Mar Salgado

sábado, fevereiro 7:

A ESQUERDA, MÁRIO SOARES E FAMÍLIA, VITORINO E EUROPA: É lugar comum dizer-se que toda a gente sabe que Mário Soares leva a peito as coisas, muito particular e pessoalmente, e que não perdoa quando está irritado com alguém ou alguém lhe pesa. E toda a gente sabe o que pesa a Mário Soares: a cruz que carrega é vermelha, como lhe deve ser irritantemente lembrado todos os dias ao pequeno-almoço e ao deitar. Igualmente verdadeiro é que ninguém ignora que quando lhe faltam argumentos para a discussão MS (como toda a esquerda) parte para o insulto fácil e apelida de “extrema direita”, “fascista” ou “reaccionário” qualquer adversário (ultimamente tem até baixado de nível, apelidando de “bêbedas” as pessoas de quem não gosta).
MS nunca se inibiu de apelidar de extrema direita Sá Carneiro (a quem permitiu ainda que fosse criticado pela sua vida pessoal), o seu actual e inexplicável amigo Freitas do Amaral (por quem - envergonhadamente hoje confesso - estive para apanhar uma valente tareia democrática juntamente com o meu amigo Pedro Miguel Gomes só por estarmos a apoiar com bandeiras uma pessoa “fascista e de extrema direita para a presidência”...), ou mesmo Cavaco Silva e agora Paulo Portas e o CDS em geral.

É público ainda que a esquerda não gosta de perder. Mesmo que seja uma esquerda “às direitas”, como são os democratas nos EUA, ela não gosta de perder (sintomático e emblemático foi a garotice apatetada dos democratas terem retirado dos teclados dos computadores o “W” aquando da última derrota). Em termos nacionais, para exemplificarmos que a esquerda não gosta de perder, temos desde logo o PCP que canta vitória (embora de forma cada vez mais rouca) em cada eleição, António Guterres que fugiu acobardado quando perdeu, João Soares, que ainda não acredita muito na derrota humilhante que sofreu e se perde a discutir o peso dos livros de Santana Lopes, Maria Barroso e António Vitorino.
Com efeito, é quase cómico verificarmos que quando está no poder a esquerda se apressa a meter nos lugares que entende os seus apaniguados; mas quando perde as eleições e o poder dirigente, a mesma esquerda quer inexplicavelmente manter os lugares dos seus lugares-tenentes.
Por isso se incomodam com o afastamento de Maria Barroso. Para a esquerda, não interessa que a direita tenha ganho as eleições e o direito natural e democrático de designar as pessoas de sua confiança para os lugares que entender. A esquerda, laica e republicana, muito estranhamente defende que as pessoas se mantenham eternamente nos lugares (pai no papel de pai, filho no papel do pai, mulher no papel que tinha, qualquer que ele fosse, independentemente do voto do povo).
Como é bom de ver, a Maria Barroso foi-lhe delicadamente apontada a porta de saída; uma vez que não quis sair pelo seu próprio pé como gente civilizada (não obstante nunca nenhum Presidente da Cruz Vermelha ter prosseguido mais do que dois mandatos e a pessoa para esse cargo ser geralmente designada por quem venceu as eleições), teve de se falar mais forte, como geralmente acontece nestas situações. O caso não mereceria grande atenção dado que um dia mais tarde (muito mais tarde, espera-se), num dia em que um qualquer sucessor de Ferro Rodrigues lograsse fazer o povo português esquecer a última governação PS e vencesse as eleições, Maria Barroso poderia voltar às suas funções. Mas como MS deve ser incomodado diariamente com o assunto, nós temos de gramar com a coisa. E como ele não sabe discutir de outra forma, nós temos de ouvir peixeirada.

O facto de a esquerda entender que tem direitos independentemente do voto alcança novos e altíssimos patamares com António Vitorino. Nós sabemos que a esquerda não o quer cá para não fazer frente a Ferro (os socialistas porque querem dobrar o Ferro em lume brando; a restante esquerda para não perder votos para um líder socialista alegadamente de aço, embora isso nunca tenha sido provado). Por motivos que não consigo compreender conseguiram convencer o nosso Primeiro a defender a eleição de Vitorino para Presidente da Comissão Europeia. Porquê, se ele é de família política bem diferente daquela em que os portugueses votaram? Porquê, se é evidente que o PPE não o quer? Porquê, se o PPE não quer cair no mesmo erro de designar pessoa de política diferente? AV até pode ser bom mas não haverá no PSD e no CDS pessoas igualmente competentes? Ou mais?
Isto tudo vai mas é acabar numa grande manifestação do PS a criticar o governo por este não ter conseguido manter Vitorino na Europa, quando era evidente que isso não era possível. Todos sabemos isso. Até porque a esquerda actual só tem servido para isso, para manifestações e gritos de ordem pouco sérios.
 

posted by VLX on 11:55 da tarde # (0) comments

CONVERGÊNCIA DISCURSIVA II: O Dr. RSF esqueceu-se ainda de dizer que o julgador continuava convicto da culpabilidade, fundamento primeiro da prisão preventiva.
 

posted by VLX on 11:45 da tarde # (0) comments

UM MAU ARGUMENTO PARA UMA BOA IDEIA: O Dr.Louçã disse hoje à TSF, que não nos devemos meter, ainda que simbólicamente, no vespeiro afegão. Eu também: meter simbólicamente, já de si, é um vespeiro. Mas o Dr.Louçã acrescentou que o Afeganistão é agora um território sem lei nem roque, e que "voltou a ser um grande produtor de ópio". Asneira, e da grossa.
Na Ásia Central, o ópio foi, desde a expansão muçulmana, uma cultura resistente. A capitulação face aos britânicos assinada com o Tratado de Gandmark (1879), e a fixação das suas fronteiras pela comissão anglo-russa em 1893, iniciou o sudeste do país na produção sistemática da papoila dormideira. Kabul, por pressão americana, interdita a produção em 1945, mas meia-dúzia de anos depois, a situação restabelece-se, em parte porque o Irão passa a proibir musculadamente a produção de ópio.
A partir da invasão soviética de 1979, que como se sabe provocou uma enorme onda de protesto internacional, a produção de ópio intensifica-se: em 1986, o Afeganistão "livre" produzia entre 400 a 500 toneladas de ópio bruto. Isto representava o triplo da produção paquistanesa, país que acolheu os três milhões de refugiados afegãos, que participaram, como factor de sobrevivência, no tráfico fronteiriço.
Os moudjahidine, que durante a ocupação soviética, controlavam 90% do território, os shouravis confinando-se às cidades e vilas, foram encorajados pela CIA e pelo ISI paquistanês a produzir ópio: não só como forma de autofinanciamento mas também para iniciar os shouravis nos prazeres abandónicos da heroína. Depois veio o período taliban, que queimava haxixe para os responsáveis do UNODC verem, enquanto Hekmatyar se entretinha a assassinar os responsáveis do partido Harakat, que queriam negociar ajudas mensais em dólares, em troca do fim da cultura da papoila.
O que se passa hoje no Afeganistão em matéria de droga, Dr.Louçã, é o que se tem passado nos últimos mil anos de uma forma geral, nos últimos dois séculos de uma forma específica.
 

