Mar Salgado

sábado, janeiro 31:

SIM, É VERDADE: O Cidadão Livre (link apenas na coluna da direita por incapacidade do meu Mac) interroga-se se é verdade o que escrevi no post Se não tivesse visto não acreditava. É verdade, sim. Na emissão da noite da SIC-Notícias de ontem, sexta-feira, com o João Adelino Faria (e a uma outra jornalista da qual não me recordo agora o nome mas que gosto bastante), estiveram o Luis Delgado e o António José Teixeira. Terão comentado qualquer coisa sobre um discurso de Jorge Sampaio no Porto, creio. Eu só apanhei a parte em que a tal jornalista, por volta das onze da noite, diz textualmente que o Presidente da Républica está "indignado" com os comentários feitos pelos comentadores. E lê (!) a missiva que Sampaio enviou. Como não foi desmentida (nem é louca), as coisas assim se passaram. Inacreditável? Pois é.
 

posted by FNV on 7:22 da tarde # (0) comments

WE LOVE FOOTBALL: Aconselho (e pratico) os meus doentes, e ensino os meus alunos, que a melhor forma de organizar uma perda é voltar à rotina. Neste aspecto, essa entidade mística que é o "futebol português" não precisa de lições: linguagem vulgar com calças à mistura, "chaimites" e "vândalos" na verborreia fácil de Dias da Cunha, ou conselhos de presidentes como o de Pinto da Costa "para irem a Alvalade mesmo sem bilhete" chegam e sobram.
Sei que há valentes que gostam de aparecer depois de as batalhas terminarem. Eu arrisco antes: em condições normais ( alta temperatura de jogo, inércia policial, etc), hoje há sarilho em Alvalade.
 

posted by FNV on 4:28 da tarde # (0) comments

MAIS NOTÍCIAS DE RESISTÊNCIA: Camaradas, recebi agora mesmo novas do camarada Soares, do seu exílio em Viena, instando-nos a prosseguir a luta, ele volta quando a coisa estiver resolvida ( escolheu Viena porque segundo me disse já não tem saúde para o foie-gras parisiense e em Viena sempre pode ir à Ópera com o camarada Freitas).
Aqui na secção de Coimbra, sub-secção de Celas, a coisa está preta. O Bispo João César das Neves, que tem a pasta episcopal para a saúde sexual, mandou prender dois patos do jardim da Sereia que segundo ele, "estavam a acariciar-se sem fins reprodutivos".
O Ministro da Educação, o tenebroso J.Carlos Espada, clamou que "a deriva relativista pós-moderna já atingiu os palmípedes" e ameaçou processar Deleuze e Guattari.
Ainda na região centro, soube que o camarada Carvalhas foi encontrado às portas de Peniche. Segundo fontes da resistência local, era sua intenção ser preso na fortaleza local, evadir-se e aprender a desenhar. Os boatos da reacção dizem que ele escolheu Peniche porque era o unico sítio em que o seu sotaque não o denunciaria. Malvados.
A fome aperta, neste buraco ensombrado pelo fascismo em que me escondi. Desta vez valeu-me o camarada-estudantil Vítor Hugo Salgado que me trouxe uns restos do leitão que esteve a comer; coitado, foi o que pôde cear depois de ter pago as propinas.
 

posted by FNV on 12:17 da tarde # (0) comments

MONOPÓLIO: Um dos rapazes com quem eu mais gostava de brincar em criança era com o Zeca, tipo porreiríssimo de quem ainda sou grande amigo. O Zeca era fantástico, grande amigo, mas era uma nulidade no Monopólio, que jogávamos bastante lá pelos idos de 1975. O estranho era que tinha uma sorte incrível aos dados mas nunca comprava nada: calhava sempre nos melhores sítios, como no Rossio, quando eu tremia todo: “vais comprar?”, “não”, respondia-me ele, meio tristonho e cabisbaixo. Na Rua Augusta? “não”, respondia-me ele. Na Rua do Ouro – as verdinhas, desta vez vai comprar! – e ele nicles, não comprava. Caiu na Arantes de Oliveira (já eu tinha casas e hotéis por todo o lado) e ele não comprou, estando ainda cheio de dinheiro do início, acumulando com três vezes os dois contos da partida. Pensei que não gostava do jogo mas ele assegurou-me que sim, que gostava imenso; pensei que achava o jogo velho, remendado, cheio de fita-cola, já falho de peças (meus irmãos já o tinham jogado muito...), que preferia as casinhas às peças de lego que as substituíam, mas ele disse-me a tudo que não e que jogasse. Decidi começar a perguntar-lhe o porquê da sua estranha estratégia de jogo: “porque não compras o Campo Grande? São 600$00?”; não posso, dizia-me. “A Rua do Carmo?” Não quero, jurava-me. “A Estação de Campanhã?” – não posso, quase que chorava.
É evidente que eu ganhava sempre. Até um dia em que me recusei a jogar e lhe perguntei directamente porque utilizava semelhante táctica de jogo, cujo resultado já sabia qual seria. O meu amigo respondeu-me que nunca poderia comprar o Rossio, a Rua Augusta ou a do Ouro porque eram o protótipo do burguês típico, não podia comprar a Estação de Campanhã porque era um negócio capitalista e explorador, tal como a Rua do Carmo e a de Santa Catarina; o Campo Grande por ser perto do Campo Pequeno, símbolo dos fascistas capitalistas, e a Arantes de Oliveira por motivos evidentes: é que estas ideias lhe tinham sido incutidas.
Continuei a ganhar-lhe o Monopólio por mais uns meses e depois deixámo-nos daquilo (confesso, meio envergonhado, que passei a jogar o Jogo da Bolsa com outro vizinho com quem vim a comprar a meias o Jogo do Petróleo. Mais tarde, já no Liceu, trocámo-lo pelo Risco até ao fim da Faculdade).
Continuo grande amigo do Zeca, depois de uns anos de interregno, e encontramo-nos regularmente. O Zeca é casado, pai de 5 filhos, extremamente feliz, administrador de uma empresa de sucesso com casa própria e uma de férias fantástica, mas espera abrir apenas com o seu esforço uma unidade hoteleira de cinco estrelas numa praia bem conhecida. Está bem melhor do que eu, dou comigo por vezes a pensar. Libertou-se dos seus fantasmas ao fim de 30 anos, o que é sempre bom. Fico muito feliz por ele.
 

posted by VLX on 1:45 da manhã # (0) comments

EM TÊTE A TÊTE com o JMF, ( link na coluna da direita no Terras do Nunca, ó homem, os tiques são menos trabalhosos!) esta noite. Agradeço a partilha da garrafa e aproveito para subscrever a sua declaração de inimputabilidade. Estive a rever a intervenção do Dr.Louçã e de facto o deputado utilizou o termo inimputável estritamente no sentido político. É verdade, e por isso é patética a ameaça de processo por parte do PP. Patética, preocupante, e estúpida.
 

