval abre-se á influência do Levante, os arabismos passam a ser frequentes no cancioneiro hispânico, como nas cantigas de Santa Maria de Afonso X ou no Cancioneiro do poeta mouro de Córdova, Aben Cuzman. Há quem defenda, como Pinharanda, que a origem latina do verbo trovar não esconde a analogia com o árabe tárab-tórob, que era com que o albardão, al-bardan, espécie de segrel, divertia as cortes cristãs.
A história de Pedro Afonso nem sequer tem a importância intelectual da de Maimónides, ou o picante da de João de Sevilha, cuja lenda reza que nascido judeu vem a ser vizir de Sevilha para acabar por ajudar ás reconquistas cristãs. Mas sempre a apreciei por estar ligada à arte popular, á mistura anárquica, nesses tempos de tolerância, de religiões e de saberes cruzados.
O que foi já não é.
 

posted by FNV on 12:25 da tarde # (0) comments

DE ACORDO: Com a regularidade das favas novas, por esta altura da Primavera, o Sr. Pinto da Costa resmunga com o palco escolhido para a final da Taça de Portugal. Assim foi este ano, a propósito da final que oporá o seu clube ao Benfica.
Bem, regularidade não tanto: só quando a final opõe o FCP aos grandes de Lisboa. Mas estive sempre de acordo com ele: O Estádio Nacional, magnífico palco, deve ser reservado para finais de dimensão nacional, por exemplo um Benfica X Sporting, ou um Belenenses X Académica. Outro tipo de jogos, podem de facto ser disputados em Aveiro ou em Loulé, pois têm um caractér mais popular, festivo e regional.
 

posted by FNV on 11:30 da manhã # (0) comments

sexta-feira, março 19:

POLÍTICA E MTV II: Com o advento da MTV, vários músicos internacionalmente conhecidos até então deixaram de aparecer, vendo as suas carreiras encurtadas pelo simples facto de... não terem uma imagem vendável. O Caso mais paradigmático é o de Christopher Cross (lembram-se do "Arthur, o alegre conquistador"?), gorducho e bexigoso e que, por via disso, perdeu junto dos fans (mais junto das fãs, suponho) o encanto que passava pela rádio. Foi ultrapassado por outros meninos e meninas com menos talento mas com mais "onda" visual. Outros fenómenos houve como os Mili Vanili: venceram vários Grammy's sem terem cantado uma única nota das "suas" canções e só foram desmascarados quando falhou o playback numa actuação ao vivo. Eram uma fraude mas chegaram ao topo e tinham a preferência dos espectadores.
Penso que, hoje em dia, a política também se presta às situações acima descritas. E, exclusivamente neste contexto mediático, penso que Cavaco Silva seria mais facilmente associado ao Christopher Cross. E os Mili Vanili poderiam ganhar outro imerecido Grammy.
 

posted by Neptuno on 5:42 da tarde # (0) comments

POLÍTICA E MTV: Escrevi recentemente um post em que afirmei que, para fins eleitorais, Cavaco Silva era um personagem datado. Desenvolvendo um pouco o raciocínio subjacente a esta afirmação, penso que ninguém negará que a televisão tem um poder decisivo quanto à avaliação popular da normal actividade política, tornando-se ainda mais evidente em época de eleições. No fundo, no que toca ao eleitorado (e não só) há dois tipos de realidade: a realidade física, "real" e a realidade virtual ou televisiva. Ambas contam para efeitos de determinação das opções de voto, mas, em minha opinião, a segunda domina a primeira.
A televisão é hoje o passatempo preferido (e em certos casos o único) da quase totalidade da população. E é um passatempo passivo: o espectador não interfere, limitando-se a receber o que lhe é transmitido. E, infelizmente, as recentes estatísticas sobre o estado da educação neste país não nos permitem acreditar que o espírito crítico esteja em franca expansão. Assim, para além do que sofrem na pele, as pessoas serão levadas a determinar a sua opção de voto pelo melhor desempenho no "reality show" em que se transformou a política, sendo que as eleições presidenciais não implicam a escolha de um governo mas apenas de uma pessoa. Um telejornal que corra mal pode dar cabo de meses de boas políticas. Em contrapartida, meses de más políticas podem não significar uma censura popular proporcional a esse mau desempenho: veja-se o caso de A. Guterres, que abandonou o executivo numa altura em que não era devidamente penalizado pelo eleitorado (a acreditar nas sondagens de então).
(cont.)
 

posted by Neptuno on 5:18 da tarde # (0) comments

AIDA NA SIBÉRIA: É difícil acreditar que a acção da famosa ópera de Verdi se desenrola no antigo Egipto quando a temperatura da sala (Coliseu de Lisboa) obriga os espectadores a ficar de sobretudo e cachecol. Aída e Radamés morreram no palco mas a plateia - com a carteira já de si debilitada - também não ficou muito bem de saúde. E saiu a espirrar, com a impressão generalizada de que o melhor cenário para o espectáculo teria sido o deserto, onde se poderiam avistar os camelos da organização.
 

posted by Neptuno on 12:30 da tarde # (0) comments

ROUSSEAU ÀS VOLTAS NA TUMBA: A repetição acrítica de lugares comuns tem riscos em cujas malhas se enredam por vezes pessoas ilustradas. Periodicamente, eclode por aí a tese peregrina de que a ideia da "compreensão do criminoso" - e o discurso da ressocialização que supostamente lhe anda associado - remonta a J.-J. Rousseau.
Ora, convém distinguir a antropo-filosofia de Rousseau do seu pensamento sobre o crime e o criminoso. Na verdade, Rousseau era muito pouco complacente com o criminoso; transcrevo:
"D'ailleurs, tout malfaiteur, attaquant le droit social, devient par ses forfaits rebelle et traître à la patrie; il cesse d'en être membre en violant ses lois, et même il lui fait la guerre. Alors la conservation de l'État est incompatible avec la sienne; il faut qu'un des deux périsse; et quand on fait mourir le coupable, c'est moins comme citoyen que comme ennemi. (...) Or, comme il s'est reconnu [membre de l´État], tout au moins par son séjour, il en doit être retranché par l'exil comme infracteur du pacte, ou par la mort comme ennemi public; car un tel ennemi n'est pas une personne morale, c'est un homme; et c'est alors que le droit de la guerre est de tuer le vaincu" (Du Contrat Social, Livro II, Cap. V).
Ora aqui estão excelentes argumentos para confortar o discurso dos mesmos que usualmente zurzem (e, nos casos mais patéticos, procuram ridicularizar) Rousseau a torto e a direito. Se quiserem continuar a misturar na resolução dos problemas de hoje o pensamento jurídico-político do século XVIII, façam-no à vontade. Mas façam-no com conhecimento de causa e não atormentem a alma do sujeito.
 

