Mar Salgado

sábado, março 13:

CONFIRMAÇÃO: Parece que os atentados de Madrid foram reivindicados pela Al-Qaeda. Reafirmo o que ficou dito nos posts abaixo.
Quanto à ETA e a um pedido de desculpas à associação de alguma esquerda com ela, como despropositadamente sugere o Rui, devo dizer que apenas me ocorre aconselhar certa esquerda (minoritária é certo), que por vezes flirta com esses assassinos bascos, a escolher melhor as suas companhias.

P.S. - Resta ter esperança que o facto de durante dias a hipótese ETA ter surgido como razoável aos olhos de tanta gente, nomeadamente da esmagadora maioria da população espanhola e até basca, faça pensar alguns.
 

posted by NMP on 11:56 da tarde # (0) comments

A ESQUERDA É TODA IGUAL: Tenho por bem que as pessoas devem assumir os seus erros, assumi-los pessoalmente, primeiro, e, em segundo lugar, se for caso disso ou se quiserem, fazê-lo publicamente. Por isso o faço aqui e agora: estava enganado. Redondamente enganado.
Durante anos pensei que a nossa esquerda, que a esquerda portuguesa era a pior de todas (com excepção, claro, do caso francês, onde até a direita parece de esquerda) e sem o mais pequeno sentido de Estado. Durante anos pensei que só a nossa esquerda - com o bloco a liderar mas não esquecendo os líderes socialistas que há uns anos afrontavam a lei e a ordem passando a ponte sobre o Tejo em total desrespeito pelas normas democráticas – era capaz de organizar situações como a que vimos hoje em Madrid. Afinal são todas iguais e não têm o menor pejo de se aproveitarem barbaramente das catástrofes para atingirem os seus fins, quaisquer que eles sejam, nem a mais pequena vergonha de violarem as normas democráticas, se isso lhes der jeito.
Aquela manifestação ilegal que vimos hoje, só a pensava possível cá, onde a nossa esquerda age de tal forma que quase que parece ter torcido por que um agente da GNR fosse ferido no Iraque, exultou quando uma jornalista foi ferida, acusando o Governo do facto, e sonha com um atentado no Euro 2004, se isso se converter em votos nas eleições. Exagero, muito provavelmente, mas quase que parece.
O que se passou em Espanha, repiso, só imaginava possível cá. O governo espanhol dirigiu as suas suspeitas iniciais contra a ETA? Muito provavelmente: é a história do pastor mentiroso ou a do cesteiro que faz um cesto. Deveria desconfiar de quem? Do IRA? Em dois dias o governo espanhol já apontou as baterias contra a Al Qaeda e deteve vários suspeitos. Deveria andar a fornecer informações preciosas sobre as investigações? Deveria ter sido mais rápido nas detenções? Deveria ter espantado a caça? Deveria ter sacrificado as suas investigações e a protecção do seu povo para tornar público o que deve ser secreto? Tenham juízo! Deparamo-nos com os piores criminosos de todos, com aqueles que não respeitam a vida humana, mesmo tratando-se de mulheres e crianças, e esse tipo de selvagens tem de ser tratado com bastante cuidado, não é tornando públicas as suspeitas durante uma investigação. É que mesmo que estejam eleições a decorrer, a segurança de um povo e de um país é muito mais importante do que os interesses políticos de alguns grupos partidários.
 