posted by FNV on 1:16 da manhã # (0) comments

OUTRAS GENTES, OUTRAS CULTURAS: Enquanto Portugal vibrará com mais um Sporting-Porto, nos EUA decorre domingo o maior acontecimento desportivo anual: o Superbowl. É basicamente a final entre as equipas vencedoras das duas ligas profissionais de futebol americano.
Na cultura popular americana o Superbowl é muito mais do que uma mera final. O futebol americano é o desporto mais popular em toda a América - o basquetebol é muito popular mas é sobretudo urbano e o basebol, apesar de muito seguido, não arrasta estas paixões. O Superbowl é o momento cimeiro anual da cultura do macho americano. É um pretexto para reunir amigos e família (sobretudo homens) e cometer todos os exageros que uma sociedade do fast food e consumista, como a americana, permite.
Apenas como exemplo, espera-se que no próximo domingo se batam todos os recordes de entregas de pizzas ao domícilio. E numa sondagem recente, cerca de 6% dos americanos confessou que no final do Superbowl estarão tão empaturrados de comida e bebida que seriam incapaz de ter uma relação sexual.
É um daqueles momentos em que o desporto não faz nada bem à saúde.
 

posted by NMP on 1:02 da manhã # (0) comments

NA GAVETA DA MINHA COZINHA: É sexta-feira, não vale a pena estragar a noite com má política (eu sei, estou a plagiar parcialmente o Eça mas ele referia-se ao jantar, e não à noite propriamente dita).
Falemos então de coisas mais mundanas. Na gaveta da minha cozinha – e imagino que na gaveta da maioria das cozinhas portuguesas (continente e ilhas), bem como nos PALOP’s (onde tenhamos deixado gavetas ou nas habitações dos mais poderosos), Brasil, Timor e alguns apartamentos em Macau – existe um utensílio curioso, embora muito útil. Ao longo dos últimos 30 anos (farão agora, muito brevemente, salvo erro), esse objecto esteve mesmo para desaparecer, estando eu convencido de que tinha mesmo deixado de ser fabricado. Durante muitos anos não se conseguia encontrar o dito nas lojas (e perguntar por ele era quase proibido e podia provocar dissabores) mas era muito útil e, principalmente para a pequenada gulosa, fantasticamente prático. Servia para muitas coisas mas para as crianças ele era o maior auxiliador na difícil tarefa de rapar as taças onde se tinham preparado os bolos, de ovos ou de chocolate, as mousses ou os suspiros: não ficava nada na taça. O que eu me deliciei com aquilo!
Ultimamente, aqui há dois ou três anos, comecei a reencontrá-lo nas feiras e, mais recentemente, até em lojas da especialidade. Julgo até já o ter visto num ou noutro hipermercado (na província, claro) e, uma vez, num dia muito complicado, vi-o em exposição, qual bibelot, numa cómoda em Paços de Ferreira (ou então estava desarrumado).
É um objecto muito simples, não obstante ser imensamente prático, para não dizer poupado: trata-se de um pequeno pau de madeira, cilíndrico, aí com uns 30, 35 centímetros, com uma espátula de borracha branca numa das pontas. Um dos cantos (se assim lhes pudermos chamar) da espátula é redondo, para melhor rapar as taças de que falava; os outros são ângulos rectos. O instrumento é muito eficaz na função que lhe está destinada mas é evidente que não deve ter ainda a chancela CEE.
Chamava-lhe o povo, com toda a sua sabedoria (que, aliás, justifica a democracia) e com algum carinho, simplesmente de salazar (com "s" minúsculo, uma vez que não se justifica a maiúscula).
Imagino que hoje, caso o seu fabrico e comercialização venha a ultrapassar as feiras e fronteiras portuguesas e se transforme num produto de grande consumo e de exportação, a sua designação distintiva seja mudada para qualquer outra coisa, por proposta apresentada à Assembleia da República pelo Bloco de Esquerda e apoiada por diversos outros quadrantes políticos. Como imagino que a justificação da mudança seja o medo das crianças por fantasmas, ainda lhe vão chamar "papão"....
 

posted by VLX on 12:45 da manhã # (0) comments

BANDALHOS: A expressão até encontra cabimento no imaginário da população, quando esta pensa nos políticos que "a servem". O próprio autor da expressão deu o seu sereno mas firme contributo para tão boa imagem. O problema é que, se porventura os "bandalhos" que temos se unissem para limpar a má imagem, das duas uma: ou seria criada uma comissão para o efeito - assegurando um sono eterno a tema tão incómodo - ou então, caso optassem por enfrentar a situação, é mais que certo que nunca lhes ocorreria outra estratégia que não fosse uma oca mas bem sucedida campanha de marketing. E, pior ainda, desse modo resolveriam certamente o seu (e apenas o seu) problema. E prometeriam resolver os restantes.
 

posted by Neptuno on 12:43 da manhã # (0) comments

OBRIGADINHO pela ajuda ò JMF (Terras do Nunca, link na coluna da direita, embora o JMF pareça não acreditar que o meu Mac não consegue linkar directamente). Fico a saber que a recepção a Fidel em 1998 no Porto foi só uma noitada em Matosinhos. Tem graça, era capaz ( o que me fez a demência precoce) de jurar que me recordava de dezenas de directos e entrevistas nas TV's e nas rádios, laudatórias do indivíduo; De ter visto e ouvido inúmeros personagens conhecidos a babarem-se com El Comandante e com os charutos que ele trouxe. Claro está que na época Saramago ainda não o tinha excomungado. Mas já na altura execrar o personagem me valia diagnósticos virulentos como o que o JMF me dedica ("eventualmente", vá lá, que o homem hoje está bem disposto).
 

posted by FNV on 12:31 da manhã # (0) comments

sexta-feira, janeiro 30:

SE NÃO TIVESSE VISTO NÃO ACREDITAVA: Jorge Sampaio, 20 minutos depois de Luis Delgado e José António Teixeira terem feito um comentário, telefona para a redacção da SIC-Notícias a dizer-se indignado. Deve ser o que o Presidente designa por credibilização da vida política.
 