posted by PC on 5:19 da manhã # (0) comments

COMUNICADO DO CC DO NORTADAS: Carlos Furtado, não sei se Camarada-Presidente do Comité Central do Nortadas, acaba de esclarecer a blogosfera acerca da "democracia vigente" (sic) naquele blogue: "quem não concordar com alguém pode dizê-lo. Di-lo é baixinho e num post que fica em draft. Mas está dito". É, portanto, um blogue com paredes de vidro.
O Tribunal Constitucional já reagiu, assegurando que ainda não controla a democraticidade interna dos blogues.
 

posted by PC on 4:51 da manhã # (0) comments

DIÁLOGO: Pois eu continuo a ouvir ecos da grandiosa ideia: o problema do terrorismo resolve-se com diálogo. É falando com aquela malta que se resolve tudo! E podemos ajudá-los, analisar os seus gravíssimos problemas sociais, as suas reais motivações, os seus verdadeiros impulsos (não me refiro aos impulsos dos telefones que invariavelmente são usados para espoletar as bombas). Da próxima vez que puserem umas bombas, a gente chama os gajos, põe-lhes carinhosamente a mão no obro e diz-lhes: «ó pá, porque é que puseste a bomba, pá? ‘Tás parvo, pá?», ou «Hombre, qué pasa?», e vê-se o que eles têm a dizer. É que se calhar não é uma guerra santa, não é o ódio ou a intenção de semear o terror, pode ser outra coisa qualquer (que eles, estranhamente, escondem, alegando sempre os outros motivos), e convém saber qual é. Temos que lhes perguntar! Até parece que o estou a ver, ao terrorista, de olhos tristes e cabisbaixos, murmurando para as câmaras da televisão «eu só queria uma casinha...» ou «eu coloquei as bombas para protestar contra o preço do pão» (que é geralmente o que mais move os terroristas...), ou ainda «eu pus a bomba porque já não aguentava a minha vizinha... Mas agora já está tudo bem!...» (e quem diz vizinha diz sogra, primo, cunhado, patrão, o tipo do terceiro esquerdo, que deixa sempre o carro mal parado...). Pode-se até tornar a coisa num programa televisivo de sucesso, com o Henrique Mendes à cabeça.
Mas acho que se devia estudar a possibilidade de se ir mais longe. Por exemplo, criar uma linha azul telefónica do terrorista sem abrigo, gratuita, claro, e abrir uma conta na CGD para donativos. Podia-se ainda falar com os donos dos hipermercados para se juntarem à causa e enviarem leite e iogurtes quase em fim de prazo para alimentação dos terroristas, resolvendo assim os seus problemas sociais. E restos de bolo-rei. Talvez bombinhas chinesas e petardos de carnaval para as crianças. Para os mais crescidos, pode-se mandar material pirotécnico (talvez a Câmara do Porto possa ceder o seu, um vez que nunca conseguirá rivalizar com o de Gaia). Mantinhas e cobertores são sempre bem vindos, álcool não. Antes assim. Aquela gente, com os copos, ainda manda isto tudo pelo ar (sem querer, claro).
Fundamental é criar-se uma fundação para apoio ao terrorista. Estas coisas sem fundação não têm graça nenhuma. As verbas não são problema pois forneceram-me uma ideia original e simplicíssima: o Estado doa um qualquer edifício em ruínas, uma qualquer Câmara Municipal paga as obras de recuperação, põe-se lá um gabinete de um antigo PR e o Estado paga uma renda pelo espaço – não custa nada. Para o dia a dia, as verbas poderão vir do programa do Henrique Mendes e de publicidade variada (por exemplo, "chiclets amam's: as que rebentam sem estouro!..."). Questão importante será a do conselho de administração: terá de ser alguém que perceba da poda. Talvez aquele militar de Abril...
Podia-se criar também na ONU uma bancada para os terroristas, para eles dizerem o que têm a dizer e, acaso não sejam atendidos, estarem mais à vontade para colocarem os seus petardos onde muito bem entenderem.
É possível até (mas isto é área que não domino) que aplicando a ideia ao direito penal se resolva a questão da criminalidade em geral. Matou? Então vamos lá ao diálogo. Violou? Então vamos a um bate-papo porreirinho. Roubou? Troquemos duas de prosa.
Só quem não quer é que não vê que a ideia é genial, única, brilhante, própria de alguém fora do vulgar, a quem devemos aplaudir de pé. Depois da roda, não houve melhor.
É preciso pegar na ideia e desenvolvê-la, divulgá-la, não a deixar morrer. O seu autor deve promovê-la e debatê-la, aumentar as suas possibilidades infinitas. Sugiro, para ouvir o que têm a dizer sobre ela, que o seu autor a discuta com as autoridades portuguesas competentes, sei lá, o Ministro da Defesa, por exemplo.
 

posted by VLX on 1:44 da manhã # (0) comments

O HOMEM DO SACO: Quando eu era pequenino, era costume falar-se muito no homem do saco. O homem do saco era um ser que deambulava pelas cidades, com um enorme saco às costas, à procura de casas onde houvesse meninos que não comiam para os levar para um qualquer sítio obscuro e nunca concretizado, para lhes fazer horrores indescritíveis mas que também não eram individualizados. Ora eu não comia nada, era um pisco a comer (a sério, juro); todos os dias era um inferno para que eu comesse o que quer que fosse e era um martírio familiar fazer-me comer alguma coisa enquanto eu, qual resistente heróico, me mantinha sempre de boca fechada e barriga vazia (bons tempos...). Por isso, todos os dias, ao almoço e ao jantar, vinha à baila a ameaça de mandar chamar o homem do saco (a quem alguém já tinha visto a rondar a casa...), para que ele me obrigasse a comer ou me levasse lá para onde era e me fazer mil horrores.
De forma que aí até aos 5, talvez 6 anos, convivi apavorada e diariamente com o homem do saco, fui-me habituando a ele, fui imaginando como seria, fui-me familiarizando com ele, enfim, tornei-me íntimo. Posso talvez dizer - embora nunca o tivesse visto – que o conhecia bem. Do homem da moca é que nunca tinha ouvido falar.
 

posted by VLX on 12:43 da manhã # (0) comments

quinta-feira, março 18:

CASUS BELLI: Parece que está tudo de acordo: para a guerra, e em força. Nada de diálogos, pacifismos moles, tibiezas várias, cedências vergonhosas. Pois bem, vamos ao detalhes.
Invada-se a Síria e o Irão, para começar. Depois, poderíamos assentar arraiais no Paquistão, pôr ordem naquilo. De seguida, sem fobias, regressar à Somália, ninho de iconoclastas. Os norte-coreanos arrumavamos de uma penada. O diabo é se os chineses se mexem: são tantos que já o seu número é um crime. Bem, tanto pior para eles, que nós não vacilamos nem nos acobardamos. Que falta? Uma limpeza à francesa, e aos novos pieds-noir: ide chatear a Argélia. Mas, ó raio, e se eles se encafuam lá, e de lá vêm para cá, pôr bombas? Como dizia a minha mãe, o que não tem remédio, remediado está: risque-se a Argélia. Aos Balcãs, terra dada ao assassinato de arquiduques, convém prestar desvelada atenção: há por lá muita mistura, é uma caldeirada de mau azeite.
Nas nossas cidades, do Ebro ao Vístula, milícias e bravos, vestidos a sangue e honra, zelarão pelo sossego das nossas avós e respectivos netos: em cada escola um soldado, em cada rosto a verdade.
Só uma coisa me inquieta: quem vai fazer isto por nós, ocidentais de perna mole e pantufa colorida?
 

posted by FNV on 9:26 da tarde # (0) comments

A RETÓRICA BELICISTA: José Mexia, do Nortadas, está indignado por alguns membros do Mar Salgado "atacarem" [sic] o VLX cada vez que ele escreve sobre Mário Soares (e aponta-nos o seu próprio exemplo, totalmente grátis: ele não discute em público as suas discordâncias com os seus colegas de blogue).
Há uma certa direita a quem não passa pela cabeça que se possa discutir sem "atacar", contestar sem "massacrar". Com Paulo Portas no Ministério da Defesa, mais aquele senhor, cujo nome de momento não me ocorre, que está sempre com cara de quem nos vai dar com uma moca na cabeça, não admira que a retórica belicista se vá tornando na marca de água da direita.
(Actualização): Alguma dessa direita também é bem-disposta e mostra sentido de humor. Votos retribuídos. Só uma pequena adenda: quem utilizou o termo "retórica" fui eu, o que talvez indicie que compreendi o registo metafórico das expressões (embora seja verdade que a retórica não implica necessariamente o uso de metáforas, como o Américo já explicou em alguns posts. De qualquer maneira, fica prometido um texto sobre o papel ideológico das metáforas belicistas no discurso político actual).
 

posted by PC on 1:09 da tarde # (0) comments

CORREIO DA LEITORA: Passamos a publicar uma mensagem que nos foi enviada pela nossa leitora Sofia Rocha:

"Sendo o mar salgado um blog tão completo na discussão de TODOS os assuntos, espantou-me não haver qualquer referência, (política ou mesmo jurídica) à manifestação de 5.000 cidadãos, violadora da lei eleitoral, na véspera das eleições do domingo passado, com imagens transmitidas em directo para todos os eleitores daquele país, ainda em estado de choque depois do atentado terrorista.
Quid iuris para o Estado Democrático? Ou os manifestantes espontâneos de cabelo "rasta", libertários, ou anti-globalização, são tão democráticos que nunca poderão ser acusados de violarem as regras do jogo, porque eles próprios encarnam o monopólio da verdade e da luta pela liberdade, e hélas, estão a cima do cumprimento das regras democráticas?"


De facto, a democracia é permeável a uma série de "truques" e esta manifestação "espontânea" é um bom exemplo.
 

posted by Neptuno on 11:16 da manhã # (0) comments

AS RAZÕES DO NOSSO ATRASO: Os números recentemente divulgados pela Comissão Europeia relativamente à aplicação da chamada "Estratégia de Lisboa" devem fazer soar um poderoso sinal de alarme em Portugal. O nosso pais regista uma taxa de abandono escolar de 41,1%, que mede o número de jovens entre os 18 e os 24 anos que apenas têm, no máximo, o 9º ano de escolaridade e que não estão a frequentar acções de formação ou educação. A média da União Europeia é de 18,1%, distante do valor-objectivo de 10% que se prente atingir em 2010. No caso dos homens o número em Portugal ascende a 48,3%, ou seja, quase metade dos varões lusos não estudaram para lá do ensino básico.
Os sucessivos governos têm vindo a aumentar o investimento na Educação. Portugal gasta neste sector mais do que a média da UE, o que faz sentido tendo em conta o nosso atraso. Tem-se aumentado sucessivamente o número de anos do ensino obrigatório, que chegará aos 12 anos.
Faço daqui uma pergunta aos especialistas: para lá das óbvias questões económicas, haverá factores de ordem cultural, histórica ou social que expliquem este desastre. Este colapso de estratégias e desperdício de fundos ? Assim, a este ritmo, nunca mais lá vamos. Em vez de convergir com a Europa, afastamo-nos.
 

posted by NMP on 4:45 da manhã # (0) comments

A ÚLTIMA GARFADA: Ficou hoje decidido contra quem o FCP iria ganhar a Taça de Portugal. Honra aos vencidos, glória aos vencedores. Habituais, claro...
 

posted by VLX on 2:10 da manhã # (0) comments

À ATENÇÃO DO NOSSO COMANDANTE: Alguns leitores do Mar Salgado que não se dão ao trabalho de clicar nos links inseridos nos posts inquiriram-me nos últimos dias sobre a minha transferência para a seita dos maconheiros.
Para evitar confusões futuras, solicito ao nosso Comandante o favor de, quando voltar a interpelar Almodovar, Santana Lopes, Barbosa, Abrunhosa ou Barroso neste blog, não se limitar a tratá-los familiarmente pelo nome próprio. É que, de repente, lembro-me de vários conselhos interessantes para dar a este Nuno.
 

posted by PC on 1:58 da manhã # (0) comments

TELEMÓVEIS: O mundo roda cada vez mais rápido! Já há uns tempos atrás tinha ficado impressionado com os flash mobs, aqueles happenings súbitos de curta duração, que tinham a particulariedade de serem de origem desconhecida e a sua divulgação ser feita por e-mails.
Agora o 11-M veio-nos mostrar mais uma potencialidade dos telemóveis, nomeadamente a utilização de mensagens escritas para a marcação de manifestações!! A importante e determinante manifestação na véspera eleitoral em frente da sede do PP foi noticiada como de origem espontânea e convocada com recurso a mensagens (resta só saber quem mandou a primeira...). Já a manifestação de apoio hoje decorrida em frente da sede do PP também foi referida como tendo sido marcada por mensagens.
Resta ver se a moda pega e alastra... eu cá espero ansiosamente por aquela mensagem no meu telemóvel que diga "Keres vir hj à manif ctr o Durão?"
 