posted by VLX on 11:54 da tarde # (0) comments

A LÓGICA DA AVESTRUZ: Um raciocínio surgiu, e anda por aí pela boca, pela pena e pelo teclado de gente muito respeitável, que nos diz que se os autores da tragédia de Madrid for gente ligada à Al Qaeda isso é uma caução das teses pacifistas da esquerda e que se for a ETA então a direita verá as suas teses reforçadas. Implícita nesta putativa lógica está a ideia de que a Al-Qaeda ou os fundamentalistas islâmicos só atacariam países que apoiaram os americanos na intervenção no Iraque. Este raciocínio tem sido ouvido sobretudo à esquerda. O que nos dá boa conta do mundo irreal onde grande parte da esquerda tem andado nos últimos tempos.
Seguindo este raciocínio, somos forçados a concluir que os atentados de fundamentalistas islâmicos durante os anos 90 em França, as ameaças de Bin Laden em 1999 a Portugal devido ao processo de indepedência timorense, o 11 de Setembro, os atentados na Indonésia, Turquia, Marrocos, Arábia Saudita, Moscovo, etc. foram todos fruto da colaboração com a invasão do Iraque... em 2003.
A Al Qaeda é uma rede que tem tanto de central de comando e logística de actos terroristas como de disseminadora de uma ideologia fanática por outros grupos integristas islâmicos. O inimigo da Civilização, da Democracia, da Liberdade, no Ocidente ou no Mundo Islâmico, é esta ideologia. Que é usada sem escrúpulos por criminosos tipo Bin Laden ou ditadores oportunistas como Saddam (que, nos últimos tempos e para quem não se lembra, se comparava a heróis do Islão e declamava versos do Corão em intervenções públicas).
Esta ideologia não chegou de repente. Avançou pé ante pé durante os anos 90 em todo o mundo árabe (lembram-se da Argélia e da vitória da FIS ?) e nas comunidades islâmicas instaladas no Ocidente. O avanço da globalização, da liberdade de informação e circulação, significou para esta ideologia a possibilidade de montar operações como o 11 de Setembro e, quem sabe se o 11 de Março.
Uma parte da esquerda, seja por generosidade inconsciente que conduz ao pacifismo ou por ressaibo ideológico que considera, consciente ou inconscientemente, que tudo o que atinja aos americanos é sempre bem feito, não quis compreender isto a seguir ao 11 de Setembro. Porque o 11 de Setembro marcou um ponto de viragem. Ao atacarem o único país do mundo com capacidade de intervenção global, os fundamentalistas islâmicos começaram uma guerra global. A Europa, que previamente já tinha sido atacada, não tem meios para responder. Não é o caso dos americanos. A intervenção no Iraque tem de ser vista a esta luz (os fanáticos islâmicos perceberam imediatamente o que estava em causa, despachando para o Iraque milhares de fanáticos).
Se se confirmar que o 11 de Março foi de autoria de grupos islâmicos radicais, isso apenas significa que foi mais um passo, mais uma batalha nesta guerra global. Uma guerra deste tipo exige a unidade dos que acreditam nos valores da tolerância, da democracia e da liberdade. A esquerda tem tradições nobres nesta matéria. Mas, encurralada no seu labirinto de demagogia pacifista criado a propósito da guerra do Iraque, prefere agora a propósito de mais um ataque ignóbil prolongar a sua argumentação sobre a questão iraquiana até ao limite do absurdo e da má-fé. Mostrando total incapacidade de compreensão e reacção perante o que está em causa nesta guerra (o melhor sinal é que evitam esta palavra para caracterizar o estado actual do Mundo). Intelectualmente comportam-se de forma bem semelhante aos que recusaram ver o avanço hitleriano nos anos trinta e o do estalinismo na Europa de Leste no pós-guerra.
Perante uma realidade que não querem enfrentar, há à esquerda quem prefira entreter-se com subtilezas sobre quem beneficia com o apuramento dos autores do atentado de Madrid. O que me espanta é que ninguém se dê conta de uma conclusão cruel, mas óbvia, deste frívolo exercício: a esquerda e os seus argumentos sairiam beneficiados se os autores deste atentado fosse o nosso (de todos nós, de esquerda e de direita) Inimigo mais temível. É meter a cabeça na areia para, não vendo o Inimigo, concluir que ele não está lá.
 

posted by NMP on 9:43 da tarde # (0) comments

O MUNDO E A FÁBULA: Exibindo os tradicionais desrespeito e desprezo pela regra democrática, a esquerda festiva espanhola, em bela sincronia, aproveitou o dia de reflexão para sarrazinar o PP. Os media portugueses, em êxtase proto-orgástico, já imaginam o impacto negativo que tais festarolas terão sobre os resultados eleitorais do partido de Aznar. Domingo falamos. (Parece que o crime governamental foi ter escolhido que o atentado se desse a três dias das eleições, e ter demorado 72 vergonhosas horas a descobrir os culpados. Como se tivesse tratado de um anódino acidente de viação).
 

posted by FNV on 9:43 da tarde # (0) comments

EXPLORAÇÃO EMOCIONAL: Fruto de pura intuição parece-me que os atentados de Madrid são obra da Al Qaeda. Poder-se-á eventualmente descobrir uma cooperação da ETA ou alguém a ela ligado - afinal de contas o mercado negro de explosivos espanhol não deve ser assim tão grande e não estamos a falar de materiais que se comprem em supermercados. No entanto, tudo isto são suposições, que as recentes prisões de árabes não vieram clarificar totalmente. E que não serão esclarecidas a tempo das eleições de amanhã. Investigações deste tipo levam o seu tempo.
Entendo que estas dúvidas não terão qualquer efeito nas eleições. O povo espanhol acorrerá em massa às urnas e votará como pensava votar antes dos atentados. Eventualmente, os acontecimentos de anteontem farão diminuir a abstenção mas o impacto desse efeito no resultado eleitoral é algo que é impossível prever.
Numa escala menor, é certo, já tivemos um exemplo parecido em Portugal. Em 1980, Sá Carneiro e Amaro da Costa faleceram em circunstâncias estranhas a dois dias das eleições presidenciais. A emoção generalizada então gerada e a natural especulação sobre o acidente ou atentado não tiveram qualquer influência no desfecho eleitoral.
Estou convencido que as opiniões públicas de países com democracias maduras são muito menos manipuláveis do que alguns julgam. E nas horas decisivas a esmagadora maioria sabe distinguir o que é natural emoçáo colectiva do que é do domínio da decisão e convicção individual. Os efeitos do voto emocional anulam-se (haverá certamente algum voto eleitoral emocional, mas no caso espanhol parece-me que se distribuirá equitativamente).
Sei que há exemplos que contrariam esta minha opinião: na Holanda, por exemplo, o assassinato de Pim Fortuyn levou a um aumento da votação na sua lista. Mas não alterou o sentido dos resultados indicados pelas sondagens que davam (e foram confirmados pelas urnas) a vitória ao partido de direita moderada.
Em Espanha as sondagens davam, antes dos funestos eventos, clara vantagem ao PP que estaria à beira da maioria absoluta. Por isso se de facto houver um efeito emocional ele só poderá ser visível se os resultados forem muito diferentes destes. Ou seja, se o PSOE ganhar ou diminuir a vantagem do PP indicada nas sondagens. Ficamos assim a saber a quem convém o exacerbar deste clima emocional, com manifestações grotescas e hipócritas em dia de reflexão.
Estes lamentáveis desenvolvimentos baseiam-se num raciocínio que anda à solta por aí (na blogosfera e em grande parte da imprensa) e que indica que se o autor do atentado for a Al Qaeda o beneficiado será o PSOE e que se for a ETA isso garantirá a vitória do PP. Esta lógica (?), para lá de ser tudo menos inocente, é profundamente errada e passa completamente ao lado das questões fundamentais que o 11 de Março de Madrid nos coloca. Desse embuste trataremos no post seguinte.
 