posted by FNV on 7:08 da tarde # (0) comments

CONVERGÊNCIA DISCURSIVA: "Nós não nos escondemos em caixas de veículos comerciais", disse o Dr. Ricardo Sá Fernandes, a propósito de uma decisão do juíz Rui Teixeira, hoje à tarde. Faltou acrescentar: "vocês sabem do que é que eu estou a falar".
 

posted by FNV on 7:08 da tarde # (0) comments

CATARSE: A reunião que hoje decorre na Alemanha dos Ministros de Defesa da NATO tem uma dimensão catártica. O resultado final ainda não é claro, mas é óbvio que era bem necessária uma troca de impressões francas entre aliados de 50 anos.
O Ministro da Defesa alemão reafirmou a oposição germânica, há um ano e agora, às justificações para a guerra no Iraque. Rumsfeld expôs, em tom frontal e sincero, a mágoa dos EUA pelo facto de alguns dos presentes na sala terem manifestado publicamente a opinião de que lhes seria indeferente quem ganharia a guerra.
Há uma notória necessidade de obter o apoio dos aliados europeus para a nova fase de institucionalização da democracia no Iraque. Sem eles, nada é possível. A começar na questão da dívida, cujo peso (mais de dez vezes o valor do PIB iraquiano) retira qualquer hipótese de sucesso a uma estratégia de desenvolvimento económico e social. Os principais credores são os alemães, franceses e russos. Continuando pela partilha do esforço de segurança.
No final, a natureza da coisas levará inevitavelmente a um entendimento. Neste contexto, uma troca de argumentos franca, clara e catártica será certamente um bom passo na direcção certa.
 

posted by NMP on 5:06 da tarde # (0) comments

O SEIO NA POLÍTICA DE AQUÉM E ALÉM MAR (II): A hipocrisia norte americana ficou bem patente naquela palhaçada do Super Bola, ou lá o que é. Põem uma mama de fora à mana Jackson em directo na TV e rebenta o escândalo. O próprio Clinton terá telefonado a reclamar e Omar Bongo, ingenuamente, já comprou bilhete para o próximo jogo.
De facto, não há estados perfeitos. Mas, se quisermos pegar em amostras e generalizar para toda a população, então, o ano que passou não nos deixará ficar muito bem na fotografia...
 

posted by Neptuno on 1:29 da manhã # (0) comments

POLÍTICA: O mais recente conflito interno do PS - Costa vs. Pina Moura - vem levantar uma questão interessante. Aparentemente, de um lado temos Pina Moura que, pensando no bem do país, aceita subscrever um documento (PEC) na companhia e em consenso com personalidades de outros partidos. Do outro lado, temos António Costa que, a bem do partido e pensando exclusivamente na sua estratégia de poder, condena Pina Moura por tão contagiosas relações por mais que, no plano do interesse nacional, as suas posições estejam correctas.
Nada tenho contra António Costa e nada me move em favor de Pina Moura - que, de resto, considero um dos responsáveis pela falência do país - mas, parece-me que será fácil perceber que, com certos políticos, o partido até poderá chegar longe mas, com eles, o país nunca irá a lado nenhum.
 

posted by Neptuno on 1:05 da manhã # (0) comments

sexta-feira, fevereiro 6:

POR ESTA ELE NÃO ESPERAVA!: Amaral Dias foi o convidado do Jornal 2. Amavelmente interpelado por Carlos Fino sobre o fado como fenómeno de identidade nacional, terminava a sua exposição dizendo algo como o fado ser uma referência nacional incontornável mas, ao mesmo tempo, reveladora do nosso fatalismo e das nossas tendências depressivas como povo, o que não lhe agradava. Eis quando é interrompido por Carlos fino que se despede do comentador, comentando em defesa da pátria algo como: "...mas que constituiu (a tendência depressiva) a força de Fernando Pessoa!"
Ainda houve tempo para um grande plano televisivo do comentador olhando de soslaio para Fino que, entretanto, já seguia pelo Iraque...
 

posted by Neptuno on 10:28 da tarde # (0) comments

PROPOSTA INDECENTE: Omar Bongo, "presidente" do Gabão desde 1967( !), exemplo da África livre da exploração tardo-colonial francesa, confundiu a Miss Peru com uma prostituta. Segundo o pai da Miss, levou-a para o Palácio Presidencial, encostou-a à parede e carregou num botão que abriu uma câmara secreta com uma cama gigante. A desgraçada começou a gritar e coisa lá se resolveu.
A capital do Gabão é Libreville, a culpa é do ocidente imperialista.
 

posted by FNV on 7:42 da tarde # (0) comments

UM PASSO MÍNIMO: "Sonho: nada dizer, tudo pensar. Minimalista, o que se diz quando se maximiza o pensamento. Comunicando".
Força, Miguel, entre o sonho e a realidade vai um passo mínimo. Não custa nada. Por que não pensar, e pensar apenas, que "sabe bem ter um livro para ler e lê-lo. Dentro de uma banheira de água quente, nu em pêlo"?
 

posted by PC on 2:48 da manhã # (0) comments

SECÇÃO PRICELESS: Uma foto do (então) jovem sindicalista Paulo Portas a levar porrada da Polícia de Choque durante os governos do dr. Mário Soares. Outra foto do (então) infante Pedro Mota Soares, de barriga inchada, em manifesto estado de sub-nutrição, à porta da sua barraca, no mesmo período.
 

posted by PC on 1:32 da manhã # (0) comments

O SEIO NA POLÍTICA DE AQUÉM E ALÉM MAR: Segundo parece, a CBS desconvidou Janet Jackson da apresentação dos Grammy Awards por ela ter (ou lhe terem) descoberto um seio durante a transmissão da final do Super Bowl (acho que alguém já escreveu aqui sobre a excitação que este evento - entenda-se: o Super Bowl - lhe provoca). A agência competente do Governo americano abriu um rigoroso inquérito acerca do acontecimento que escandalizou tantas famílias tementes a Deus.
Há uns anos atrás, Ilona Staller - vulgo Cicciolina - foi eleita deputada do Parlamento italiano, tendo utilizado como principal arma da campanha a exibição pública de um seio.
Dir-se-ia que esta disparidade simboliza toda a diferença das representações sociais do Velho e do Novo Mundo. Mas as coisas são um pouco mais complexas. De Cicciolina, conhecida estrela porno, esperava-se que mostrasse o seio; de Janet Jackson, espera-se que cante qualquer coisa adolescencial que tenha love (without sex) no título. Sobretudo num tempo e num lugar onde o puritanismo em matéria sexual volta a ganhar uma força inusitada (já atravessou o Atlântico, está à porta da nossa Assembleia da República, mas isso é assunto para outro post).
A diferença não está aí, portanto. A diferença está em que as famílias italianas e as suas crianças conviveram diariamente com o seio de Cicciolina a entrar-lhes pela sala de jantar à hora das refeições. Elegeram-na deputada (embora dando razão ao princípio de Peter) e não consta que, subitamente, se tenham tornado numa nação de pervertidos. A diferença está em que uma candidata a um cargo público nos EUA - onde floresce a indústria pornográfica mais poderosa do Mundo - que fizesse do seio desnudo o ex-libris da sua campanha seria, provavelmente, presa (estarei a exagerar, Comandante?). Como dizia o Archie Bunker, that's why I love America!
PS (act.): Há coincidências assim. Duas horas depois de escrever este post, pus-me a ver na TV um documentário - aliás excelente - sobre os Sex Pistols. A certa altura, quando os SP já não podiam actuar no Reino Unido, há um americano (locutor de rádio, ou empresário de concertos, ou algo assim) que liga ao Johnny Rotten e os convida para irem tocar aos EUA: "California is the best! No one is repressed in LA!", diz o américa. Resposta entaramelada do J. Rotten: "Oh yes you are. Mentally repressed". Ainda bem que não sou supersticioso.
 