posted by TRM on 1:45 da manhã # (0) comments

A ONU: Outra que eu gosto muito é a questão da ONU. Segundo alguns, todo este problema dos terroristas de andarem por aí a colocar bombas e a matar gente à doida é porque os EUA atacaram o Iraque sem o apoio da ONU. Com o apoio da ONU ao ataque dos EUA ao Iraque, é evidente que já não haveria ataques terroristas (posto que, academicamente, nesse caso houvesse ainda terroristas, coisa que alguns doidos ainda admitem...). A ONU apoiava o ataque, estava tudo bem. Se a ONU apoiasse o ataque, este já era bom. Logo, o problema do terrorismo deve-se aos EUA e ao facto de terem atacado o Iraque sem o apoio da ONU. O terrorismo, enfim..., deve-se aos EUA, nação mais democrática do mundo. O mundo é injusto...
A questão começa a complicar-se quando pensamos que os EUA nunca atacaram ninguém sem terem sido atacados primeiro, e que estavam sossegadinhos quando uma chuva de aviões se desferiu sobre a sua população. Enrodilha-se o problema quando julgamos que a ONU é quem pode usufruir do poder de delinear a moral do mundo: será um ataque moralmente defensável se a ONU o aceitar (a ONU, recorde-se, onde têm assento desde os países mais bárbaros até aos mais democráticos); já não o será se a ONU o contrariar.
Acontece que a ONU não defende nem delimita a moral, sequer das guerras. Os países, dentro da ONU, defendem as suas posições por motivações políticas e económicas e nunca morais. O veto francês no CS não se deveu a qualquer questão moral de ser a guerra ao Iraque boa ou má, como à questão moral não se deveu a posição alemã ou russa contra a guerra ao Iraque: foi por causa de factores económicos e políticos que esses países tomaram a posição que tomaram (o que se evidenciou quando se acotovelaram para arranjar lugares à mesa...).
Pergunta-se: fossem diferentes os seus interesses políticos e económicos, seriam diferentes as qualificações atribuídas ao ataque dos EUA ao Iraque? As nossas posições políticas devem estar sujeitas às posições políticas e económicas da França, Alemanha e Rússia? A moral desses países deve ser a moral mundial? Os interesses económicos e políticos desses países definirão a moral das guerras? Por acaso não terão sido esses os países que nos últimos 200 anos tentaram conquistar o mundo? Talvez fosse importante pensar nisto.
 

posted by VLX on 1:08 da manhã # (0) comments

quarta-feira, março 17:

SOARES ENCORE, ENCORE E BIS: Eu cá sou pão-pão, queijo-queijo e quando é para dizer mal eu digo, mas quando é para felicitar eu também felicito. É o mínimo que eu posso fazer para que se perceba que não é encazinação. E vem a coisa a propósito por causa da solução contra os terroristas proposta por Mário Soares: o diálogo! É fantástico como ninguém ainda se tinha lembrado disso: o diálogo!... Deviam dar-lhe o Nobel! Está-se mesmo a ver que é isso que os terroristas querem quando rebentam uns quantos petardos nos comboios ou quando aterram uns planadores nuns bairros residenciais e comerciais, dizimando milhares de vidas: o diálogo!... Trocavam todas essas vidas humanas por uma amena cavaqueira, bebericando umas imperiais (eles dão-lhes outro nome...) e comiscando uns tremoços, não havendo pevides. Umas quantas larachas ao fim da tarde, uma conversinha da treta numa esplanada... é conversando que a gente se entende, caramba! Todos nós devíamos saber que os problemas dos terroristas é não terem com quem conversar! É pena não podermos contar com Raul Solnado pois a solução para o terrorismo - está-se mesmo a ver - era mandarmos alguém falar com o terroristas. A ONU podia até disponibilizar um aviãozinho catita, em executiva, aterrava-se lá e batia-se à porta do terroristas e perguntava-se: «é a casa do terroristas? O terroristas está?... Era para falar com ele...» Um mordomo fantástico inseria a visita na sala das mesmas, indagando se pretendia um b-52. «Não, obrigado...» Entrava pessoa altiva: «Bom dia, é o Sr. terroristas?», não, apenas o represento. «Ah... eu queria falar com o Sr. Laden, era por causa do diálogo...» E, chegando o Sr. Laden, tudo se resolveria. Era mandá-lo deitar no sofá e começar o paleio, perguntar-lhe pela infância, os seus problemas, com o que sonhava, as suas relações com os pais (em particular com a mãe), se foi infeliz, compreender-lhe que o preço das bombas é altíssimo (andam caríssimas...), que não sobra para o pão da sua gente, ouvi-lo dizer mal do mundo inteiro, com alguma sorte fumar uns quantos charutos (o Fidel tem de os vender a alguém...) e, no final, ficava tudo resolvido. Correndo as coisas muito bem ainda se poderia apresentar a conta da consulta e descontar as viagens nos impostos. É verdadeiramente incrível como ninguém ainda tinha pensado nesta solução miraculosa. Eu apoio-a verdadeiramente. Até pago o bilhete do interlocutor. Desde que para resolver o assunto seja Mário Soares o escolhido para ir ter com o terroristas...
 

posted by VLX on 11:36 da tarde # (0) comments

AS PEQUENAS NAÇÕES: Sendo totalmente legítimo discutir se a decisão de integrar as nações aliadas que invadiram o Iraque foi ou não a melhor, já não me parece tão legítimo culpar Aznar pelo 11-M (ou Durão Barroso pelos atentados já adivinhados pela esquerda). É que, ao contrário do que hoje parece ser normal - depois dos "bons exemplos" da desgovernação Guterres - as decisões dos governos não devem ser pautadas exclusivamente por sondagens, mas sim por convicções e princípios. Estar ao lado dos nossos aliados, parece-me um bom princípio. Não ceder à chantagem terrorista também me parece um bom princípio. Imputar culpas aos governantes com base apenas nas possíveis consequências das suas decisões, sem lhes discutir o mérito mas apenas pelo medo de represálias terroristas, parece-me uma imensa cobardia. É um argumento que vem sendo usado por alguma esquerda desde o 11-M e que pressupõe ser aceitável e recomendável que um governo tome decisões de maneira a não desagradar a terroristas. No dia em que isso acontecer, seremos ainda mais pequenos.
 

posted by Neptuno on 7:13 da tarde # (0) comments

INDISPENSÁVEL: A leitura do mais recente livro de Bernard Lewis, The Crisis of Islam - Holy War and Unholy Terror. O livro é uma versão ampliada e aprofundada deste artigo de Novembro de 2001, publicado na New Yorker. O livro é, naturalmente, bem mais completo. Mas a leitura do artigo abre o apetite e lança pistas para uma pequena obra de grande utilidade para a compreensão do terrorismo da Al-Qaeda, escrita por um dos mais brilhantes e reconhecidos historiadores do Médio Oriente (act. com a devida vénia ao Crítico Musical.: Autor do recém-apresentado em Portugal, “O Médio Oriente e o Ocidente. O que correu mal?”).
 