posted by NMP on 9:06 da tarde # (0) comments

COM INIMIGOS DESTES, NÃO PRECISAM DE AMIGOS: A culpa é a única coisa que sobrevive, intacta, ao massacre. Deve por isso ser tratada com decoro e rigor. Se atribuimos a culpa a outrém, que não aos autores ( políticos, morais e materiais) do massacre, estes passam a ser vistos como um bando de delinquentes psicopatas carecidos de apoio psicossocial e vítimas da sociedade capitalista.
Assim, talvez a Drª Ana Gomes me esclareça sobre um assunto pertinente: o atentado de Madrid foi, na sua douta opinião veiculada na SIC-Notícias, "culpa da Admnistração Bush". Muito bem. E o 11 de Setembro, quando a dita Admnistração ainda estava arrumar a secretária, foi culpa de quem?
And so on, and so on, and so on...

Actualizando: A SIC-Notícias e a TSF estão, neste fim de tarde de Sábado em que actualizo este post, excitadíssimas. E o motivo é uma grandiosa manifestação de 4000 pessoas "ligadas aos movimentos anti-guerra do Iraque", em Madrid, e que exigem a "verdade" sobre o massacre de 5ª feira passada. Pascal, que os topava à distância, sabia que il faut avoir une pensée de derriére, et juger de tout par lá, en parlant cependant comme le peuple.
 

posted by FNV on 10:34 da manhã # (0) comments

APOSTILHA, pedindo emprestado o termo ao nosso colega-blogger de Coimbra, Vital Moreira; nas páginas do Público de ontem, Miguel Sousa Tavares dispara contra o "politicamente correcto" que caiu em cima de Villas Boas, e estabelece a doutrina para recusar a adopção a casais homossexuais: "nunca niguém viu focas lésbicas ou elefantes gay a criar filhotes".
Na altura, discordei aqui no Mar Salgado, das opiniões de Villas-Boas, sem o insultar e sem tecer considerações de carácter pessoal. Aguardo assim, confortávelmente instalado, para ver se no mesmo jornal onde MST escreve, a patrulha lhe cai em cima, com a mesma violência com que caiu sobre Villas-Boas. Vai uma aposta?
 

posted by FNV on 10:21 da manhã # (0) comments

sexta-feira, março 12:

ALMANAQUE DAS INTOXICAÇÕES XI: A propósito da recompensa oferecida pela DEA por informações sobre o paradeiro de Ismael "El Mayo"Zambado-Garcia, prometemos voltar ao tema dos carteis mexicanos.
Os esforços americanos sobre a contenção do tráfico nas Caraíbas e no sul da Flórida, obrigaram os carteis colombianos, no início dos anos 80, a aproveitar as estruturas mexicanas de tráfico de heroína e marijuana, estabelecidas ao longo da fronteira mexicana. O pioneiro foi o hondurenho Juan Ramon Matta-Ballesteros, que desenvolveu o cartel de Guadalajara. Já nos anos 90, o cartel de Cali passa a utilizar traficantes mexicanos, pagando-lhes de início em dinheiro, mais tarde oferecendo-lhes 30 a 50% do lucro de cada carga ( em Boeing's 727) de cocaína. Isto permitiu que os traficantes mexicanos passassem a estar envolvidos directamente na distribuição, o que os fez crescer até alcançarem o seu estatuto actual.
Carteis como o Arellano-Félix, o Amado Carrillo-Fuentes ou o Garcia-Abrego, dominavam no final do anos 90 os entrepostos de cocaína de Tijuana e Guadalajara. Hoje, é Zambada-Garcia quem a DEA considera que é o maior perigo, daí o lançamento da "Operação Trifecta" e a recompensa prometida.
Mas nos primórdios dos carteis mexicanos, em 1987, os EUA ensaiaram uma tentativa de matar a serpente no ovo boliviano: 2000 US$ por hectare de coca queimado. O que se passou foi que três anos depois, este preço tinha caído para um terço; o que levava os camponeses cocaleros sindicalizados do Chaparro a explicar que (nesse tempos) um kg de laranjas custava em Paris sete francos, enquanto que eles tinham de vender uma centena para obter cinco.
Segundillo Montevilla, dirigente sindical, avisava na altura que o que precisavam não era de helicópteros e metralhadoras, mas de um mercado para escoar os seus produtos, estradas, electricidade e escolas. Não o ouviram.
 