posted by PC on 12:29 da manhã # (0) comments

quinta-feira, fevereiro 5:

FLORES: O Dr. Pires de Lima é uma espécie de Tirésias sonâmbulo de serviço: Soares foi "criminoso" na descolonização. Não. Soares foi prático, quiçá um bocadinho assoberbado de trabalho, quiçá um bocadinho entusiasmado, mas prático: sem um exército disposto a combater, não poderia haver transição democrática na África portuguesa.
O que é curioso é o PP vir apontar responsabilidades no processo. A matriz cultural e política dos centristas ( na altura o Dr.Freitas ainda não era anti-imperialista, e antes de 74 nunca abriu a boquinha contra o colonialismo) respirava, ainda em 74/75, colonialismo por todos os poros. Se formos a uma arqueologia da culpa, é ao Portugal atrasado, salazarista e racista, da segunda metade do século XX, que temos de pedir contas. Porque foi esse Portugal que só depois do motim da cadeia da Luanda começou a desenvolver Angola e Moçambique. Mas desenvolveu em umbigo, ao seja, sem formar elites negras políticas, docentes, admnistrativas, técnicas. E assim facilitou a tarefa à cambada miserável dos "movimentos de libertação", que ainda nos anos 80 aplicavam "planos quinquenais" estalinistas aos desgraçados "nativos", que só agora começam a ser cidadãos.
 

posted by FNV on 8:58 da tarde # (0) comments

FADINHO: A CIA não sabia se o Iraque tinha ou não armas de destruição maciça. A CIA não sabia que a 11 de Setembro um grupo de aviões andava a procura das Torres. O que a CIA sabe ou deixa de saber, não tem importância nenhuma. Ou então o que sabem, nem às paredes confessam.
 

posted by FNV on 6:08 da tarde # (0) comments

CANTAS BEM, CANTAS: Santana Lopes desafia os "Velhos do Restelo" a falarem, agora que a UEFA decidiu que o Alvalade XXI será o palco da final da Taça UEFA do próximo ano. Eu, como "Velhito do Restelo" respondo ao apelo do edil com o refrão dos Ban: Dá-me um ideal, social, avançado", que é como quem diz, boas escolas, bons hospitais, boas faculdades, computadores para as finanças apertarem os chicos-espertos. Depois podes entreter-te à vontade com futebóis e "distinções que nos enchem de orgulho".

BOAS NOTÍCIAS SOCIALISTAS: Ana Benavente demitiu-se de coordenadora das questões do ensino no grupo parlamentar socialista, porque o PS incumbiu Augusto Santos Silva de negociar com o PSD um acordo sobre a lei de bases da Educação. A retoma, afinal, anuncia-se.
 

posted by FNV on 12:33 da tarde # (0) comments

PARA BREVE, a reactivação do Almanaque das Intoxicações. Não que tenha tido muito feedback, mas porque um blogue parece-me um bom lugar para informar um bocado sobre estas coisas.
 

posted by FNV on 11:53 da manhã # (0) comments

IF: Será que já está na forja a Colectânea de Inverno? Estive hoje a ouvir uma coisa antiga que ficava lá a matar. Absolutamente gelada e desolada: a faixa da Björk ("Visur vatnsenda-rosu") nas Chansons des Mers Froides, do H. Zazou. Quero dizer: uma música de Inverno-a-sério.
 

posted by PC on 3:06 da manhã # (0) comments

quarta-feira, fevereiro 4:

LIXARAM-ME! Quer dizer, vai um tipo todo lampeiro ler os amigos do Muro Sem Vergonha (link directo só disponível na coluna da direita), e apanha com uma transcrição ( está certo que malhadeira) de uma crónica da alcagoita da Clara Ferreira Alves, e logo sobre a morte do húngaro.
É este o meu prémio por visitar um blogue que, embora me andem a ignorar ( tenho de escrever mais vezes sobre o prémio Estaline), tanto aprecio?
 

posted by FNV on 11:29 da manhã # (0) comments

O REVISIONISMO FAZ MAL À SAÚDE: Não percebi bem a objecção do JMF do Terras do Nunca (link directo só disponível na coluna da direita), ao meu post sobre os tempos difíceis de Soares nos primeiros governos constitucionais. Tudo começou quando JMF escreveu que Soares carregava nos trabalhadores, porque estava em coligação com a direita e centro-direita. Respondi-lhe, lembrando-lhe as palavras de Soares sobre o seu I governo Constitucional, no qual o PS esteve sózinho (foi deste que falei). Retorquiu-me o JMF barafustando, e quem barafusta perde a fusta. Como pode haver malta nova a ler blogues, convém então recordar:
Soares é empossado por Eanes como 1º Ministro do I Governo Constitucional pelo D.nº603-A/76 (Soares acumularia mais tarde com a pasta dos Negócios Estrangeiros, através do D.nº134/77 ). Este governo é minoritáriamente PS, e é o mesmo governo que Soares, em entrevista a M.J.Avillez diz ter enfrentado a contestação da esquerda, da extrema-esquerda e dos sindicatos; teve de fazer requisições civis ( ao trabalhadores da TAP, em Setembro de 1977) e fez aprovar a Lei Barreto, o que lhe valeu um ódio mortal por parte dos Ches de trazer por de casa. Nas suas palavras:

(...)um Governo minoritário, que se apoiava, simultaneamente, ora à esquerda, ora à direita (...).

O I Governo Constitucional, 76-77, foi do PS, sózinho e minoritário e fez o que tinha a fazer, numa conjuntura económica muito delicada, nas palavras de Soares. Se tenho uma "lata descomunal" por me atrever a lembrar-lhe isto, ó JMF, ( susceptível, heim?) tanto pior: vou ver se compro óleo para pôr nas juntas.
 