posted by FNV on 11:10 da tarde # (0) comments

NOTÍCIAS DE RESISTÊNCIA: Escrevo-vos, camaradas, ainda com as palavras do camarada Mário nas bochechas: bem avisava ele que a extrema direita se preparava para assaltar o poder. Mas como também alertava o grande Castela, ( da Secção Regional do Madeira, Coimbra) eu deveria ter desconfiado quando eles proibiram o cunnilingus. Envio-vos esta missiva graças ao camarada Fidel, que como tem a Internet local desocupada, gentilmente me cedeu uns gigabaits.
A situação é grave. Como disse uma vez o camarada Vasco Lourenço ( a memória é o fermento do pensamento), na extinta TSF, a 30 de janeiro de 2004 : "noutros tempos isto estava a pedir um golpe militar". Depois meteu-se no carro e foi para a empresa. Bom, adiante. A situação é grave, a extrema direita sequestrou o camarada Sampaio e o Coro de St. Amaro de Oeiras em Belém, mas logo o camarada Otelo interrompeu um jantar no Futungo de Belas para lembrar que também já lhe tinha acontecido o mesmo em 1975, mas pior: teve de aturar o Eanes, ainda sem o mestrado de Badajoz.
Eu pouco posso fazer para desalojar a extrema direita da minha querida Coimbra. Os malandros decretaram Queima das Fitas obrigatória para quem quiser fazer as cadeiras do camarada Boaventura S.Santos. Coimbra está soturna e jaz enterrada sob as sombras do fascismo: puseram um cadeado na bicicleta do Vítor Hugo Salgado. Quem me tem ajudado é o meu ex-companheiro VLX, que num rebate de consciência, me leva rodovalho e arroz de tomate ao infecto buraco no qual me escondi. Bem me tem valido, porque o aparatchik local (com quem me pegava no tempo dos blogues) já colocou uma pulseira electrónica na coleira do meu cão.
Mas o sol brilhará outra vez, camaradas. O Benfica será de novo campeão, Soares de novo presidente, Paulo Portas fará a tropa como reles praça, e Santana Lopes acabará os seus dias a alugar toldos na Figueira da Foz. Porfiai!
 

posted by FNV on 10:03 da tarde # (0) comments

OLHA QUE NÃO, OLHA QUE NÃO: O meu companheiro VLX fala da "pele de galinha" que certos nomes ainda provocam. Pela minha parte, enfio a carapuça, com uma correcção: não é pele de galinha, é peau de chagrin.
 

posted by FNV on 9:19 da tarde # (0) comments

EPÍLOGO: Não sabia que alguns dos meus colegas de embarcação faziam parte daquele grupo que fica logo com pele de galinha e se encarniça todo ao ouvir certos nomes de determinadas pessoas, alguns de pessoas que já morreram há dezenas de anos. Espero que não cheguem ao ridículo de vir para o meio da rua gritar «fascismo nunca mais!» e outros disparates do género.
Mas a gente está sempre a aprender. No mais (a expressão ofenderá?... Lembrará qualquer coisa?... Deverá ser banida?...), convém precisar: foi dado a entender pelo PR que os políticos do antigamente não eram boas pessoas (não falava de políticas). Citei o nome de alguns desses políticos, incluindo muitos que ainda o são. Todos os citados se destacaram – e muito! – de uma forma ou de outra, na política ou na vida profissional e mesmo pessoal. Os nomes saíram-me à medida que escrevia e não vou aqui opinar sobre cada um. Muitos admiro, outros nem tanto. Alguns são-me completamente indiferentes. Nenhum dos citados é, aos meus olhos, «bandalho» ou merece epíteto semelhante pelo que a generalização feita pelo PR é abusiva, historicamente falsa, ofensiva e injustificada, como demonstrei (e certamente deixei muitos nomes de fora). Goste mais ou goste menos do passado do nosso país, não tenho medo dele e, seguramente, não tenho medo de fantasmas.
Claro que me esqueci (terá sido mesmo assim?...) de que alguns dos nomes ainda fazem pele de galinha a algumas pessoas e que, como é costume, preferem divagar a discutir o essencial da minha mensagem. Geralmente costuma ser aquele tipo de gente que à mínima contrariedade numa discussão ou troca de ideias atira logo um valente «és de extrema-direita!» ou «fascista!» Com esses, fim de conversa.
 

posted by VLX on 8:58 da tarde # (0) comments

RESPOSTA POR TERCEIROS: Recomendo ao meu amigo VLX a leitura deste comentário do Liberdade de Expressão.
Está lá dito tudo o que eu queria dizer.
 

posted by NMP on 7:58 da tarde # (0) comments

TELHADOS DE VIDRO: Extremidades por extremidades, alguém me ajuda a recordar a data exacta em que Fidel foi recebido em apoteose, lambuzado por jornalistas, autarcas e ministros, na cidade do Porto, numa Conferência Ibero-Americana? 1998? 1999? Vá lá vá lá, que houve alguma evolução. É que pela primeira vez soube-se que Cuba executa, Cuba prende jornalistas, etc, etc.
 

posted by FNV on 7:36 da tarde # (0) comments

CUSPIR PARA O AR VI: Como eu tenho sempre tempo e paciência para ler o meu Amigo VLX, e como não quero que ele fique com a impressão que escrevi um texto inútil, e como ele diz não perceber o motivo pelo qual o escrevi, eu explico.
O meu post tinha o singelo intuito de mostrar que a inteligência, a competência, a capacidade de liderança, etc., não são virtudes absolutas porque, pura e simplesmente, não são virtudes. São meios para fazer bem coisas virtuosas - ou coisas desprezíveis. Em último termo, a inteligência, a competência, a capacidade de liderança, etc., em abstracto, só são interessantes dentro dum frasco de formol, sob o olhar atento de uma classe de Neurologia.
Por isso, a "grandeza pessoal" de um político não pode desligar-se das políticas que pratica. E o VLX percebeu isso muito bem quando chamou às personalidades que eu citei "criminosos". Justamente; só que aquela verdade é absoluta, e não se aplica apenas aos grandes criminosos, mas também a todos os que praticam políticas más.
Assim, o meu post não foi totalmente inútil. Teve até, afinal, um efeito, digamos, maiêutico.