posted by FNV on 9:15 da tarde # (0) comments

TERRORISMO NÃO ! O Mar Salgado associa-se, com este post, a uma iniciativa de diversos blogues de condenação total de ataques terroristas como os ocorridos ontem em Madrid e de solidariedade com as vítimas e suas famílias. Publicamos também um poema de Miguel Torga que já foi publicado noutros blogues e que sintetiza os nossos sentimentos quanto a esses cobardes assassinos:

Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
Aos heróis que o não são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!

Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.

Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mundo todo
Que na tua tragédia se redime.

Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!

Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!

Miguel Torga in Poemas Ibéricos
 

posted by NMP on 6:00 da tarde # (0) comments

MEDO: Com a notícia dos atentados em Madrid, soube imediatamente o frenesim informativo e mediático que aí vinha. De facto assim foi e desde logo cedo começaram os comentários televisivos e os artigos de opinião.
Mas para mim foram mais interessantes as ondas de choque que atingiram o povo português e que se reflectiram nas conversas de café, na forma de boca-a-boca.
Por estas conversas consegui perceber que uma das maiores preocupações do nosso povo prende-se com o facto de acharem que o atentado de Madrid foi uma "punição" da Al-Qaeda pelo apoio dado aos EUA e, pela mesma razão, Portugal também acabará por ser "punido". E já se apontam datas, como o 11 de Junho, véspera do primeiro jogo do Euro-2004.
Todas estas preocupações são simplesmente uma coisa: Medo. Os portugueses têm medo do que nos possa acontecer. Por esse medo culpam o Governo, condenando o apoio dado por Portugal à missão no Iraque com frases tipo: "Mas porque é que nos fomos meter nisto"; "Era só o que faltava, por causa de um apoio do Durão ainda acabamos mal", entre outras.
Pois bem, o medo era exactamente o que os terroristas queriam! Criar pânico e terror, nada mais simples. Mas são nestas alturas que assumimos que não há perdão para estes actos, não há desculpas políticas ou religiosas ou sequer negociações. O terrorismo é uma preocupação transnacional que atravessa todo o espectro político. Por muito que custe, temos que encher o peito e assumir a posição. Somos homens ou somos ratos?
 

posted by TRM on 3:52 da manhã # (0) comments

MÁRIO SOARES E A DEMOCRACIA: É lugar comum dizer-se que Soares foi o pai da democracia e o homem deve ter-se convencido disso mesmo. Tanto, que só por ele imaginar que a democracia é dele e que dela faz o que quer e lhe apetece (como faz com o PS) é que se podem compreender as suas últimas atitudes. Daí que não estranhe ao público em geral que Mário Soares diga o que se lhe oferece sobre quem quer, escondendo-se às mínimas consequências. Deve ser da idade. De outra forma compreender-se-ia mal que quem lutou contra a ditadura queira impor a democracia do quero, posso e mando. Com efeito, Mário Soares parece querer ofender as pessoas e a democracia, pode, porque os jornalistas em geral se babam a ouvi-lo e a reenviar a sua mensagem e, quando alguém o chama ao debate, manda dizer que não vai. Assim é fácil!
Mário Soares tem vindo a ofender um partido e o seu líder sempre que pode e até quando não pode. Mesmo admitindo academicamente que aquilo que verdadeiramente o move seja a defesa da sua vida familiar e particular, a sua paz sossegada, os termos em que tem intervindo são inacreditáveis e inaceitáveis numa democracia. E, ainda numa democracia, o facto de se recusar ao debate sobre o que diz é uma verdadeira cobardia.
Entendamo-nos: sempre que fala, Mário Soares tem injustificadamente sujado e ofendido o CDS/PP e o seu Líder. Ora, este último é, nada mais nada menos, do que o Ministro de Estado e da Defesa e o Presidente do terceiro partido mais votado no país. Não é um qualquer: é um daqueles que as pessoas escolheram pelo voto. O terceiro. E Mário Soares, político reformado (menos para o PS), pretende que a sua posição pessoal (qualquer que ela seja) lhe permite ofender pessoa democraticamente votada e eleita. Chamado a debate, diz que está velho e que não discute com novos. Se está velho para debater, não opine, que é o que faz de melhor. Se opina, debata; que é o que faz pessoa séria!
Mas nós sabemos todos porque é que Mário Soares não debate: é porque perde. Mário Soares prefere proferir um conjunto de banalidades do alto da burra - como diz o povo -, sem qualquer tipo de contraditório, pois da última vez que o teve - e eu lembro-me bem - levou dez a zero de um Pacheco Pereira misericordioso e cordial e saiu de maca. Se Mário Soares debatesse hoje (sobre o que quer que fosse) com um Paulo Portas sem o mínimo de piedade, levava vinte a zero e saía em estado de coma. É evidente que Mário Soares não quer isso. Mas eu só estou a falar de se ter ou não a coragem de defender a honra ou de fazer hara-kiri... Mário Soares não tem coragem para nenhuma das duas hipóteses. Então cale-se.
 