posted by FNV on 10:51 da manhã # (0) comments

ASSOCIAÇÃO DE IDEIAS: O fenómeno Dean teve uma dimensão interessante. O seu esquema de angariação de fundos através da Internet poderá a prazo alterar significativamente as campanhas nos Estados Unidos. Dean era o candidato democrata com mais dinheiro, resultado de pequenas contribuições via Internet. O que lhe permitirá, mesmo com resultados decepcionantes, manter-se mais um tempo na campanha. Um candidato com uma mensagem mais moderada e uma personalidade mais atraente poderia certamente chegar mais longe. Livre de lobbies, do poder de sindicatos e de outros grupos corporativos. Desta experiência há, no entanto, algumas lições a retirar.
Primeiro, o impacto no mundo virtual está longe de ter a mesma tradução no mundo real. Isto deveria fazer pensar alguns que, na blogosfera, tiram definitivas ilações políticas, constroem e destroiem coligações e julgam conseguir tomar o pulso á sociedade, afirmando que a esquerda ou a direita estão em forma.
Segundo, não chega conseguir obter receitas e fundos. É preciso saber gerir fundos (pelo menos ter uma vaga ideia). Dean angariou cerca de 42 milhões de dólares. Recusou o sistema de limite de fundos, para não ter as mãos atadas. E depois, estoirou 40 milhões no Iowa e New Hampshire, onde obteve resultados decepcionantes. Arrasta-se agora pelo resto da América, sem anúncios televisivos, à beira da bancarrota e fazendo apelos lancinantes a mais contribuições. Isto leva-nos à última e talvez mais ousada reflexão.
Dean era o candidato idolatrado pela esquerda blogosférica (do Barnabé e dos nossos amigos relativos, só para citar estes). Revelou-se afinal um estróina financeiro. Incapaz de gerir (ou mandar gerir) racional e eficientemente os recursos ao seu dispôr. Parece que o raciocínio imperante na campanha era "o que é isso do dinheiro perante a grandeza da nossa causa ?". É díficil que alguém agora o leve a sério quando fala do défice orçamental de Bush (um problema económico preocupante).
Ao acompanhar uma amigável polémica entre Vital Moreira (um caso raro de sensatez financeira na esquerda lusa) e Filipe Nunes quase ao mesmo tempo que assistia ao descalabro financeiro da campanha de Dean, ocorreu-me uma associação de ideias (arriscada, é certo, como todas as associações de ideias).
Habituado que estou, por defeito profissional, a tentar encontrar padrões, interpretar modelos, pergunto-me se não estaremos perante um padrão de comportamento da esquerda à escala global. Claro que esta ousada hipótese carece de mais dados, de testes, de estudos ulteriores e aturados para posterior confirmação ou revogação. Mas fica a pergunta. Qual hipótese científica. Sujeita a estudo e observação.
 

posted by NMP on 5:02 da manhã # (0) comments

TUDO É POSSÍVEL: Já aqui sustentámos que John Edwards seria o candidato que mais problemas causaria a Bush. Edwards é a antítese de Bush. Nascido numa família humilde (foi a primeira pessoa da sua família a frequentar a universidade), fez uma fortuna como advogado de barra, sobretudo através de litigações sobre responsabilidade civil e comercial. Ajudou a "sacar" mihões de dólares em indemnizações a empresas. A sua experiência de tribunal fez dele um orador entusiasmante - o próprio James Carville, ex-director de campanha de Clinton, o considerou o melhor orador de improviso que já tinha visto (superior até a Clinton).
Tem mantido habilmente ao longo da campnha um discurso pela positiva. Não ataca nenhum dos outros candidatos. O que lhe garantiu muito sucesso nestas primeiras primárias - os eleitores, na hora de votar, desprezaram o tom raivoso de Dean. A ideia forte do seu discurso é a existência de duas Américas diferentes, uma para os ricos, outra para os pobres, uma para os lobbistas e outra para os cidadãos comuns. Onde a motivação dos eleitores é a economia ou a identificação emocional com o candidato, Edwards tem excelentes resultados.
Não admira, pois, que muita gente pense que será o candidato a vice-presidente de Kerry - é sulista e complementa o senador do Massachussets quase de forma perfeita. Acontece que Edwards sabe, a partir de hoje, que tem uma chance de ser o nomeado. Se a corrida se afunilar entre ele e Kerry, tudo pode acontecer. Nos estados grandes, onde a maioria dos delegados se decidem, não é líquido que a actual onda de Kerry continue a funcionar.
Talvez por isso, hoje à noite, subiu ao palco eufórico. Proclamando, num brilhante trocadilho entre a sua história pessoal, a sua mensagem política e o futuro da sua campanha, In our America, everything is possible.
 

posted by NMP on 4:40 da manhã # (0) comments

LONGA E DURA BATALHA: A direcção do Partido Democrata pretendeu este ano encurtar o tempo em que as eleições primárias se realizavam. Para haver tempo para o Partido sarar as feridas da batalha interna e unir-se contra Bush. Esta foi a razão para juntarem 7 estados nesta terça-feira, na esperança que a esta altura um candidato tivesse já destroçado a concorrência.
Mas, por vezes, a realidade troca as voltas aos arranjos administrativos. E, como aqui previmos a semana passada, a corrida para a nomeaçao democrata ganhou um novo impulso nesta terça-feira. Kerry ganhou o Missouri (o estado que hoje elegia mais delegados), o Novo México, o Arizona e o Delaware. Tudo por largas margens. Edwards esmagou na sua nativa Carolina do Sul, está virtualmente empatado com Clark no Oklahoma (terá de se proceder a recontagem e confirmação, apesar de aparentemente Clark ter ganho por margem microscópica) e teve resultados razoáveis em todos os outros estados. O general terá eventualmente ganho o Oklahoma, mas sobretudo surpreendeu no Arizona com um segundo lugar destacado, demonstrando que a sua candidatura tem impacto nacional, sobretudo em estados do Sul.
Estes resultados têm uma consequência que são uma dor de cabeça para o establishment democrata: cada um dos três candidatos pode argumentar que os resultados são encorajadores para o futuro. Poderão angariar fundos para mais umas semanas de campanha. Continuou tudo em aberto. Dean teve resultados quase residuais, mas o seu movimento de angariação de fundos com base em pequenas contribuições via Internet permite-lhe continuar e apostar em 2 de Março, dia das eleições nos maiores estados.
Temos assim 4 candidatos durante mais umas semanas. Kerry vai à frente e é o favorito, mas o número de delegados eleitos não lhe permite de modo algum descansar. Sábado, são os caucuses no estado de Washington e no Michigan. Na próxima terça-feira volta o terreno que é o pesadelo de Kerry, o Sul, com eleições no Tennessee e na Virginia.
A única coisa certa é que desta maratona sairá certamente um candidato robusto, com endurance. A avassaladora exposição mediática dos candidatos faz com que nas sondagens já sejam dois os candidatos com possibilidades de bater Bush (Kerry e Edwards).
No final de contas, este prolongamento da incerteza nas primárias até pode vir a ser, involuntariamente, uma boa notícia para os democratas.
 

posted by NMP on 4:08 da manhã # (0) comments

terça-feira, fevereiro 3:

MARTINS DOS SANTOS PÓS-MODERNO: Eis-nos de novo sem tecto, entre ruínas: uma outra referência que se perde, deixando no seu lugar o espanto e a desorientação.
Tenho Martins dos Santos como o estereótipo do árbitro péssimo. MS consegue juntar, em combinação rara, tudo o que um árbitro não pode ter: má preparação física, acompanhando as jogadas a 30 metros; mau julgamento técnico; dualidade de critérios que não tem, ela própria, um critério discernível; modos arrogantes e despropositados; mania do apito, interrompendo constantemente o jogo; incapacidade para controlar os jogadores em situações "quentes"; incapacidade para se controlar a si próprio nas mesmas situações; e, sobretudo, uma pulsão irresistível para mostrar cartões de todas as cores nas situações mais improváveis.
Pois hoje, MS decidiu deixar-me sem paradigma. Exceptuando o penalty que ficou por assinalar contra a AAC, já no fim do jogo, fez, no plano técnico, uma das melhores arbitragens a que assisti em Portugal. E onde errou MS? No plano disciplinar, decidindo não mostrar qualquer cartão amarelo, mesmo em jogadas que os exigiam. No tipo de comportamento, substituindo os modos de sargento embriagado por cachaporradas amigáveis nos cachaços dos artistas.
Secretamente, para que o meu mundo não caia, espero que a manchete dos desportivos de amanhã seja "Martins dos Santos fez-se substituir pelo seu irmão gémeo".