posted by NMP on 5:30 da manhã # (0) comments

GUERRA III: Nunca discuti a legitimidade do recente triunfo do PSOE em Espanha. Penso mesmo que a alternância democrática é essencial ao sistema - o que se confirma com casos como o do Prestige ou, a confirmar-se, como o caso da manipulação da informação sobre o atentado, por parte do PP. Ao fim de muito tempo ao leme, os governantes começam a deixam de ser governantes e começam a agir como donos. Veja-se a fase terminal da era Cavaco (excluíndo o próprio).
No entanto e embora se trate de uma promessa eleitoral, Zapatero terá que pesar muito bem as consequências de uma retirada espanhola do Iraque, no rescaldo do atentado. As circunstâncias mudaram por completo. E não será possível pedir à comunidade internacional - índios, cowboys e figurantes - que se abstenha de retirar o sentido de uma tal decisão com o simples pretexto de apenas se tratar de uma mera promessa.
 

posted by Neptuno on 12:28 da manhã # (0) comments

terça-feira, março 16:

APELO PUNGENTE: Já não é a primeira vez que nos vem aqui parar um senhor (talvez até seja uma senhora, desconhecemos), via Google, utilizando para selecção de busca a expressão "crescimento natural do pénis com exercícios".
Após aturada investigação e uma profunda discussão interna, a tripulação concluiu que não se sente capacitada para acudir a este(a) incauto(a) e necessitado(a) cidadão(ã). Não haverá por aí alguém que possa dar uma mãozinha (salvo seja) ?
 

posted by NMP on 10:10 da tarde # (0) comments

OUTRAS GENTES, OUTRAS VISÕES: O argumento de culpabilização do governo espanhol de Aznar pelos atentados de Madrid visto por lentes anglo-saxónicas.
 

posted by NMP on 9:10 da tarde # (0) comments

SOARES, ENCORE: O meu bom VLX anda encazinado com o bochechas, e, em certa medida, compreendo-o: Soares tem sido pouco polido, mas sobretudo demasiado rugoso, para alguém que não está directamente envolvido na bagarre política. Fantasiei sempre, que um Soares idoso e em boa forma, seria sobretudo um Catão-o-Velho, que na pena de Cícero, é para mim o ideal de velhice: sageza, desprendimento, boa-vida. Mas também uma ajuda inestimável na elaboração da memória colectiva de uma comunidade. Parece-me que Soares está mais a reescrever as suas memórias, fruto de uma necessidade de actualização de agenda, do que a contá-las aos seus netos, que somos todos nós.
Mas eu, no parapeito dos quarenta, aprendi, em alguns casos à força, que o passado contém uma vida própria, autónoma. E assim esqueço docemente as alergias do Soares de hoje. Quando o vejo ou ouço, resistente ao silêncio, recordo sempre o que lhe devo como anónimo habitante da politeia. E calo-me.
 

posted by FNV on 8:55 da tarde # (0) comments

MEU CARO PEDRO, guarda os charros para o fim de semana ! Já não tens idade nem cabedal para andares a fumar dessas coisas que fazem rir durante a semana.
 

posted by NMP on 7:59 da tarde # (0) comments

TEMOS PRESIDENTE ! Numa altura em que algum revanchismo político inconsciente chega ao delírio de defender a retirada imediata das tropas ocidentais do Iraque, o senhor Presidente da República portuguesa (que já foi várias vezes criticado duramente neste blogue) fez uma declaração como se impunha.
Há meses que aqui argumento que, independentemente do que se passou durante a decisão em invadir o Iraque, a situação há muito que se alterou. E que só a inconsciência ou a cegueira política de alguns, pode fazer achar que retirar agora, sem completar o trabalho, é uma solução para o problema.
A questão não é retirar, mas sim envolver mais gente e vontades. Mais países democráticos e as suas forças. Sair agora era dar um triunfo moralizador aos que, no mundo islâmico, se opõem a todas as tentativas de modernização e reforma. Os comunicados a propósito dos atentados de Madrid e o facto de os fundamentalistas terem despachado milhares de fanáticos para o Iraque são a prova mais cabal do que está em causa. Esse bando de fanáticos sabe bem o que está em jogo.

P.S. - Como é óbvio a intervenção no Iraque não é, nem nunca foi, a única linha de luta pelos valores democráticos, contra o islamismo radical. Muito mais se terá de fazer, como por exemplo a ajuda ao desenvolvimento económico e social das populações árabes e o apoio a grupos moderados da sociedade civil islâmica. Mas os últimos desenvolvimentos atribuem agora ao sucesso da operação Iraque uma importância capital.
 

posted by NMP on 7:20 da tarde # (0) comments

MÁRIO SOARES E A FAMÍLIA BARROSO: Mário Soares veio dizer que “o Barroso” devia tirar as devidas ilações, ou consequências, ou interpretar os resultados das eleições em Espanha, acrescentando “ele sabe o que eu estou a dizer”. Como imagino que não se esteja a referir ao nosso 1º Ministro, Durão Barroso, pois isso seria referir-se ao mesmo de forma demasiado prepotente, arrogante e petulante, imprópria do que deve ser um antigo Presidente da República, incluindo o próprio MS, e porque utiliza frases demasiadamente corriqueiras e ambíguas, adequadas a certos treinadores de futebol, só se pode pensar que estivesse a falar de alguém da sua família. Deve ser propaganda a qualquer coisa que o sobrinho - Dr. Alfredo Barroso - irá escrever no Expresso da próxima semana sobre as eleições em Espanha. Aguardemos para ver.
 

posted by VLX on 3:12 da tarde # (0) comments

PRA DESANUVIAR: Via Antena 3, descobri Meshell Ndegeocello e o seu Comfort Woman. Bom, da linhagem de Gaye e Curtis Mayfield, clin d'oeil a Prince (em Come smoke my herb); uma espécie de Neneh Cherry em competente. Dos álbuns anteriores, vale a pena ouvir a excelente versão de Make me wanna holler (em Peace beyond Passion). Muitas faixas dos vários álbuns disponíveis on-line (clicar em albums).
Para fruir totalmente a música, convém esquecer o aspecto feérico do site, a abarrotar de merchandising ("do you have your Meshell AOL icon?" ); e não leiam a parte onde se explica que Ndegeocello é um nome escolhido pela criatura, que significa "livre como um pássaro" em swahili.
 

posted by PC on 2:02 da manhã # (0) comments

OBJECTIVOS E VITÓRIA: A vitória do PSOE não foi uma vitória da Al-Qaeda. Ao contrário de quem não sabe medir adjectivos quando ataca a Administração Bush (não é necessário nomeá-los, há muitos pela blogosfera), conhecemos bem o peso das palavras e há um oceano de diferenças entre um partido democrático eleito num processo democrático e um bando de assassinos canalhas.
No entanto, a confirmar-se esta notícia, a Al-Qaeda pode ter conseguido os seus objectivos (o que em nada retira legitimidade aos resultados das eleições em Espanha, é melhor escrever isto antes que venha aí a Brigada da Esperança chamar-me fascista). Claro que espíritos mais conspirativos carregados de boa-fé só verão aqui pura propaganda americana e imperialista. Mas, antes de ceder a tentações idelógicas e a análises básicas e simplistas, era bom que estes dados fizessem os novos governantes espanhóis ter second thoughts em relação a algumas das suas opções.
Há uma falha lógica nos que afirmam que a situação no Iraque não tem nada que ver com o combate ao terrorismo: se assim é, porque é que os terroristas, nos seus comunicados, fizeram tão claramente essa ligação ? Perante esta situação, só há uma conclusão a retirar: como as coisas hoje se apresentam, uma retirada das forças ocidentais do Iraque será objectivamente uma vitória da Al-Qaeda. A democratização do Iraque, com ou sem ONU, de preferência com ela (como a administração americana há muito tenta) tornou-se a peça central na guerra contra os fundamentalistas islâmicos. Macabras ironias do destino.
 