posted by VLX on 1:39 da manhã # (0) comments

O MAL É QUANTIFICÁVEL: Uma das noções mais difíceis de transmitir a quem estuda direito é a de que mil vidas humanas não valem mais do que uma só. Em consequência, ninguém tem o direito de sacrificar uma vida humana para salvar outras mil - justamente porque a vida humana é imponderável.
Mas, nos dias como o de hoje, torna-se claro que o mal é quantificável. Não é só a infâmia de atacar pessoas indefesas, inocentes e que se fazem transportar em comboios apinhados para mais um dia de trabalho. São também os números. Não é por acaso que os revisionistas sustentam que o holocausto provocou a morte "apenas" a alguns milhares de judeus. Os números contam. Porque quanto mais numeroso for o mal, mais próximo fica de nós.
 

posted by PC on 12:39 da manhã # (0) comments

quinta-feira, março 11:

MADRID: No meio das chocantes informações que fomos recebendo ao longo do dia sobre o hediondo acto terrorista de Madrid, ainda sobra espaço para "brilharetes" de mau gosto. Segundo ouvi na televisão, a UEFA não permitiu aos clubes espanhóis o adiamento dos seus jogos de hoje para as competições europeias. A ser verdade, que raio de organização é esta? Quem é que toma tais decisões e quem é que tem - e tem de facto - o poder de decidir assim, com tamanha insensibilidade e total desprezo pela previsível censura pública deste belíssimo gesto?
 

posted by Neptuno on 11:50 da tarde # (0) comments

UMA OPORTUNIDADE DE REDENÇÃO: Se se confirmarem as informações que atribuem os atentados de Madrid à Al-Qaeda, era bom que a comoção que os mesmos provocaram fosse aproveitada pela ETA para anunciar o seu abandono das armas.
O terrorismo da ETA, já aqui o dissemos, não é na sua essência diferente do da Al Qaeda. Destina-se a impôr pela violência pontos de vista minoritários e fanáticos. Mas a verdade é que a organização basca cultivou sempre um estilo e um discurso de que não atacava civis indiscriminadamente. Sempre entendi que essas justificações eram balelas.
No entanto, se o atentado fôr de autoria da Al Qaeda e a ETA aproveitar para, renunciando definitivamente ás armas, se demarcar da barbárie fundamentalista que assola o mundo, terei o maior gosto em assumir que estava enganado. Era sinal que as estúpidas e injustificadas mortes de hoje não tinham sido em vão.
 

posted by NMP on 10:43 da tarde # (0) comments

CIRCO DE PULGAS: Os nosso amigos do Barnabé (link na coluna da direita), estão incomodados, estão em pulgas. Vociferam contra abutres e outros rapaces, dedicam textos à ornitologia. Compreendo. Se foi a ETA, é a "resposta ao terrorismo de Estado", se foi a Al Quaeda, é "o troco à agressão imperialista dos cruzados". Trapezistas, estes rapazes aperceberam-se, tarde, que lhes fugiu a rede.

PS:Leiam o comunicado oficial do BE no site respectivo. Vão lá, segurem as tripas, e depois comparem com o texto ornitológico do Barnabé. Assim como assim, prefiro este último: sempre me mexe menos com as ditas.
 

posted by FNV on 9:54 da tarde # (0) comments

MADRID: Hoje sinto-me um bocadinho espanhol. Apaixonado por Portugal, o sentir-me espanhol é raro e penso até que é a primeira vez, mas sinto.
Valerá de pouco, porque sou pequenino, mas sinto-me espanhol. Não serve de nada, porque sou português, e imagino que os espanhóis nos vejam como aqueles tipos dali do lado que amnistiam os seus terroristas, se esquecem de honrar e homenagear as suas vítimas e se abstêm de consolar e respeitar as famílias dessas vítimas, mas sinto-me espanhol. Choro e rezo pelas suas vítimas, tristes e heróicos alvos inocentes de bárbaros ataques terroristas, sem qualquer fundamento que os possa justificar.
Mas já que hoje sentidamente verto lágrimas e murmuro orações pelos mártires do criminoso terrorismo vizinho, vou aproveitar para guardar um pouco de ambas em memória daqueles mártires portugueses que foram igualmente vítimas de vândalos assaltantes de bancos armados em terroristas de 5ª categoria, que por cá derramaram imenso sangue inocente e honrado. Merecem-nas igualmente.
 