PS: Uma palavra de apreço para a AAC, que esteve no seu melhor: jogo vistoso, bola no pé, codiciosa e totalmente improdutiva. E outra para o Benfica, que, na definição lapidar do nosso FNV, é sem dúvida a equipa portuguesa que mais deixa jogar o adversário. Felizmente, há coisas que não mudam.
 

posted by PC on 11:41 da tarde # (0) comments

SOARES É FIXE: Hoje à SIC-Notícias, num excelente programa muito bem desenhado por António José Teixeira, Soares dixit:"...há um clima de irresponsabilidade, de permissividade em Portugal, o cidadão comum pensa que tudo é permitido(...) isto deve-se em parte à televisão, põem as pessoas a despir-se e fazer todo o tipo de coisas boçais (...)".
Outro que fosse, e chamavam-lhe Diácono Remédios.
 

posted by FNV on 11:18 da tarde # (0) comments

PRÉMIO MEMÓRIA SELECTIVA DE 2004: Apesar do ano ainda ir no início, a ele já ninguém o bate, ao JMF, do Terras do Nunca ( link só disponível na coluna da direita). Conseguiu lembrar-se que Soares só malhou nos trabalhadores e por ele foi apupado, quando estava no Governo com o CDS. Esse foi o II Governo Constitucional. Do I, sem o CDS, disse Soares a M.J. Avillez:

(...) Fazendo uma política patriótica de contenção financeira, era necessáriamente impopular.(...) À esquerda, o PC - arrastando com ele a extrema-esquerda - todos os dias se deleitava e excedia em campanhas de detracção e a promover nas ruas virulentas manifestações contra o Executivo, como intuito de o derrubar. Em todas as esquinas se lia: "Soares, Rua". (...).

Lá como cá, então como agora.
 

posted by FNV on 8:59 da tarde # (0) comments

PORFIAI CAMBADA: Uns, à esquerda chateiam-se com eles por causa de filmes, outros porque acham que eles são divisionistas, outros ainda porque eles querem o PS. Mas eles, do Barnabé (link só disponível na coluna da direita por nabice minha e do meu Mac), no blogue, no Público e na TSF, marimbam-se. E fazem bem. Eles é que são os presidentes da junta, eles é que decidem quem vale e quem não vale, à direita, ao esquerda, ao centro, por cima e por baixo. E fazem bem. Outra vez.
 

posted by FNV on 8:53 da tarde # (0) comments

OS CAMINHOS DO SENHOR: Já sobre a bola, o desejo do VLX fez-me a mim sorrir. Meu caro, se há jogo sobre cujo resultado eu benfiquista, estou perfeitamente sossegado, é o de hoje: Deus reforçou o time celestial com o húngaro, apenas porque sabe que podemos passar sem ele.
 

posted by FNV on 3:48 da tarde # (0) comments

VERMELHO E PRETO: Os convidados de hoje para a missa na Catedral já vestem de preto por natureza e vêm de Coimbra. Do preto da oportunidade até ao vermelho da glória, prevê-se mais uma "imensa manifestação de dor e de saudade". Ao contrário da maioria, não concordo que esta e outras coisas se tenham devido ao facto de o jogador ser jovem, bonito, ter morrido em directo e o país se encontrar "deprimido".
Se o rapaz fosse do Guimarães ou do Alverca, bem poderia ter morrido em directo com mil câmaras e ser lindo de morrer, que ninguém lhe dedicava mais do que meia-dúzia de linhas. A primeira razão do estardalhaço ocorrido é simples: o rapaz era do Benfica, esse útero psico-social lusitano. Por outro lado, quando a princesa Diana morreu, o país não estava em recessão nem imerso no casapiano circo, mas a "comoção", as 1ªs páginas, o falatório foram equivalentes.
Portugal, já aqui o escrevi, se tem um traço reichiano, é a histeria. Somos saudosistas em qualquer época (basta ler Fialho ou Eça), desconfiados e invejosos q.b.(Camões) e sobretudo, arranhamos as coisas. O/A histérico/a não desenvolve afectos duradouros, e oscila entre a megalopatia ( que ao contrário do megalómano, interessa-se pelo grandioso para acabar por fazer apenas o fácil) e a crónica falta de auto-estima. Esta mistura explica a nossa dificuldade em apostar em tudo o que esteja relacionado com projectos de longo de prazo ( educação, ciência, até algumas infra-estruturas, etc). O traço histérico desenvolve a afabilidade tanto quanto lhe permite atrair o calor do outro, mas entende-se sempre como vítima do mundo: a histeria é manipulação permanente.
Assim, a festarola da passada semana sobre um cadáver húngaro, está ao mesmo nível do transeunte luso que pára para ver um acidente ensanguentado enquanto devora um pacote de batatas fritas: sinceramente emocionado mas com o olho nas batatas.
Stendhal, se bem me lembro, narra a história do jovem Julien, ambicioso, que descobre que o religioso mundo ao qual ascende não é o que parece. Nós, pelo contrário, somos exactamente o que parecemos.
 

posted by FNV on 3:19 da tarde # (0) comments

FUTEBOL DEMENCIAL: Os acontecimentos dos últimos tempos no mundo do futebol fazem-nos pensar que muita coisa deve estar errada: face aos acontecimentos em Guimarães, o Governo veio já a correr dizer que vai criar um cadastro para as pessoas com comportamentos violentos nos estádios e impedir-lhes o acesso aos mesmos. Resta saber como tamanha tarefa será exequível. Já Valentim Loureiro acha que o problema advém dos comentários sobre os árbitros antes dos jogos. Remédio: proibir comentários sobre os árbitros antes dos jogos, o que constituirá seguramente outra medida naturalmente inexequível.
No meio disto tudo, o Arq. Tomás Taveira, criador de três estádios (e que lindos que eles são...), queixa-se de que o trabalho dele não é reconhecido, o que já aconteceria se lhe dispensassem uns quantos bilhetes para os jogos do Euro 2004 (a solução para o problema é, assim, razoavelmente fácil). Gilberto Madaíl contesta, diz que já agradeceu aos arquitectos e aos tratadores de relva e remete o Arquitecto para os seus clientes, não se esquecendo de dizer ainda que esses clientes já terão recebido a respectiva conta pelos serviços prestados (não fossem falhar argumentos aos ditos clientes para recusar a oferta de bilhetes).
Por fim, um dirigente de uma SAD parece pretender criar uma SPPC (Sociedade Portuguesa Protectora de Camisolas). Começa a compreender-se que alguns treinadores queiram fugir do mundo do futebol que por cá se pratica.
Nesta amálgama infeliz de acontecimentos, o primeiro prémio vai inteirinho e por unanimidade para a SIC: depois de durante toda a semana a generalidade dos comentadores ter louvado a contenção da Sport TV e de Ricardo Espírito Santo pela auto-contenção na emissão das tristes imagens da morte de Fehér, criticando os restantes canais pela sua repetição exaustiva, quando Pacheco Pereira o fazia igualmente, no noticiário da SIC de sábado à noite, este canal achou por bem acompanhar as palavras do seu comentador convidado com a exibição dessas mesmas imagens. Não sabemos se a SIC estaria a gozar connosco, telespectadores, ou a pregar uma desagradável partida de péssimo gosto ao seu próprio comentador, mas seguramente que não estava a honrar a memória do pobre jogador.
Tendo em consideração este estado de coisas no futebol, espera-se ao menos que a Académica hoje nos faça sorrir.
 

posted by VLX on 2:59 da tarde # (0) comments

AO LONGE O MAR:

Porto calmo de abrigo
De um futuro maior
Porventura perdido
No presente temor
Não faz muito sentido
Não esperar o melhor
Vem da névoa saindo
A promessa anterior
Quando avistei ao longe o mar
Ali fiquei
Parada a olhar
Sim, eu canto a vontade
Conto o teu despertar
E abraçando a saudade
Canto o tempo a passar
Quando avistei ao longe o mar
Ali fiquei
Parada a olhar
Quando avistei ao longe o Mar
Sem querer, deixei-me ali ficar.