PS: E também gostei da matreirice de misturar os "técnicos" com os capi. Quase que pegou!
 

posted by PC on 7:02 da tarde # (0) comments

GLÓRIA FÁCIL É...: ...ser apelidado de extrema-direita por tudo e por nada. Mário Soares queixou-se hoje à CGTP das forças de direita, algumas no poder. Eu, que não estou no governo, não sou tão importante, tenho apenas direito às queixas de ASL, do Glória Fácil (link aí à direita, já conhecem as minhas dificuldades com as tecnologias informáticas...).
ASL acusa-me de ser de extrema-direita, embora eu não tenha percebido muito bem porquê (imagino que seja por eu falar de pessoas da nossa História com um mínimo de naturalidade). Percebi ainda menos porque estranho motivo o meu post teria alguma coisa a ver com a direita que está no poder (a qual deve estar tão surpreendida quanto eu...).
Na verdade, é fantástico como se pode deturpar um texto: eu era capaz de jurar que tinha estado a escrever sobre a direita que esteve no poder...
 

posted by VLX on 6:16 da tarde # (0) comments

AINDA SOMOS uma bela nau, ó ASL (link na coluna da direita, Glória Fácil, por nabice do meu Mac). O meu amigo PC resolveu ensombrar-me o dia com a possibilidade de viver sob a pata de Fidel ou de Estaline: cobarde como sou, transformava-me logo num komissar dedicado e vigilante, mas depois lia Tolstoi às escondidas e chorava baixinho à noite. O meu companheiro VLX é que despoletou esta coisa, com a menção a Salazar, verdade seja dita. Imagino-me no regime, casado com Vera Lagoa e a enganá-la com a Catarina Eufémia. Resistiria algum tempo. Depois, farto de um país de padrecos e caciques, e sendo dado à libertinagem intelectual, fugiria para qualquer universidade decente, de um país decente. Quando pudesse, mandaria a conta ao Dr.Salazar, agradecendo-lhe ter atrasado a nação 36 anos. Que lhe fizesse bom proveito a sua "categoria superior, ímpar e inigualável".
 

posted by FNV on 4:36 da tarde # (0) comments

CUSPIR PARA O AR V: Os meus colegas de embarcação deixam-se contaminar por um vírus que ataca muitas vezes a classe política e que se manifesta na intenção de discutir o acessório, ao invés de se centrarem no essencial. E depois saem disparates e coisas desprovidas de sentido ou tão díspares que um vem falar de criminosos como Estaline, Fidel Castro ou Khomeiny e outro vem a despropósito clamar por El-Rei D. João II. Eu sei que eles estão apenas a dar largas ao seu enorme e conhecido sentido de humor mas, à cautela, e dado que os meus conhecimentos de informática não me permitem fazer-lhes aqui um desenho, vou tentar explicar-lhes tudo novamente, mudando as palavras.
Jorge Sampaio entendeu por bem, mesmo que indirectamente como só ele sabe, criticar os políticos nacionais de hoje e criticar os políticos do antigo regime (centro-me nestes últimos porque é o que agora me interessa). O que ele criticou não foi o reinado de nenhum dos nossos monarcas, por melhor ou pior que tenha sido, foram os políticos do antigo regime e, por isso, não faz o menor sentido a referência a D. João II (que seria, de resto, um excelente governante em qualquer época): vem a despropósito.
Repare-se, em segundo lugar, que o que Jorge Sampaio criticou não foram as políticas do antigo regime (coisa que poderia perfeitamente fazer, seria legítimo e ele já o fez por diversas vezes): criticou os políticos.
A exemplo de políticos do antigo regime, arrolei uma ou duas dezenas de nomes que me ocorreram de pessoas que exerceram funções governativas, na administração local ou na assembleia nacional durante o antigo regime. Qualquer uma dessas pessoas é aquilo que costumamos chamar de pessoa de categoria superior, ímpar e inigualável. Isso, creio que nem NMP nem PC contrariam, gostem ou não dos nomes (eu também não gosto de todos), e tenho a certeza de que NMP e PC, juntamente comigo, a nenhum deles chamariam “bandalho”. Podem não concordar com a política deles ou exercida por eles, mas Jorge Sampaio não se referiu à política e sim aos políticos do antigo regime. Como eu (disse-o três vezes).
E não se referiu a quaisquer políticos, designadamente estrangeiros, mas apenas aos políticos portugueses do antigo regime. Por isso mesmo, a referência feita por PC àquelas personalidades criminosas é igualmente desprovida de qualquer sentido (tanto mais que PC frisou que não pretendia efectuar qualquer comparação).
De onde só o sentido de humor explica os posts dos meus colegas de embarcação. Pena é que não tivessem nada a ver com o que escrevi. Pena, porque os meus amigos são capazes de muito melhor.
 

posted by VLX on 4:21 da tarde # (0) comments

DA INIMPUTABILIDADE: O Dr.Louçã no estilo elevado e de profundidade política inquestionável que caracteriza a esquerda-Lux, adjectivou Celeste Cardona de inimputável, depois de ter acoitado a tese de crime fiscal. O Partido Popular, ofendido, quer processar o Dr.Louçã, exigindo por isso que abdique da imunidade parlamentar. Sombras de fascismo e de perseguição política, dizem uns. Reposição da honra, clamam outros.
Não perecebo tanta algazarra. Vindo de quem vem, ( um especialista na matéria) o diagnóstico deveria ser levado a sério. Assim. o PP deveria era preparar a defesa de Cardona, consultando o Prof. Figueiredo Dias ou até o nosso PC. Estou certo que se encontrariam atenuantes e explicações para a inimputabilidade de Cardona: desenvolvimento psicossocial, tipologia da afectividade familiar, solidão urbana, Complexo de Édipo mal resolvido, etc. À falta de melhor, a sociedade criminógena, capitalista e consumista.
O Bloco de Esquerda, aliás, fiel a uma peculiar interpretação do crime e do desvio, ofereceu logo o conceito de inimputabilidade. É aproveitar, é aproveitar.
 

posted by FNV on 4:07 da tarde # (0) comments

FALHA IMPERDOÁVEL: E no Dom João II ? Ninguém fala no Dom João II ?... Como seria o país, hoje em dia, se governado pelo Dom João II (como presidente ou rei, para o caso tanto faz) ? Não falo das políticas, mas da sua grandeza pessoal.
Já para não falar no nosso Afonso Henriques que, nesta altura do campeonato, já tinha montado uma brigada de protecção à nacionalidade portuguesa encarregue de trespassar a golpes de espada qualquer empresário espanhol, que ousasse atravessar a fronteira para comerciar.
Lembrei-me disto porque, ainda há uns tempos, escutei num café (certamente não o mesmo café do nosso VLX) um senhor a suspirar e soltar esta expressão: "o que nós precisamos é de um novo Dom João II.".
Se os estimados leitores tiverem mais exemplos dessa instituição nacional de alta cultura e filosofia política que é a conversa de café, façam favor de enviar para lobosdomar@hotmail.com
 

posted by NMP on 3:35 da tarde # (0) comments

CUSPIR PARA O AR IV: O post scriptum da última mensagem do meu colega PC retira qualquer utilidade ao post que ele próprio tinha acabado de escrever. Não sei, não percebo então o motivo pelo qual o escreveu. Ele lá deve saber. Como sou amigo dele, espero ao menos que não lhe tenha caído em cima.
 

posted by VLX on 3:16 da tarde # (0) comments

CUSPIR PARA O AR III: Entusiasmei-me com o exercício proposto pelo VLX e o fim da manhã encontra-me profundamente nostálgico. Pus-me a imaginar como seria bom se - independentemente das políticas, claro - tivéssemos, a liderar os destinos do País, homens com a capacidade de comando de Estaline e Mao. Ou com a eficácia de Pol Pot. Ou com a habilidade de Khaddafi. Ou com o orgulho tenaz de Fidel Castro. Ou com a integridade de Khomeiny. Quem somos nós para - independentemente das políticas, claro - "ofender a memória ou a personalidade de pessoas com a grandeza pessoal" destas sumidades?