posted by VLX on 9:06 da tarde # (0) comments

O LUGAR DA CULPA: Os culpados pelo que se passou hoje em Madrid são quem mandou colocar e quem colocou bombas que mataram inocentes em nome de um qualquer fanatismo de origem nacionalista ou religiosa.
Perante a dimensão da tragédia, a frieza dos assassinos e o planeamento cruel de que uma acção destes tipo carece, as tentativas de encontrar culpas noutros lados, como a ilegalização de um partido com ligações a actividades terroristas ou a participação de tropas espanholas nas operações de segurança no Iraque, surgem objectivamente como manifestações (mesmo que involuntárias) de conivência e cumplicidade intelectual.
Considerem isto antes de escrever disparates.
 

posted by NMP on 6:12 da tarde # (0) comments

O BRUXO DE FAFE: Esteve no estádio do Guimarães - refém de uma nefasta magia negra - segundo o próprio, para exorcizar fantasmas, afastar maus agoiros e erigir a superstição. Consta que o cliente seguinte deste espírita será a casa do nosso PC, onde terá a hercúlea tarefa de exorcizar dragões e personagens da mitologia romana que o atormentam às terças e quartas-feiras...
 

posted by Neptuno on 3:15 da tarde # (0) comments

DE CABEÇA ERGUIDA: As organizações que utilizam o terrorismo como forma de intervenção são em tudo semelhantes. A indefinição das primeiras horas relativamente à autoria dos atentados de Madrid é reveladora. Bem como as esclarecedoras declarações do líder do Batasuna, Orteguí: independentemente de verdadeiras ou não, ao admitirem involuntariamente a possível confusão entre o terrorismo da ETA e o terrorismo dos fundamentalistas islâmicos, elas trazem à luz aquilo que já todos sabíamos - entre a ETA e os fanáticos fundamentalistas da Al Qaeda não há qualquer distinção. Nem nos métodos, nem nos objectivos.
O que importa para estes grupos violentos é a subversão do processo democrático. A criação de condições para uma guerra generalizada, que atribua uma legitimidade às suas causas que não surge através de métodos pacíficos ou democráticos.
Resta-nos impedir que assim seja e responder com os meios ao nosso alcance, dando mostras do nosso total repúdio e participando activamente na vida cívica e política. Os espanhóis certamente estarão à altura dos desafios lançados pelos acontecimentos de hoje, participando em massa nas eleições de domingo. Mostrando aos bandidos que recusam ficar reféns da sua lógica.
 

posted by NMP on 2:18 da tarde # (0) comments

O FESTIVAL DOS CADÁVERES: Pouco me interessa se foi só a ETA ou só fanáticos da jihad, ou os dois em alegre colaboração. Já sei o que vou ler: "não se aceita mas compreende-se", ou "agora a Espanha vê o que é a guerra no seu território"; Ou até o "é um terrorismo separatista contra o terrorismo de Estado", que anos a fio nos habituamos a ouvir da boca do Dr. Louçã, democrata de créditos firmados, quando o assunto é a ETA. Já conheço a catilinária. Todos conhecemos. Bom proveito.
 

posted by FNV on 12:33 da tarde # (0) comments

quarta-feira, março 10:

IMPRESCINDÍVEL: É este longo e excelente texto do Nuno Guerreiro, na sua Rua da Judiaria, sobre o ressurgimento e novas formas do antisemitismo actual.
 

posted by NMP on 5:26 da manhã # (0) comments

QUANDO O ANONIMATO SE DESFIZER, DIZ ELE: Via Grande Loja, acabo de saber que o famigerado rui do Catalaxia (agora Blasfémias) é o Dr. Rui Albuquerque, ao que parece lente da Universidade Moderna, que há uns meses atrás insinuava galhofeiramente, a coberto do singelo nome de rui, que a Universidade de Coimbra se vendia por um prato de lentilhas ao homenagear Dias Loureiro como mecenas de certo projecto de investigação (a discussão, e os termos que rui lhe deu, estão aqui e aqui). Tudo isto rima, tudo isto faz sentido.
Mas não deixa de ser curiosa a irritação do Dr. Rui Albuquerque, ex-rui, com o anonimato de Manuel. De facto, é aborrecido polemizar com anónimos. Até porque, quando se sabe a identidade das pessoas, há conversas que nem vale a pena começar.
 

posted by PC on 12:40 da manhã # (0) comments

terça-feira, março 9:

EXTRA! EXTRA! COMITIVA DO FCP DETIDA À SAÍDA DO REINO UNIDO!: De acordo com notícias veiculadas pela BBC, os jogadores e a equipa técnica do FC do Porto acabam de ser detidos no aeroporto de Manchester pelos Customs locais. O Inspector-Chefe dos ditos serviços exibiu perante as câmaras da cadeia britânica os sacos abertos dos atletas, onde, por baixo da roupa suja, se avistavam, maliciosamente dissimulados, diversos pacotes de leite homogeneizado. Questionado sobre se esse procedimento não violaria o princípio da livre circulação de mercadorias consagrado no Tratado de Roma, o responsável alfandegário adiantou que ainda não se põe um problema de extradição dos suspeitos.
Fontes geralmente bem informadas asseguram que a denúncia partiu de círculos próximos de Sir Alex Ferguson, que terá justificado a mesma com a seguinte frase: "You have to play by the rule. They haven't even bought the fucking milk!".
PS: Um abraço sentido ao Neptuno. Creio que terá várias oportunidades, durante as terças e quartas-feiras dos próximos meses, à mesma hora, para dissertar acerca de Cavaco, Guterres e, quem sabe, o último disco d'Os Anjos.
 

posted by PC on 11:12 da tarde # (0) comments

CAVACO: Há pouco tempo, escrevi no mar salgado que Cavaco seria mais facilmente derrotado por Guterres - nas eleições presidenciais - do que Santana Lopes. Num mundo em que a televisão define os resultados eleitorais, Cavaco seria apresentado como um personagem datado, do século passado, com pouco para oferecer a um país que se quer moderno. Penso que seria esta a estratégia de Guterres.
Curiosamente, também parece ser esta a estratégia de Santana, nas "primárias" do PSD. Ao comentar o lançamento do segundo volume da autobiografia de Cavaco, Santana referiu que não se ocupa de "questões do passado" e que só espera escrever livros daqui a muito tempo porque ainda quer fazer muita coisa pelo seu país. Veremos se a estratégia resulta.
 

posted by Neptuno on 10:23 da tarde # (0) comments

O CONJUNTO: Sem dúvida que para quem gosta de desporto este foi um fim-de-semana em beleza. Não pelas medalhas nos Mundiais de pista coberta, nem sequer pelo grande prémio de F1, mas sim pelo cada vez menos noticiado torneio das 6 nações, que nestes últimos dias mostrou a razão de ser um dos meus desportos favoritos.
Isto porque sucedeu algo que já não acontecia desde 1999 - a Inglaterra perdeu em casa. Desta vez foi contra uma Irlanda pujante, que basicamente humilhou os Ingleses (não sei a razão, mas tenho um especial gozo sempre que a Inglaterra perde, seja no que for! Estou ainda para descobrir o trauma subjacente!). Para os Ingleses, serviu a desculpa de jogarem sem o Martin Johnson e o Jonny Wilkinson (aqule míudo brilhante que à custa dos seus pontapés deu a vitória no último Mundial à nação da rosa).
Em outro jogo, outra surpresa. A Itália derrotou a Escócia por 20-14, mostrando que já é uma pequena potência no rugby, não estando somente a fazer número.
Sem dúvida um torneio a seguir, agora que a França segue à frente e onde uma Inglaterra de orgulho ferido vai tentar provar a razão de ser campeã do Mundo. Quanto a mim comandante, no dia 27 deste mês não remo, pois ninguem me tira de frente do televisor para ver o França-Inglaterra.
 

posted by TRM on 2:57 da manhã # (0) comments

segunda-feira, março 8:

AMERICAN GUN: É um filme menor, de um cineasta desconhecido, e passou despercebido em quase todo o lado. O leading role é de um quase octogenário James Coburn, que morreu pouco depois da estreia da película. Mas é sobre um assunto porco-espinho: a culpa na morte.
A filha de um velho morre, primeiro num vulgar assalto ( como deveria ter sido), depois às mãos do próprio pai (como foi), num lamentável engano ( o velho pensou que lhe estavam a assaltar a casa). Coburn enceta depois, a propósito da arma do crime, uma viagem à procura da neta, reconstituindo a história dos muitos proprietários da arma, para lhe dar ( à neta), a notícia de uma morte. Carrega a culpa, a velhice, o des-sentido.
O filme é menor no mapeamento dos sentimentos que temos diante de uma perda à qual estamos, de uma forma ou de outra, ligados; mas é poderoso porque Coburn compõe um velho contido, prático, e com desejo de viver. Nesse sentido é quase obsceno. Vital, mesmo. Como bebemos, comemos, fornicamos, trabalhamos, depois de uma perda que nos congelou, que nos fez jurar que "nada mais faz sentido"? De que é feita essa ilusão do freudiano eros, o "instinto vital"? Como activá-lo na velhice, o grande tema da psicologia, nas décadas que aí vêm, ou em qualquer outra altura?
Talvez que uma perda essencial, e só essa, nos remeta para uma condição de solidão e de desprotegimento tal, que uma campainha de alarme soa. Esse alarme, assinala a nossa distracção face a uma fraqueza insuspeitada até então, e daí a culpa; culpa pela nossa fraqueza, pelo nosso desleixo. A vulnerabilidade revelada, mobiliza então forças quase demenciais, que nos fazem percorrer meia-América à procura de um motivo para tomar o pequeno-almoço. É o que faz correr Coburn?
 