Pedro Ayres Magalhães
 

posted by NMP on 4:30 da manhã # (0) comments

COMPANHEIROS DE LUTA: A propósito de uma recente actualização de links, tive oportunidade de rever alguns dos blogues que connosco navegam há mais de 6 meses.
E não posso deixar de destacar estes geniais bonecos de peluche, que há quase um ano, animam o nosso dia a dia. Ou o sempre atento e presente Portugal dos Pequeninos, onde mora um dos espíritos mais livres da blogosfera lusa.
 

posted by NMP on 3:57 da manhã # (0) comments

O FUTURO HOJE: O Bloguitica lançou uma bela iniciativa. Façam favor de colaborar.

AS ILUSOES DA BLOGOSFERA (II)
Lanço um desafio aos leitores do Bloguítica que estejam interessados em participar:
Num texto entre 50 e 125 palavras, deverão descrever como é que acham que será a blogosfera portuguesa daqui a um ano.
Todos os artigos que receber (bloguitica@hotmail.com) serão publicados no Bloguítica na próxima segunda-feira. A identidade do autor (e o nome do blogue se tiver um) será revelada ou não, dependendo da vontade do mesmo.
Será certamente interessante ler os textos para a semana que vem e, sobretudo, reler em Fevereiro de 2005…
 

posted by NMP on 3:49 da manhã # (0) comments

ESPERANÇAS E ILUSÕES: Amanhã decorre mais uma etapa na nomeação do candidato democrata à Casa Branca. A nós, não americanos, o que mais interessa é as eventuais alterações na política externa que essas eleições poderão ou não trazer.
Este artigo, de um especialista do prestigiado Council of Foreign Relations, explica porque as esperanças de alguns não são mais do que ilusões.
 

posted by NMP on 3:39 da manhã # (0) comments

TEMPOS DIFÍCEIS: Concordo com aqueles que assinalaram os exageros que rodearam a morte e o funeral de Fehér. E, da mesma forma que o constatável luto nacional teve origem nas terríveis imagens veiculadas pela televisão, também é verdade que a cobertura mediática de todo o acontecimento também se explica pela igualmente constatável adesão emocional do povo português à dita tragédia.
Penso que todo este triste episódio, infelizmente, também revelou a enorme vulnerabilidade que marca os portugueses neste momento, revelando um ambiente propício a messias e verdades absolutas. E, por isso mesmo, perigoso.
 

posted by Neptuno on 1:16 da manhã # (0) comments

SUPERBOWL: Várias coisas me atraem no futebol americano. Em primeiro lugar, é um jogo que tem uma componente de estratégia pura - para além da ostensiva componente física - assemelhando-se as equipas a verdadeiros exércitos, planeando o ataque ou a defesa do seu "castelo" consoante as circunstâncias. Em segundo lugar, existe um escrutínio muito grande no que diz respeito às regras do jogo, por forma a evitar erros de arbitragem. Assim, para além de vários árbitros (cinco?) de campo, existe também um "árbitro de televisão", para quem os treinadores de cada equipa podem recorrer em caso de decisões duvidosas. Um dos árbitros explica ao público, pelo microfone do estádio, cada uma das infracções que são cometridas e à medida que as mesmas são assinaladas. Finalmente e recuperando o paralelismo entre uma equipa e um exército, apesar da importância do colectivo, acaba por ser o desempenho do seu general (o quarterback) a decidir cada jogo. Como Brady decidiu ontem, para os New England Patriots, numa final verdadeiramente emocionante.
 

posted by Neptuno on 1:03 da manhã # (0) comments

segunda-feira, fevereiro 2:

MARCELO NA IDADE ADULTA: Tendo passado o fim de semana na boa terra das alheiras (onde tive a grata experiência de observar, da varanda dos amigos que me albergaram, o nosso Primeiro a passar revista à fanfarra dos Bombeiros locais, no seu passo firme e decidido, antes de ir dizer ou fazer qualquer coisa ao Centro Cultural de Mirandela), sucedeu-me assistir à palestra semanal do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
Para além de outras coisas interessantes, Marcelo comentou uma notícia do Expresso, que não li, sobre a candidatura de Alberto João a um cargo qualquer. E foi vê-lo, em trejeitos de repulsa e desprezo, a criticar os "meninos do PSD" que sopram estas coisas para os jornais. Usou a expressão "meninos do PSD" várias vezes, para que não houvesse dúvidas. Que sopram estas coisas para os jornais.
Não sei se terá sido dada a atenção devida ao assunto. Marcelo, à sua maneira, estava a dizer ao País que já não faria estas coisas. A anunciar a sua entrada definitiva na vida adulta. E faz bem, porque para se ser Presidente da República é preciso ter completado 35 anos.
 

posted by PC on 9:24 da tarde # (0) comments

AGORA NA FERRADURA OUTRA VEZ: Alguém devia lembrar a Miguel Montenegro (ver aí uns posts abaixo) de que o que interessa verdadeiramente é proteger aquele serzinho delicado e indefeso que virá a ser um pequerrucho adorável e risonho se ninguém o impedir, se ninguém travar o seu natural destino. Isso é que realmente interessa e tudo o mais é acessório.
Ao fim e ao cabo, isso não é mais do que fazer prevalecer o natural direito à vida sobre o direito de ter medo de contar aos pais, de ter medo de não ser promovida na carreira ou ainda sobre o direito de ter medo de que o feijão e o arroz não cheguem para todos.
 

posted by VLX on 12:18 da tarde # (0) comments

EM FESTA: O Leitura Partilhada está de parabéns. Pela originalidade e empenho e por terem atingido o final de Ulisses. Neste e-mail pedem comentários e impressões gerais sobre o livro e divulgam a agenda para os próximos meses. Os nossos leitores mais literatos têm ali muito material com que se entreter.