PS: Antes que algum apressado comece para aí a rasgar as vestes de indignação e a escrever inutilidades, talvez seja melhor esclarecer o óbvio: não estou a comparar uns e outros. Obrigado.
 

posted by PC on 1:20 da tarde # (0) comments

CUSPIR PARA O AR II: Reaccionário?... Moi?... Já?...
E o facto de propositadamente ter incluído Veiga Simão não conta nada?...
 

posted by VLX on 11:03 da manhã # (0) comments

CUSPIR PARA O AR: A acreditar na TSF, ontem, no Porto, Jorge Sampaio terá dito que os portugueses vêem os políticos de hoje como “uns bandalhos” (a expressão é dele), comparando-os aos do regime anterior.
É evidente que, na sua cabeça, o PR pretendia ofender uns e outros, os actuais e os antigos políticos. Mas parece esquecer-se de que ele próprio, Jorge Sampaio, é o protótipo do político actual, após um percurso de combatente estudantil, Deputado à AR, líder partidário, Presidente de Câmara e Presidente da República (e agora, pelos vistos, candidato a Presidente do Conselho Superior da Magistratura...).
Parece esquecer-se também de que, não obstante a maioria dos portugueses não ter em grande consideração os actuais políticos, grande parte da população não tem assim tão má imagem dos políticos anteriores e, muito provavelmente, quem dera aos portugueses ter agora políticos (não confundir com políticas) da craveira dos que já governaram Portugal (basta reparar na voz do povo, muitas vezes repetida, apontando na rádio e televisão, em diversas entrevistas de rua, que a solução para Portugal, “que o que nós precisávamos era de um novo Salazar”...).
De todo o modo, a comparação entre actuais e antigos políticos, nos termos em que o faz o Presidente da República, é completamente falsa e desprovida de sentido pelo que não nos deve incomodar mais do que as tradicionais balelas ditas com enorme facilidade e displicência pelos nossos políticos (actuais, claro). Na verdade (e, repito, independentemente das políticas, que não foram para aqui chamadas), é preciso ser-se um bocadinho mais do que um simples Jorge Sampaio para ofender a memória ou a personalidade de pessoas com a grandeza pessoal e científica de Adriano Moreira, Franco Nogueira, Bissaya Barreto, Duarte Pacheco, Antunes Varela, Mário Júlio de Almeida Costa, Afonso Queiró, José Hermano Saraiva, Inocêncio Galvão Teles, Soares Martinez, os próprios Sá Carneiro, Pinto Balsemão, João Bosco de Mota Amaral, José Luís Nogueira de Brito, João Salgueiro, Veiga Simão, ou mesmo Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Repiso, independentemente de políticas, já imaginaram pessoas desta categoria a liderarem hoje os destinos do país?....
 

posted by VLX on 10:07 da manhã # (0) comments

quinta-feira, janeiro 29:

FIM DE FESTA: O JMF do Terras do Nunca (link só disponível na coluna da direita) pode ficar descansado: aqui gostamos muito dele. Só se engana na descrição que faz da relação que esta nau tem outros blogues, o Mar Salgado não "dá porrada" em ninguém. Discutimos, contestamos, arpoamos, enviamos uma ou outra farpa. Para "porrada", como por exemplo, chamar "verme" ou "imbecil" a outros bloggers, o meu caro JMF terá de aportar a outras paragens. Aos especialistas.
Já que estou nas Terras do Nunca, aproveito para dizer ao JMF que concordei no geral com a defesa que fez dos seus colegas jornalistas, também no geral, no affair Fehér. Apenas penso que JMF subestima o efeito televisivo. Crónicas carpideiras nos blogues não são exactamente a mesma coisa do que o descer da fasquia; Que só não desceu mais porque a SPORTV, e muito bem, não disponibilizou as imagens da agonia do húngaro. Quando o meu luto benfiquista terminar, abordarei, pela primeira vez, o tema.
 

posted by FNV on 7:35 da tarde # (0) comments

NÃO SE PODE AGRADAR A TODOS: Se as digestões de FNV são difíceis (também... pôs-se a morder bocados duros, cozinha coimbrã...), a mim o que me custa é não ter nada para digerir. Mas há dias melhores: venho agora de casa, onde deixei sozinho, salgando-se na penumbra fresca do frigorífico, um magnífico rodovalho vermelho de tão fresco, quase vivo, só lhe falta falar!...
Não ficará sozinho, nem fresco, nem na penumbra por muito tempo. Conto - mal possa - fazer-lhe companhia e, depois de o pintalgar de azeite, ferrar-lhe meio pacote de manteiga e enfiá-lo no aconchego forte do forno bem iluminado durante uns bons vinte minutos. É o tempo, também, para se cozerem umas batatinhas exigidas por um miserável dietista militante que me arruinou a vida. A boa, pelo menos. Ah, que bem ficava antes um arrozinho de tomate, a escorrer-se de azeite, prontinho para se encavalitar em garfadas fenomenais! E que digestão não se faria com um bom digestivo... Ah, saudade...
 

posted by VLX on 2:20 da tarde # (0) comments

O EXEMPLO: Já por várias vezes "malhei" nos políticos deste país, principalmente, porque são eles que, de facto, têm o poder de mudar alguma coisa. E, por via disso mesmo, são os principais responsáveis pelo estado de degradação a que chegou a nossa sociedade. E afirmo isto com base num pressuposto essencial: o exemplo tem que vir de cima, ou seja, dos nossos governantes.
As pessoas têm que acreditar que existem regras que valem igualmente para todos. Caso contrário, como é possível exigir aos cidadãos que as cumpram quando elas são violadas por quem deveria ter mais responsabilidades?
Nos últimos anos baixaram vertiginosamente as expectativas da população quanto a ser servida (parece piada) por bons governantes. No entanto, parece que o patamar das referidas expectativas ainda terá que descer ao mínimo dos mínimos: o cumprimento da lei.
E este recente caso da retenção dos descontos dos funcionários judiciais - que, pela amostra, não vai sequer merecer responsabilidade política - parece ser mais um dos inúmeros "exemplos".