posted by NMP on 12:36 da manhã # (0) comments

KISSINGER: "In the end, collective security fell prey to the weakness of its central premise - that all nations have the same interest in resisting a particular act of agression and are prepared to run identical risks in opposing it. Experience has shown these assumptions to be false. No act of agression involving a major power has ever been defeated by applying the principle of collective security. Either the world community has refused to assess the act as one which constituted aggression, or it has disagreed over the appropriate sanctions. And when sanctions were applied, they inevitably reflected the lowest denominator, often proving so ineffectual that they did more harm than good.

in Diplomacy, 1994.
 

posted by FNV on 12:30 da manhã # (0) comments

segunda-feira, março 15:

FAZER O JOGO DELES: Raramente o FNV e eu estamos de acordo em matéria política. Mas aqui, decididamente, nunca a análise política mainstream me pareceu tão longe da realidade.
Todos procuram dar uma explicação para os resultados das eleições em Espanha que sirva os seus próprios interesses. A esquerda exulta, dizendo que este é o preço da mentira. A direita acidifica-se, afirmando que é uma vitória da Al-Qaeda e, implicita ou explicitamente, do alegado aproveitamento da desgraça e do medo por parte do PSOE.
Mas sobram muitas perplexidades. Primeira: é esta a primeira vez que as sondagens se enganam? Segunda: será crível que um povo com medo, dor e raiva, que foi persistentemente, e à custa de muito sangue, reduzindo a ETA à insignificância, mude o seu voto do PP para o PSOE, supostamente menos "duro" com o terrorismo? Terceira: sabendo-se que a esmagadora maioria dos espanhóis foi contra o alinhamento geo-político de Aznar, não será honesto reconhecer que esse sentimento, formado muito antes do atentado, foi agora expresso nas urnas? Quarta: faz sentido dizer que a retirada das tropas espanholas é uma vitória da Al-Qaeda, como faz o nosso Neptuno, quando essa era uma promessa eleitoral fundamental da campanha do PSOE?
O que nos leva ao mais preocupante, para lá das minudências da análise do que foi: é claro que Zapatero está agora numa posição delicadíssima, dividido entre a promessa que fez e o receio da interpretação que o seu cumprimento possa ter. Ora, como lembra o marujo FNV, será que ainda não perceberam que insistir na vitória da Al-Qaeda é precisamente fazer, por eles, o jogo dos terroristas? Será que ainda não perceberam que isso ainda é parte do mesmo esquema de terror e condicionamento que o terrorismo quer impor? O que será preciso para se entender que as sociedades democráticas devem fazer as suas opções, sejam elas quais forem, e apresentá-las como vontade genuína do povo, sem se deixarem condicionar, de uma forma ou outra, pela chantagem terrorista?
Convinha reflectir sobre isto: não são as decisões dos órgãos democraticamente eleitos que podem constituir triunfos do terrorismo; o triunfo do terrorismo está na atribuição dessas decisões ao medo. E, aí, o terrorismo já está a ganhar.
 

posted by PC on 11:34 da tarde # (0) comments

GUERRA II: No seguimento do meu post anterior com o mesmo título e caso se confirme a intenção de retirada das tropas espanholas do Iraque, então o atentado de 11 de Março terá sido o maior êxito registado pela Al-Qaeda até à data, na sua guerra suja contra o mundo ocidental. Em que a vitória não é uma qualquer ocupação territorial mas sim o condicionar dos comportamentos e decisões políticas pelo medo.
 

posted by Neptuno on 6:54 da tarde # (0) comments

ARRUMAR IDEIAS II: Via Barnabé, leio o post da Sara, no Blasfémias, (links na coluna da direita), que reflecte pelos vistos, como diz o nosso P.C., um sentimento comum: "A Espanha pagou o resgate", ou seja, acobardou-se, e "a Al Quaeda venceu as eleições", isto por entre elogios à resistência e combatividade americana. No post anterior, descrevo este raciocínio como errado, mas há mais; Se esta tese vingar, os auto-proclamados defensores da civilização ocidental, estarão a prestar um inestimável serviço aos terroristas fanáticos: oferecem-lhes o mot d'ordre que eles tiveram a inteligência suficiente de ainda não enunciar. Pois que não precisam, afinal.

PS: Fica por perceber, se como toda a gente diz, a Espanha está económicamente pujantíssima, porque é que o PP foi mandado para casa. Dois factores, para além do desgaste de 8 anos, se me afiguram decisivos: a participação da Espanha na coligação bélica, que foi muito debatida e antecedeu em muito o atentado, e o caso Prestige, estranhamente ignorado pelos analistas lusos. Estive na Galiza meio-ano depois, e percebi fácilmente a revolta supra-partidária contra a péssima gestão operacional do caso, mas também contra a manipulação da informação, e portanto, aí sim, da verdade.
 

posted by FNV on 11:59 da manhã # (0) comments

ARRUMAR IDEIAS: Subscrevo em absoluto o post do nosso P.C., Recorrências: o PP caiu de podre, ou seja encolheu até à sua base fiel, perdendo o voto do chamado eleitorado flutuante, como é natural que caia um partido com 8 anos de poder. Minorar a mudança com o pretexto do policiesco debate em torno da autoria do massacre, ou acusar os espanhois de medricas, é claríssimo sinal de desprezo pela boa e velha democracia burguesa. E isto aplica-se tanto aos perdedores como aos vencedores, quando estes últimos afirmam que o povo castigou a participação espanhola no Iraque, e as suas consequências.
Há algo de desonesto e de tenebroso no discurso "agora vão cair todos", numa alusão aos governos da infiel Aliança. Em primeiro lugar porque quem o reclama, o faria sempre com ou sem intervenção no Iraque: os EUA e seus amigos são também, sempre, o Mal no mundo. Depois porque esta gente pensa ( mal, na minha opinião, como defendo acima), ter descoberto a pólvora: queres mudar um governo, clica www.alqaeda.com. O problema é que quem queima os dedos não são eles.
 