Finalmente, a Leitura Partilhada chegou ao final do ULISSES. Estamos obviamente em festa! E agora fazemos o balanço desta leitura, durante a próxima semana.
Foram muitos os que tentaram ler na Leitura Partilhada, e os que apenas conseguiram dar conta dos primeiros capítulos; uns porque não gostaram do que leram, outros porque não coseguiram a disponibilidade que um livro destes exige.
O pequeno grupo que participou na Leitura Partilhada do ULISSES até ao fim fará também o seu rescaldo da leitura, apesar de não ser nada fácil, a de ainda não sabermos bem quais os sentimentos mais importantes...
Neste âmbito, venho-vos pedir que nos digam qual a vossa impressão global sobre o livro, para posterior publicação no blogue. O que gostaram, o que não gostaram, como posicionam este livro nas vossas leituras. Será um eterno livro a ler?
Quanto a Agenda, a primeira semana de Fevereiro será dedicada ao balanço do ULISSES, e depois seguiremos para a América de Faulkner, com "O SOM E A FÚRIA". Em março iniciaremos a "RECHERCHE" de Proust. Todas as leituras futuras aceitam participações adicionais, porque nesta partilha todos os pontos de vista enriquecem a leitura.
Boas Leituras, e até breve!
 

posted by NMP on 4:46 da manhã # (0) comments

POSFÁCIO: Tenho azar! Só pode ser. Passam-se semanas nesta embarcação em que nada ocorre. Navegamos num mar tranquilo, uma ou outra manobra para desenferrujar, lavar o convés, acatar ordens do comandante, descascar umas batatas e pouco mais. E é na altura em que decido ir descansar um pouco que tudo acontece! Batalha feroz, várias embarcações metidas ao barulho, ataques audazes para defesas não menos gloriosas, impropérios entre marinheiros (prontamente resolvidos pelo comandante!), e quando eu regresso... Nada! Lambem-se umas feridas, contam-se relatos (já exagerados, como é próprio entre marinheiros) de feitos heróicos, mas está tudo sanado. Vem-me à imagem uma tira de Uderzo em que o Obélix chega ao campo de batalha quando os romanos já foram dizimados, e ele, num misto de tristeza com incredulidade pergunta "Acabou?! Mas como que acabou?!?"
Isto tudo para dizer que nestes últimos dias estive fora do continente, num óptimo congresso realizado na ilha da Madeira. Por isso não opinei e também já não é altura. Fica a justificação.
 

posted by TRM on 12:11 da manhã # (0) comments

domingo, fevereiro 1:

PS-44%, PSD-36%: Que bela cabala, urdidura, tramoia, maquinação, trampolinice, vocês arranjaram.
 

posted by FNV on 9:33 da tarde # (0) comments

MAZARIN A BORDO: Estes ultimos posts do nosso NMP demonstram o verdadeiro espírito liberal desta bela nau. Já aqui o disse e repito-o: só numa nau destas é que eu poderia viajar, e sempre sob as palavras sábias do Cardeal: Viaja apenas com companheiros de confiança, e, mesmo assim, melhor será que te precedam do que te sigam.
 

posted by FNV on 12:10 da tarde # (0) comments

A TERCEIRA VIA: Depois dos heterossexuais e homossexuais, a fúria etiquetante contemporânea inventou uma nova definição: o metrossexual. Segundo a definição, o David Beckham é um exemplo acabado.
 

posted by NMP on 6:15 da manhã # (0) comments

O GENERAL NO SEU LABIRINTO: Em finais do Verão passado, nenhum dos candidatos democratas á Presidência dos Estados Unidos parecia capaz de entusiasmar os eleitores democratas. Howard Dean ia lançado na frente, o que aterrorizava o establishment democrata e a ala mais centrista dos Clinton.
Um movimento surgiu para lançar a candidatura de Wesley Clark. Em pouco tempo o movimento que apenas existia na Internet obteve milhares de adesões. O dinheiro começou a chover. Bill Clinton disse privadamente, mas fez questão que se soubesse, que o Partido Democrata só tinha duas estrelas: Clark e Hillary.
Em Novembro, Clark lançou-se. Mas quando chegou ao terreno, as coisas não começaram a correr muito bem. Primeiro foi o problema do discurso do candidato: tanto afirmava o seu apoio como a sua oposição à intervenção no Iraque (acabou por estabilizar nesta útlima posição. mas justificando-se com questões e nuances tácticas de difícil compreensão pelo eleitorado). O que foi agravado com inúmeros comentários anteriores que Clark tinha feito em jornais e na televisão, umas vezes elogiosos, outras vezes críticos da Administração Bush. Isto foi munição gratuita para os seus oponentes.
Em seguida, Clark fez uma opção táctica arriscada: não participar nos caucuses do Iowa. A decisão parecia racional: a sua candidatura surgiu tarde, não havia tempo para ir a todos os sítios e a sua melhor aposta era em estados mais populosos (o Iowa elege apenas 22 delegados para a convenção democrata). Acontece que a vitória de Kerry no Iowa criou uma onda que lhe valeu ganhar no New Hampshire e ficar muito bem colocado para as 7 primárias da próxima terça-feira.
Clark tem sido prejudicado por alguma inexperiência política - é a primeira vez que se candidata a um cargo. O que se nota nalguns debates e nalguns deslizes: sendo apoiado por vedetas como Madonna e Michael Moore, foi incapaz de contradizer este último, quando ele à sua frente chamou "desertor" a Bush. Votou em Nixon e Reagan, o que dificilmente desperta simpatia junto dos democratas.
No entanto, o seu prestígio, a sua carreira brilhante, a sua história de vida de homem que subiu a pulso têm tudo para atrair os americanos. Clark parece bem colocado para ganhar, no dia 3, o Oklahoma e terá de esperar ter bons resultados noutros estados (sendo sulista, poderá surpreender num ou noutro Estado do Sul). Tem sido prejudicado pelo facto de aparentemente os americanos estarem a votar tanto por motivos internos (o estado da economia e dos serviços sociais) como por causa da segurança e da defesa (a sua área forte). Ainda por cima o andamento das primárias está a colocar mais longe a perspectiva de ser candidato a Vice-Presidente (seria um nome forte para Dean, mas perde utilidade numa candidatura de Kerry, ele também um herói militar).
O general talvez se tenha precipitado. Os mais cínicos dizem que foi empurrado pelos Clinton, que se queriam desembaraçar de um potencial forte adversário de Hillary em 2008. A verdade é que a sua equipa de campanha é quase exclusivamente composta por gente da entourage de Clinton. Se aguentar esta fase, talvez possa ter sucesso em estados mais populosos como a Califórnia ou Nova Iorque.
O currículo de Wes Clark parece perfeito demais para ser verdade: melhor aluno em West Point, comandante supremo da NATO, a paz na Bósnia. De um ponto de vista objectivo, é irracional desperdiçar um homem com esta preparação e capacidade. Mas essa é também uma das belezas da democracia.
 

posted by NMP on 5:26 da manhã # (0) comments

ONTEM NA FERRADURA, HOJE NO CRAVO: No final da semana passada, alguns espíritos mais sensíveis (não apenas, mas sobretudo de esquerda) ficaram, quiçá exageradamente, com "pele de galinha" com algumas coisas que aqui foram escritas. Como é próprio de uma nau plural, chegou agora a vez de eriçar o pelo a outros espíritos sensíveis (não apenas, mas sobretudo de direita).
O nosso leitor Miguel Montenegro enviou-nos esta carta. Foi encurtada porque o seu comprimento (que não o seu conteúdo) era mais digno de uma encíclica, do que de uma opinião para publicação num blogue.
O seu conteúdo não é da responsabilidade da gerência. No meu caso, até estou em profundo desacordo com o tom geral da missiva. Não a comento porque já exprimi a minha opinião sobre o assunto e não me apetece repetir-me.
Certamente alguns leitores nos cobrarão por esta publicação, mas pagamos com boa cara o preço da liberdade e do pluralismo.