P.S.: Subscrevo a excelente posta "Guardiões do Templo" do NMP.
 

posted by Neptuno on 1:55 da tarde # (0) comments

SEMPRE ÀS ORDENS: Devido a um acontecimento da minha vida privada, as minhas digestões começaram a ser difíceis, lá pelos idos de 1998. De tal forma que participei durante dois anos na inenarrável Bancada Central da TSF. Também aí a cor vermelha (neste caso, benfiquista) me valeu adjectivação vária: "prostituto", "camelo", e outros sussurros ( inclusive feitos em telefonemas directos para minha casa). Ganhei o que se pode chamar endurance. Muita.
Assim, o meu lado feminino congratula-se com as flores oferecidas pelo Sr. Vereador da Câmara Municipal de Coimbra, Dr.Nuno Freitas, do Monstrengos (link na coluna da direita). Quanto a bebermos um copo, se é isso que propõe ( leio mal português), é quando o Nuno quiser.
 

posted by FNV on 11:32 da manhã # (0) comments

NÃO FAÇO A MÍNIMA IDEIA de onde é que o Filipe Nunes tirou a conclusão de que eu "exigiria" um cartaz assim. Como creio que nunca aparentei - ao menos aqui - ser débil mental, não consigo descortinar de onde vem a inferência.
De qualquer modo, sempre posso adiantar, humildemente, uma sugestão para um cartaz, mesmo não sendo um perito de marketing: que tal uma foto de um rapaz, na rua do bairro degradado onde vive, com a frase: "Eu não estou seguro"? É que quem vive no Mocho tem tanto direito a manter o seu telemóvel como quem mora na cidade visível. E olhe que isso também rende votos.
 

posted by PC on 6:26 da manhã # (0) comments

SUBITAMENTE, NUMA NOITE DE INVERNO: O Luis, do Mal, descobriu de repente o Mostrengos. Quantas afinidades. Lembra-me um provérbio, creio que barese, muito adequado a quem investiga o mal: Dio lo fa, il diavolo gli mette insieme.
 

posted by PC on 6:06 da manhã # (0) comments

O MAR SALGADO é uma nau caótico-pluralista que navega quotidianamente pela blogosfera. Contactos para lobosdomar@hotmail.com
 

posted by NMP on 4:29 da manhã # (0) comments

UM NOVO PARADIGMA ? Um dos momentos mais interessantes da exposição de David Kay foi a propósito da definição do que são armas de destruição em massa. Segundo o seu testemunho, se se tiver uma definição lata destas armas (incluindo armas electrónicas e do ciberespaço), poder-se-á concluir que há, hoje em dia, cerca de 50 países no mundo com programas de armas de destruição em massa. Isto levanta problemas interessantes.
David Kay é um experiente homem das informações, com décadas de serviço nas guerras ocultas e subterrâneas entre serviços de informação. Na sua opinião, tendo em conta os dados acima descritos, acabou a era da possibilidade de controle da disseminação de armas de destruição maciça. A comunidade internacional, confrontada com este facto, terá de elaborar um novo critério para controlar a posse e uso deste armamento. Segundo Kay, passámos da era da avaliação e controle da posse para a idade da avaliação e controle da intenção de utilização. Ou seja, a comunidade internacional e sobretudo as democracias ocidentais para se defenderem terão de acordar em critérios sobre a avaliação das intenções e objectivos dos regimes e grupos que possuem estas armas.
Neste contexto, a crise diplomática em torno da guerra no Iraque foi um novo tipo de crise, que ocorrerá sistematicamente enquanto não se encontrar um novo enquadramento legal e institucional para estas necessidades. Enquanto as discussões forem caso a caso teremos sempre divergências entre países aliados mas eventualmente com interesses diversos.
Só assim se compreendem artigos como este, de Richard Perle e David Frum, que o Ivan contestou de forma veemente, mas talvez precipitada.
Não me revejo totalmente neste diagnóstico, que tem uma clara assinatura ideológica, e corresponde a um programa político dos neoconservadores. Mas sou forçado a reconhecer que é uma análise que parte de um diagnóstico correcto (ou pelo menos possível na realidade geo-estratégica pós 11 de Setembro).
O mundo está cada vez mais perigoso. Mudou muito e muda a uma velocidade cada vez maior. Podemos agarrar-nos às instituições e ao Direito Internacional elaborados perante uma realidade substancialmente diferente da actual. Ou aceitar que este é um debate ao qual não poderemos fugir.
A realidade encarregar-se-á de no-lo demonstrar.

P.S. - Quem pense que a influência neoconservadora se resume aos republicanos está enganado. Há imensos democratas que assinam por baixo estas análises. O aumento da sua influência no pós-11 de Setembro deveu-se mais a professarem uma ideologia e apresentarem soluções que assentavam como uma luva à nova realidade em que os americanos se acharam, do que a ligações políticas e partidárias.
 

posted by NMP on 3:51 da manhã # (0) comments

SERIEDADE: David Kay, antigo inspector da CIA no Iraque encarregue da descoberta de armas de destruição massiva, afirmou numa comissão no Congresso que entende hoje que as estimativas de armas pré-guerra eram exageradas. Ou seja, é pouco provável que se encontrem rastos deste tipo de armas.
Deve elogiar-se a seriedade de David Kay. A sua intervenção sóbria e profissional lança uma nuvem de suspeita sobre a acuidade dos serviços de informação. Esta questão já tinha estado em causa na questão do relatório Hutton.
Segundo Kay há enormes deficiências no sistema de recolha de informações, sobretudo na sua componente humana. Kay afirmou também que, apesar desta sua opinião actual, pensa que, dado o bluff praticado por Saddam na altura do início da guerra, era perfeitamente lógico deduzir que o regime possuía este tipo de armas.
David Kay também não afasta totalmente a hipótese de este tipo de armas ter tido outro destino. Dada a larga variedade de armas que cabe debaixo desta definição, algumas (nomeadamente as armas químicas e biológicas) são muito fáceis de ocultar ou até transportar.
Esperemos não dar pelo paradeiro delas da pior maneira.
Refira-se por último que David Kay se manifestou como um apoiante da intervenção armada.
 

posted by NMP on 3:40 da manhã # (0) comments

PERCEBEM-SE AS AFINIDADES: Pacheco Pereira discordou de um artigo de São José de Almeida, no Público sobre a forma como a PIDE interrogava as mulheres. Discordou e explicou porquê. Até aqui tudo normal. O Luis da Natureza do Mal (link directo só disponível na coluna da direita) não discutiu a opinião de JPP, chamou-lhe simplesmente vermiforme ( o que tem forma de verme). Até aqui tudo normal e habitual, no Luis.
Felizmente, o Luis, só tem palavras para atirar. Faltam-lhe outras coisas, normais noutras latitudes, como poder condicionar o acesso à Internet. No fundo, devemos estar gratos ao Luis. E à Internet.
 