posted by FNV on 11:46 da tarde # (0) comments

ZELLIG NO BENFICA? É a contratação do ano. Lembram-se desse extraordinário filme de Woody Allen, sobre um personagem psiquiátrico que tomava a identidade das personalidades com quem convivia? Pois assim me parece a defesa do Benfica. Todos os defesas do Glorioso parecem tomar a identidade de Armando: Fyssas imita-lhe os pases errados, Luisão a má colocação no terreno, Argel a desconcentração, Ricardo Rocha a precipitação, Hélder a lentidão. Até Moreira parece ter integrado a personalidade do "genro de Inácio": depois de uma boa defesa, faz logo uma asneira.
 

posted by FNV on 12:34 da tarde # (0) comments

TINTIM EM LISBOA: Não que tenha simpatia especial por Santana Lopes, que transformou a minha pacata Figueira da Foz ( onde eu tinha uma casa de férias), num arraial permanente, mas começa a ser patética a vontade de o comer vivo.
Depois de ser a ponta-de-lança do fascismo no assalto à CML (ou já se esqueceram do comunicado além-túmulo de Álvaro Cunhal, lido por Carlos Cruz?), ele é disponibilizador de criancinhas deficientes para hamburgers, e agora, segundo Sousa Franco no Público de hoje, "anti-europeísta". Bem, pode ser uma questão de ouvido: alguém disse a Sousa Franco, o nosso Prof. Girassol, que o homem era "anti-benfiquista". Eu diria mesmo mais, com Dupont & Dupond, ele até é "sportingista", não se esqueçam de o mencionar, cambada de coleópteros, bexigosos, sub-produtos de ectoplasmas, como protestaria o capitão Haddock.
 

posted by FNV on 12:16 da tarde # (0) comments

AFINAL ERA FÁCIL!: O experimentado administrativista e neófito penalista Prof. Doutor Freitas do Amaral articulou, supõe-se que pelo próprio punho, uma proposta de norma para acabar com a punição das mulheres que abortam. Assim, o art. 142º do Código Penal passaria a conter um novo número que rezaria o seguinte: "A interrupção voluntária da gravidez praticada, a pedido da mulher grávida, fora dos casos previstos neste artigo, e até às 12 semanas de gravidez, presumir-se-á ocorrida em estado de necessidade desculpante, com dispensa de pena, salvo se o Ministério Público apresentar prova concludente em contrário."
O texto é, todo ele, ousado, a começar logo pela intrigante referência, no número de um artigo, aos casos não previstos no mesmo artigo. Mas essa inovação de técnica legislativa nada é quando comparada com três ideias substanciais que, mais do que novidades, constituem verdadeiras rupturas epistemológicas para a ciência penal contemporânea:
Em primeiro lugar, estabelece-se uma presunção legal da verificação de uma causa de exclusão da culpa, assente em circunstâncias puramente objectivas (a interrupção da gravidez a pedido da mulher nas doze primeiras semanas). Depois, atribui-se ao MP o poder/dever de, em processo penal, ilidir essa presunção. Enfim, dispõe-se que essa presumida exclusão da culpa tem por consequência uma "dispensa de pena".
...Revolucionário!

PS: Um abraço grato ao Paulo Gorjão: nem ferimentos, nem baixa prolongada. Só maré alta de trabalho.
 

posted by PC on 12:22 da manhã # (0) comments

domingo, março 7:

BATEDORES: Os media, sobretudo a TSFe a SIC, eriçados, bateram o terreno e deram conta do escândalo: A CML de Santana Lopes deu guarida a uma vergonhosa pretensão de um entreposto de hamburgers, a saber, só enviar crianças saudáveis para a festarola popular do EURO-2004. De facto, a escandescência não tem razão de ser, num país onde o ensino especial não cobre o território, que não tem rampas para deficientes motores em todas as estruturas da admnistração pública, que não trata os seus atletas diminuídos e medalhados, da mesma forma que os outros.
Como Públio Consídio, que na guerra de César aos Helvécios, enviado como batedor, forneceu informações erradas, o charivari armado pelos media, iludiu-nos. Consídio, que servira com Marco Crasso, passava por soldado muito hábil, mas relatou a Labieno, general de César, o que não viu, ou melhor, o que não existia. O episódio da CML foi a regra, não a excepção, do que também não existe.
 

posted by FNV on 12:33 da tarde # (0) comments

ELES LÁ SABEM: O PS pretende que as eleições europeias sejam disputadas discutindo questões internas, como é normal, para quem está na oposição; Assim falará de impostos, economia, saúde, e outras choses domésticas.
Muito bem. Mas quem vai à guerra dá e leva, já se sabe. Não obstante, escolheu como cabeça de lista, aquele que definiu o último governo socialista de Portugal, como "o pior desde o tempo de Dª Maria". Alguma boa razão devem ter, que de momento escapa como uma enguia, a este limitado escriba.
 

posted by FNV on 12:33 da tarde # (0) comments

HOJE, treino do Glorioso em Barcelos.
 

posted by FNV on 12:33 da tarde # (0) comments


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