(...)
Em Portugal ressurge o escândalo da criminalização (da conduta) de mulheres que efectuaram abortos, desta vez em Aveiro.
Assistimos à tentativa de uma imposição de uma maioria a toda a população. Parece surreal que os católicos não entendam que o facto de as mulheres que praticam o aborto (e na realidade só elas sabem em que condições) não serem «criminalizadas», não obriga qualquer outra mulher, católica ou não, a ter a mesma conduta...Mas não é...
Alguém devia lembrar aos católicos que os inquisidores deviam acreditar naquilo que faziam, quando lançavam os pecadores à fogueira...ou quando obrigaram Galileu, usando argumentos bastante convincentes, a abjurar o heliocentrismo...
Alguém devia lembrar aos católicos o vergonhoso comportamento do Vaticano em relação ao nazismo e ao Holocausto, culminando na ajuda à fuga de nazis que praticaram crimes hediondos contra a humanidade, oferecendo- lhes passaportes do próprio Vaticano...
Alguém devia lembrar aos católicos que ainda hoje o Papa é contra o uso de preservativo, método anticoncepcional que evita o contágio de várias doenças sexualmente transmissíveis, algumas das quais tristemente célebres pela dimensão epidémica que hoje têm... Os católicos decerto não usam preservativos...
Não querendo simplificar aquilo que por natureza é complexo, visto envolver valores religiosos, morais, sócio-económicos, comportamentais, legais e conhecimentos médicos, apetece-me perguntar aos veementes defensores da criminalização do aborto se já leram as legislações Espanhola, Francesa, Alemã, Inglesa ou Sueca sobre o assunto...e se sabem há quantos anos (décadas, na maior parte dos casos décadas) estão em vigor...Com certeza que não
(...)
Alguém lhes devia lembrar que por não ser crime (o aborto), ninguém é obrigado a consumar esse tipo de prática.
Alguém lhes devia lembrar que desde que as últimas encíclicas papais aceitaram a pena de morte, já ninguém os leva a sério quando falam do valor “vida”...
Alguém devia lembrar aos governantes de agora, que os católicos espanhóis não são mais infelizes que os católicos portugueses...
Alguém lhes devia lembrar o sofrimento que as mulheres que praticam o aborto, sendo crime ou não, se irão auto-infligir porventura até ao fim dos seus dias...
Alguém devia lembrar aos católicos, que ao que se diz, Cristo depois de ressuscitado apareceu a Maria Madalena...
 

posted by NMP on 5:01 da manhã # (0) comments

UMA MANOBRA DELICADA (post longo): Quando comandamos uma barca, de vez em quando, temos de fazer umas manobras delicadas. Esta é uma delas.
Esta semana assisti a uma acesa troca de argumentos entre dois amigos meus (FNV e um membro dos Mostrengos, vereador da Câmara de Coimbra com o pelouro do Estádio). O pretexto substancial foi a intervenção deste último a propósito da morte de Féher, que FNV entendeu ser oportunista e que nem se devia ter dado, uma vez que sendo responsável pelo Estádio Cidade de Coimbra não devia ter falado sobre isso. Ou porque a situação grave que denunciou também se passava no estádio sob o qual tem responsabilidades e devia estar calado e não organizar lá nada, ou então não se passava e estava apenas a querer retirar dividendos públicos de uma situação delicada. Depois, a discussão ganhou uma dinâmica própria e autónoma sobre a qual não me quero pronunciar (são ambos crescidinhos e têm arcaboiço).
Estando fora, fui informar-me: ler jornais, ouvir rádios, que é o que se pode fazer na Internet. E acho que o Nuno Freitas fez muito bem. Cumpriu o seu dever de responsável político com coragem e empenho - coisa aliás rara em Portugal, onde muita gente prefere esconder-se nestes momentos, pondo um ar contristado, um luto de ocasião, abrindo um inquérito ou fingindo que não é responsável por nada. Concordo, grosso modo, com o que se diz neste editorial do Público a esse propósito.
Relativamente ás críticas substanciais do nosso companheiro de tripulação FNV, entendo que não se pode estar sempre a pedir aos políticos que estejam atentos e se empenhem, e depois quando alguém alerta para problemas, atacá-los. É, pelo menos, incongruente exigir que os políticos assumam responsabilidades e sejam capazes de obter os meios para tal e achar que não se pode ou não se deve reivindicar os meios para cumprir essas obrigações. Mais, enquanto político e tendo ainda por cima uma preparação técnica para tal (o Nuno Freitas é médico), deve-se aproveitar momentos destes, em que os media dão atenção a estes assuntos, e tentar prevenir um acidente grave. Como muito bem escreveu aqui o nosso
TRM, as pessoas mais saudáveis num campo de futebol são os jogadores: quero ver como vai ser, se se dá um problema sério com um ou mais espectadores no Euro.
E quanto ao tom mais ou menos elegante das respostas do senhor vereador ao munícipe, meu caro FNV, esse argumento é tão absurdo quanto eu afirmar que as críticas frontais e duras de um psi a alguém lhe podem abalar o equilíbrio psicológico. Quem é atacado, tem o direito de responder (bem ou mal, isso não interessa para o caso). Se o devia fazer aqui (num redil, para usar a tua deliciosa expressão) ou noutro sítio qualquer, isso fica ao critério de cada um e de quem assiste.
Eu não me interessaria pelo assunto, se não tivesse ambos os meus amigos na conta de pessoas articuladas e inteligentes. Não me pronunciei antes, porque tinha de me informar e não me queria meter numa discussão a meio. E hesitei em fazê-lo agora, porque a última coisa que quero é reabrir uma discussão que se encerrou naturalmente (e à qual nada acrescento que não seja tomar partido).
Ser amigo de alguém nunca me impediu de discordar. Como prova o que se passa diariamente no Mar Salgado e como o Nuno Freitas bem sabe. Mas também por conhecer e estimar os dois intervenientes na discussão, não ficava bem comigo se ficasse calado.

P.S. - Por respeito a ambos, não me intrometi na discussão a meio. Não foi o caso de outros. Num caso de forma lamentável - o Desaprovador do mesmo Mostrengos resolveu escrever uma daquelas peças cheias de fel que, de tão retorcida, não se percebe se contem mil insultos ou mil ideias confusas. O Luís do Natureza do Mal, provando que domina o conceito de convergência objectiva de interesses e que não cede um milímetro à reacção, aproveitou para se exercitar um pouco mais contra o seu ódio de estimação blogosférico. E o Terras do Nunca topou o problema à légua e gozou connosco, o que vem fazendo de forma magistral desde o início do ano (nunca mais vem uma daquelas postas bem esgalhadas sobre o Afeganistão continuar a ser o Afeganistão ou a importância de manter o Iraque fiel às suas tradições ?).

P.S. II - Detestei escrever este post. A coisa que menos aprecio na blogosfera é quando esta se converte numa conversa entre amigos. Entre compinchas. Quando fica impregnada de amiguismo. Provavelmente este post comete esse pecado. Talvez os meus dilemas internos devessem ficar só comigo. Salva-se o facto de com ele ficar provado que uma tripulação composta de velhos amigos pode ser plural e manter discussões leais e francas. E de que aqui não há nem concertações de posições nem molezas para amigos.
 

posted by NMP on 2:37 da manhã # (0) comments


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