posted by FNV on 1:12 da manhã # (0) comments

SÁBIO CONSELHO: Um pequeno copy/paste do relatório Hutton que, recorde-se, foi sobre um caso-limite, onde manipulação de informação, agendas políticas e factores pessoais se juntaram, dando origem a um final trágico. Pressões e interesses poderosos, manipulação e arrogância informativas formam um caldo muito perigoso.
Dedicado aos orgãos de comunicação social portugueses que, nos últimos meses, têm muitas vezes passado dos limites (como é consensual reconhecer):

The communication by the media of information (including information obtained by investigative reporters) on matters of public interest and importance is a vital part of life in a democratic society. However the right to communicate such information is subject to the qualification (which itself exists for the benefit of a democratic society) that false accusations of fact impugning the integrity of others, including politicians, should not be made by the media. Where a reporter is intending to broadcast or publish information impugning the integrity of others the management of his broadcasting company or newspaper should ensure that a system is in place whereby his editor or editors give careful consideration to the wording of the report and to whether it is right in all the circumstances to broadcast or publish it.
 

posted by NMP on 12:55 da manhã # (0) comments

quarta-feira, janeiro 28:

GUARDIÕES DO TEMPLO: Segundo alguns abutres de esquerda, o destino político de Tony Blair esteve em risco nestas últimas 48 horas. Primeiro sobreviveu à votação do aumento de propinas, que foi aprovado por uma maioria de 5 votos.
Hoje foi publicado o tão esperado relatório Hutton (o sumário está aqui), anunciado como a espada que cortaria a cabeça do líder trabalhista britânico.
Em vez de um texto crítico do comportamento do governo britânico, o relatório iliba-o de responsabilidades no processo que conduziu ao suicídio de David Kelly, considera que actuou de forma equilibrada, critica ferozmente a BBC e até limpa a imagem do assessor de imprensa Allastair Campbell, que corajosamente denunciou a falta de acuidade das notícias da estação pública e a agenda política que lhe estava implícita.
Uma pequena volta pela blogosfera deixa-me espantado. A direita blogosférica rejubila, a esquerda está embaraçada.
A maioria da esquerda portuguesa, estatista na visão da economia, permissiva na segurança e na defesa, elitista na percepção cultural do mundo, ainda está ancorada na precipitada e redondamente errada previsão de Mário Soares em 1998 - Blair é um líder de plástico, o futuro passa por Jospin (cujo maior feito político foi, lembre-se, conseguir conduzir Le Pen à 2ª volta das eleições presidenciais francesas).
No código genético da esquerda lusa ainda manda a herança francesa, a tradição continental, com as suas declarações grandiloquentes de princípios e ideologias, distantes dos factos e da realidade. A superioridade moral tomada como adquirida. A auto-atribuída vanguarda estética e o monopólio cultural e do gosto. Há uma recusa, apenas sustentada em ideologia e que contraria factos e diagnósticos, em interiorizar a necessidade de liberalizar a economia e a sociedade. Campeia uma enorme dificuldade em enfrentar decididamente os cada vez maiores perigos à segurança individual e colectiva, que este mundo caótico traz consigo. Falta pragmatismo, fibra política e capacidade de decisão onde sobram preconceito ideológico, complacência e hesitação.
As últimas notícias que ouvi revelavam-me que Tony Blair é líder do Partido Trabalhista inglês que tem uma longa e honrosa tradição de luta operária e sindical, membro da Internacional Socialista, de esquerda. Se calhar e para usar uma daquelas expressões que não querem dizer nada mas descansam alguns espíritos, é de uma esquerda que não é digna desse nome. É possível que a expressão tenha uma dimensão sagrada que me escape, mas fica aqui um alerta: enquanto uns, contentes consigo próprios, ficarão guardiões do nome, outros tentam responder ao presente e precaver o futuro.
Mas, enfim, eles lá saberão...
 

posted by NMP on 11:46 da tarde # (0) comments

SPIN DOCTOR, ZANDINGA OU STATU QUO: Pouco me interessa quem manda no Ministério da Justiça, embora me agrade quem o faz. O que me interessa verdadeiramente é que quem mande faça existir nos tribunais, além de justiça, um mínimo de segurança e policiamento. É esse também o interesse dos meus filhos, que não querem que eu volte ao assunto. Nem eu.
 

posted by VLX on 11:33 da tarde # (0) comments

DELICIADO, continuo a convidar os leitores do Mar Salgado a apreciar o tom elevado no qual o Sr. Vereador Dr.Nuno Freitas, da Câmara Municipal de Coimbra, eleito pelo PSD, no seu blogue Monstrengos (link na coluna da direita) discute as críticas que lhe são feitas na sua qualidade de autarca. Não percam a oportunidade, on-line e em primeira mão, que o Sr. Vereador, inexplicavelmente, vos oferece.
Pressinto que os Monstrengos ainda não perceberam bem o que é a blogosfera.
 

posted by FNV on 10:55 da tarde # (0) comments

CADA TIRO, CADA MELRO: O Sr. Vereador da Câmara Municipal de Coimbra e responsável pelo Estádio Cidade de Coimbra, Dr. Nuno Freitas, tem um blogue Mostrengos (link só disponível na coluna da direita). Convido os meus leitores habituais e a blogosfera em geral a visitá-lo e ler a resposta do Sr. Vereador Nuno Freitas, (hoje 4ª feira), ao meu post Quem faz o que pode. Recordam-se de ver o Sr. Dr. Nuno Freitas indignado nas TV's, em cima da morte de Féher, a dizer que o INEM nem sabe entrar no Estádio Cidade de Coimbra? Então façam o favor de ler o post scriptum do Sr. Vereador.
O resto da resposta também não é má para quem quiser aquilatar da elevação com que um autarca responde a um seu munícipe. Só não estou de acordo com as chibatadas que o Sr. Vereador me promete, até porque resvala para o lado pessoal. Sou de facto um leitor de Sade e das aventuras de Eugénia da Srª de Saint-Ange, mas "chibatadas" parece-me uma representação plutôt suburbana dos métodos do marquês. Estou certo que poderemos, nós os dois, arranjar um cenário mais elaborado para as fantasias do Sr. Vereador.
Bendita blogosfera, que atraiu um edil ao redil.
 

posted by FNV on 10:44 da manhã # (0) comments

SPIN DOCTOR? Moi?
 

posted by FNV on 10:44 da manhã # (0) comments

SPIN DOCTOR OU ZANDINGA ? Como comandante desta embarcação só me posso congratular por ter sido dada aqui, em primeira mão, a notícia do novo Ministro da Justiça.
O nosso FNV, tripulante de inestimável bravura e inigualável talento desta embarcação, não cessa de nos surpreender. Ou descobriu um talento de spin doctor, genial criador de factos e cenários políticos, qual Paulo Gorjão ou Marcelo Rebelo de Sousa desta escuna, ou então adquiriu recentemente capacidades parapsicológicas a acrescentar à vasta, douta e indisputada sapiência psicológica.
Qualquer das hipóteses só pode deixar o comandante desta frágil e caótico-pluralista nau alegre e confiante.