posted by FNV on 10:41 da manhã # (0) comments

VITÓRIA DA DEMOCRACIA E NOVOS DESAFIOS: A vitória do PSOE foi uma vitória democrática e uma bonita manifestação das virtualidades dos mecanismos do nosso sistema. Diminuiu a taxa de abstenção, o que alegra todos os democratas e ganhou, muito legitimamente, quem obteve mais votos. Se foi uma vitória do terrorismo e do medo ou reforçará a esperança e a capacidade de resistência, com o tempo se verá.
Foi uma vitória surpreendente. Escrevi ontem aqui que achava que os atentados não mudariam o sentido geral do voto (está visto que não sirvo para comentador e autor de previsões). Enganei-me, menosprezei o ambiente emocional pós-atentado, que mobilizou mais 2 ou 3 milhões de eleitores que se iriam abster e terão na sua maioria votado no PSOE.
É um pouco espúrio tentar encontrar explicações na gestão da crise pós-atentado. Os resultados eleitorais dependem sempre de uma série de factores inseridos num contexto mais geral que terão eventualmente ampliado o efeito dos eventos dos últimos dois dias, mas que não retiram validade nem legitimidade aos resultados. Uma lição no entanto que todas as democracias devem tirar é que o que se passou em Espanha não foi bonito e não sossega o espírito dos que acreditam na democracia, nem do lado da suposta manipulação da informação por parte do Governo, nem do lado de quem convocou manifestações "espontâneas" para explorar emocionalmente esse clima de desconfiança. A ameaça que enfrentamos e pode pôr em causa o nosso modus vivendi democrático é demasiado séria para podermos mostrar estas fraquezas em frente dos nosso inimigos. Provavelmente, levaremos todos algum tempo até aprender a lidar com este novo tipo de pressão. Uma opinião pública europeia "amolecida" por mais de 50 anos de paz, garantida pelos americanos, terá necessariamente de se adaptar. Mas temos de o fazer urgentemente, porque os terroristas percebem notoriamente como lidar com as vulnerabilidades de sociedades democráticas.
Espero, para bem do Mundo, que não haja uma alteração súbita ou demasiado vincada da política espanhola em relação ao Iraque, porque isso certamente fragilizará a guerra global contra o terrorismo (o Iraque é hoje um dos palcos dessa guerra e essa batalha não pode ser perdida). Afinal de contas, esta foi uma das exigências dos terroristas e não era nada bom sinal começar um mandato, sob o clima de chantagem actual imposto por estes bárbaros assassinos, cedendo ás suas reivindicações.
Cá estaremos para seguir e comentar e assistir ao despertar de algumas mentes para os novos perigos do mundo, quando o 11 de Março se repetir em Paris, Berlim, Londres, Roma ou Lisboa e por essa Europa fora e EUA. Acho até que, independentemente dos resultados eleitorais que possam ocorrer durante o ano de 2004, a escalada terrorista reaproximará inexoravelmente EUA e Europa. Como muito bem e friamente coloca a questão o Liberdade de Expressão nestes 3 posts, a realidade não se compacede com falinhas mansas.
Quanto a Portugal (que é o que mais nos interessa) concordo totalmente com o que o Paulo Gorjão aqui escreveu.
 

posted by NMP on 4:41 da manhã # (0) comments

RECORRÊNCIAS: Como era de esperar, já corre por aí (e, ao que parece, por aqui no Mar Salgado) a ideia de que a vitória do PSOE foi uma vitória do terrorismo, que conseguiu condicionar os eleitores espanhóis através do medo, ou, indirectamente, através de eventuais inabilidades do Governo na gestão do problema.
Como se fosse verosímil que um povo que periodicamente põe na rua centenas de milhares de pessoas em manifestações de cara descoberta contra o terrorismo (com risco, muitas vezes, da própria vida) alterasse o sentido do seu voto em grau suficiente para influenciar as eleições.
Como se fosse possível que um povo que pôs na rua 11 (onze) milhões de pessoas em dor deixasse de votar no PP por causa do medo da Al-Qaeda, ou da forma como o Governo lidou com a questão.
Sempre me repugnaram estas menorizações do eleitorado. Alguém se lembra do discurso do PCP, durante décadas a fio, atribuindo as suas sucessivas derrotas eleitorais à "manipulação" dos eleitores pela direita?
 

posted by PC on 4:20 da manhã # (0) comments

MEDO II: O terrorismo contabilizou a sua primeira vitória. A eleição do PSOE foi, de forma algo paradoxal num país acabado de sair de um ataque terrorista, uma vitória da Al-Qaeda. O objectivo da bomba no dia 11/03 consistiu, a par da demonstração da capacidade de actuar no coração da Europa, numa manipulação da política Europeia. O que coloca o PSOE num grande dilema.
A pergunta que todos os Espanhóis agora fazem é: Como vai ser conduzida luta contra este terrorismo? Visto que a luta contra o terrorismo está hoje em dia indissociavelmente ligada à condução da política externa, o novo governo Espanhol tem pela frente duas grandes opções:
Ou continua a luta contra o terrorismo de forma ainda mais empenhada, dando o braço aos EUA, o seu maior combatente, o que entra em contradição moral com o pensamento actual dos partidos de esquerda europeus, ou então opta por mudar as suas opções de política externa, mandando retirar as tropas Espanholas do Iraque, o que seria rapidamente entendido pela Al-Qaeda como uma grande vitória e visto animosamente pelos EUA, que acusariam Espanha de baixar os braços e de fugir nesse objectivo máximo que é a luta contra o terrorismo.
Sem dúvida vai ser difícil escolher um Ministro dos Negócios Estrangeiros...
 

posted by TRM on 3:34 da manhã # (0) comments

GUERRA: Não sei se o PP em Espanha perdeu por causa da gestão da informação relativa ao atentado. No entanto, confirmando-se a autoria da Al-Qaeda, é bom que todos os que partilham dos valores das democracias ocidentais - mesmo aqueles cuja cidade ou cujo país não tenham sido palco de atentados - percebam que estão em guerra. Em querra contra uma organização que, pura e simplesmente e por quaisquer meios, pretende destruir o mundo em que acreditamos. Dar cobertura política a terroristas é, ainda que involuntariamente, engrossar as fileiras do inimigo. E, como alguém já disse, não perceber que há uma guerra é meio caminho andado para a derrota.
 

posted by Neptuno on 12:43 da manhã # (0) comments

domingo, março 14:

FASCINANTE: O PP está no poder há 8 anos, duas legislaturas. Já no final, cuidou muito mal do caso Prestige, o que por si só, o deveria ter feito perder, como perdeu, as eleições. Os repórteres (???) da SIC repetem, incansáveis, que o PP perdeu por causa da gestão que fez do atentado ocorrido hà 72 horas, porque "o povo não gosta que lhe mintam". O crime? O governo ter atribuído a coisa a ETA, mesmo se o mesmo governo, logo no dia do massacre, esclareceu ter sido encontrado numa carrinha, um livrinho de apontamentos em arábe ( dialecto pouco usado em Bilbau).
Enternece e sobretudo fascina, o despeito de alguns media portugueses pela desconfiança inicial face à ETA. Com efeito, não lembrava ao diabo atribuir aos simpáticos separatistas uma coisa daquelas. Mas fascina-me ainda mais estes demiurgos interpretarem com este rigor a alma espanhola e o abc da sociologia eleitoral.

PS I: Parece que a Esquerda Unida foi varrida do mapa eleitoral. Um idiota como eu, julgaria que tal se deveu ao voto útil no PSOE. Mas a malta da TSF e da SIC deve achar que se trata de uma punição: o povo confundiu-os com a Al Qaeda.
PS II: Se tivesse sido o PP a promover uma manifestação televisiva com porta-chaves, no período de reflexão, e se por coincidência viesse a ganhar as eleições, o que não iria por aí: "pressão miserável dos fascistas" sobre "o povo recolhido em reflexão", e outros mimos.
 

posted by FNV on 9:08 da tarde # (0) comments

BONS VENTOS, parafraseando o meu companheiro P.C., me parece que sopram de certas bandas. Em matéria de esquerda-viva blogosférica, os meus opinion-maker favoritos são o Barnabé, o Terras do Nunca e o Glória Fácil, (links na coluna direita). Na ressaca da matança de Madrid o Barnabé foi o mais profícuo, o JMF não estando por cá, o Glória o menos produtivo. E o Barnabé esteve bem no essencial: separando o que havia para separar ( matança, do resto), dividindo o que tinha de ser dividido (políticas à parte). Discordo apenas, na área de separação (na outra discordo de mais coisas), da defesa que fazem da utilização do termo "fascizante" para descrever o atentado. O termo tem um lugar específico numa mecânica de Estado, cinéticamente dedicada a imobilizar a cidadania e a participação, vendo-se mal como pode ser aplicado ao terrorismo global. Isto para já não falarmos da esperteza saloia que é utilizar um termo associado à extrema-direita para descrevermos acções de movimentos associados, mal ou bem, à extrema-esquerda: culpa de alguns compagnons de route que não dispensam os passa-montanhas. Mas o importante, o crucial, o Barnabé não confundiu. Bons ares.

PS: Como tanto sou apodado de fascista por denunciar a complacência crónica para com os crimes do comunismo, como sou apelidado de perigoso esquerdista por propagandear a liberalização das drogas leves, ou ainda de gay-friendly por não me opor à adopção de crianças por casais homossexuais, detesto de facto os polícias do pensamento. Cabeça confusa como sou, esses tipos fazem-me muita confusão. Mas não me parece que o link que o meu caro amigo P.C. me aconselhou (ver abaixo), se enquadre na dita actividade, mesmo que metafóricamente: a verdadeira "patrulha" não mata, mas mói.
 

posted by FNV on 4:58 da tarde # (0) comments

O HOMEM NÃO É FILÓSOFO, É BRUXO ! O nosso companheiro filósofo de longa jornada bloguística Américo, do imprescindível Retórica e Persuasão, deu a conhecer o seu 176º excerto de um livro não anunciado. Publicou-o no seu blogue no passado dia 10 de Março, na véspera dos atentados de Madrid. É de uma premonição tal, relativamente à discussão que se seguiu sobre os putativos autores do acto terrorista, que chega a ser arrepiante.

Mas para além dos factos e das verdades, o orador recorre também às chamadas presunções, que não apresentando a mesma garantia que aqueles, ainda assim, permitem fundar uma convicção razoável. Em certas situações retóricas serão mesmo um recurso argumentativo indispensável. Estão ligadas à experiência comum, ao senso comum, são elas que nos permitem orientar na vida. Fundam-se numa certa constatação estatística e assentam na convicção de que o que acontece habitualmente em cada situação de vida, é o normal. É neste contexto que poderemos, por exemplo, considerar as presunções de credibilidade natural, de ligação acto-pessoa e ad hominem, como praticamente omnipresentes em todas as situações retóricas. Com duas reservas, porém: primeiramente, a presunção tem sempre um carácter provisório, podendo vir a ser contraditada pelos factos; depois, como a noção de normal que está subjacente a toda a presunção é sempre mais ou menos ambígua, logo que sejam dados a conhecer os factos e a causa, a presunção pode vir a ser considerada não aplicável na ocorrência. Estaremos então perante uma tentativa de inverter a presunção que favorece a tese do adversário, tirando partido do efeito mais imediato de uma presunção, que é o de impor que sejam apresentadas provas àquele que se opõe à sua aplicação.
 

posted by NMP on 7:48 da manhã # (0) comments

POLÍCIAS DO PENSAMENTO: Fica aqui um link para o nosso FNV, sempre tão atento a denunciar os polícias do pensamento, onde quer que eles se encontrem (link via Gabriel Silva, que comenta a notícia no Blasfémias). Por vezes, a realidade ultrapassa a metáfora.
Espero que os "sim, mas...", de que falava no post anterior, não comecem já.
 

posted by PC on 4:56 da manhã # (0) comments

INSTAURAÇÃO DE UM TEMPO NOVO?: Raros são os momentos de tão alargado consenso. É bom que todos, sem excepção, condenem veementemente os atentados de Madrid. É bom ver toda a gente repetir até à náusea que nada, mas mesmo nada, justifica a carnificina dos inocentes.
Este pode ter sido um primeiro passo. Espero sinceramente que, agora que o drama é mesmo ali ao lado, a súbita vaga de humanismo fraterno se mantenha no futuro. Mas suspeito que, quando o sangue secar, regressarão as divergências quanto à definição do terrorismo, o discurso sobre a inevitabilidade dos danos colaterais, a complexidade das situações, a necessidade de olhar aos fins últimos. Os tais "sim, mas...".
 

posted by PC on 4:31 da manhã # (0) comments

CONFIRMAÇÃO II: Parece ter sido a Al-Qaeda. Que isso não nos retire a coragem e não nos faça mover um milímetro do percurso que é certo e correcto e do modo de vida democrático, ao fim e ao cabo aquele que mais completamente descreve a liberdade humana. Poderemos vir a ser alvo de atentados e haverá quem culpe e acuse pessoas e políticas pelo facto: será um aproveitamento indecoroso pois não há motivo, não há política, não há acção ou omissão deste ou de qualquer outro governo que justifiquem, atenuem ou expliquem os selváticos e cobardes ataques terroristas. Estes últimos matam e ferem indiscriminadamente homens, mulheres e crianças, pessoas de direita e de esquerda, militares e civis, religiosos e agnósticos, ninguém escapa. Daí que a luta contra este tipo de gente seja de todos nós.
 

posted by VLX on 12:34 da manhã # (0) comments


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