P.S. - A subliminar inveja e o espanto que se detectam no texto acima têm uma razão óbvia: como se vê nos posts abaixo, enquanto uns fazem um enorme esforço e gastam imenso latim para conseguir perceber quem vai defrontar George Bush, outros parecem ter um dom natural para previsões. A natureza é por vezes muito injusta !
 

posted by NMP on 5:04 da manhã # (0) comments

THE COMEBACK LADY: A cartada secreta de John Kerry dormia ao seu lado. Chama-se Teresa Heinz Kerry e é portuguesa de nascimento (em Moçambique). Hoje em dia mantem apenas as nacionalidades moçambicanas e americanas: nos EUA é proibido ter mais de duas nacionalidades e a senhora deixou cair a portuguesa. Há quem diga que tem uma relação complicada com o seu passado luso (a sua família foi vítima dos disparates da descolonização).
Há um mês Kerry parecia estar morto politicamente. Arrastava-se pela campanha e aparecia no fim de quase todas as sondagens. Entre outras coisas, a entrada em força da sua mulher na campanha, fruto uma nova direcção de campanha, alterou os dados. Kerry passou a aparecer mais descontraído, a comunicar melhor pessoalmente com os eleitores e a discursar de forma simples, com ideias e slogans muito fortes (as multidões de apoiantes deliram e repetem entusiasticamente a sua expressão bring it on, quando desafia Bush a trazer o assunto da segurança nacional para o centro do debate eleitoral).
Muito desta nova dinâmica, uma mistura de suavização de imagem com endurecimento e aumento da eficácia do discurso, deve-se à presença da sua mulher.
Teresa Heinz Kerry é uma profissional prestigiada. Gere eficientemente uma enorme actividade filantrópica, centrada principalmente na Pennsylvania, construída com base na fortuna do seu primeiro marido, o senador republicano John Heinz (da família das mostardas com o mesmo nome). Tem uma imagem independente - durante muito tempo os assessores de Kerry tiveram medo de a deixar fazer campanha, dado ser incontrolável e dizer muito frontalmente o que pensa, nem sempre de forma politicamente correcta. A sua naturalidade, espontaneidade e força serena acabaram por se revelar grandes activos da campanha. Diz-se que, no New Hampshire, o seu domínio do português lhe serviu para conquistar a comunidade luso-americana, que é muito numerosa na Nova Inglaterra.
Kerry esteve muito mal, mas ressuscitou. Este é o tipo de história que os americanos adoram: o homem que superou o infortúnio, que se redimiu e agarrou, à custa do seu talento e esforço, uma segunda oportunidade. Todos os candidatos se esforçam por ser rotulados como comeback kids (o epíteto que Clinton se auto-atribuíu em 1992, depois de por três vezes ser dado como morto e três vezes virar o destino a seu favor).
Se esta ideia se firmar no imaginário colectivo americano, Kerry pode tornar-se num candidato temível.
 

posted by NMP on 4:30 da manhã # (0) comments

A PARTIR DE AGORA É A SÉRIO: Na corrida para a nomeação democrata cumpriu-se hoje mais uma etapa no New Hampshire. O vencedor Kerry saiu reforçado e o fenómeno Dean continua a ser apenas uma promessa.
Os caucuses do Iowa e as primárias do New Hampshire têm sobretudo uma importância simbólica - elegem juntos 77 delegados para uma convenção onde são precisos cerca de 2.300 para se obter a nomeação. Estas primárias servem sobretudo para tentar criar uma onda e conseguir atrair novos fundos. Daqui para a frente, acabou o retail politics (a possibilidade de falar pessoalmente com quase todos os eleitores, casa a casa e bairro a bairro). A campanha, a partir de agora, passa a consistir em comícios perto de aeroportos e anúncios e debates nos ecrãs de televisão. O dinheiro passou a contar.
E aí Kerry e Dean estão, à partida, em melhor posição: parecem ter conseguido juntar bom dinheiro e montar uma organização a nível nacional. Edwards e Clark têm de ganhar pelo menos um estado na próxima terça-feira (em que se disputam 7 estados), sob pena de esgotarem os meios e não conseguirem continuar com a campanha. Lieberman parece já ser carta fora do baralho. Al Shapton pode atrapalhar nalguns estados onde o voto negro é importante.
Se a corrida se reduzir a uma disputa com Dean, Kerry tem o caminho aberto - a imensa popularidade de Dean junto dos jovens e da ala esquerda do Partido Democrata é neutralizada por uma imagem de não elegibilidade, pouco presidenciável (a maioria dos democratas, ainda que concorde com Dean na maioria dos temas, acha que ele não tem hipóteses de bater Bush, o que lhe será certamente fatal).
De qualquer modo têm ambos um handicap em comum: são vistos, no Sul e no Midwest, como dois esquerdistas elitistas do Nordeste, uma imagem que passa muito mal nos grandes estados do Sul (um pivot de televisão dizia, há pouco, que Kerry tinha um ar francês, uma imagem muito pouco popular na América profunda). Edwards da Carolina do Sul e Clark do Arkansas certamente jogarão essa cartada. Pode muito bem acontecer que, na próxima terça-feira, o jogo volte a ficar completamente aberto.
 

posted by NMP on 4:02 da manhã # (0) comments

O CUBO DE RUBIK: Do Secretário de Estado da Justiça, que imaginou uma solução possível que veio afinal a revelar-se impossível, quando a solução possível, que afinal era impossível, já estava impossívelmente a ser possível.
Conclusão: ver a SIC-Notícias à meia-noite faz mal à saúde.
 

posted by FNV on 12:31 da manhã # (0) comments

terça-feira, janeiro 27:

OS FILMES DA TVI: Para além da produção própria - já aflorada pelo VLX no seu mais recente post - conta-nos o Público que a TVI terá dado uma "tesourada" de seis minutos ao filme Ronin, por forma a que a short version do filme permitisse ao Jornal Nacional começar às oito em ponto, recuperando de um atraso na emissão.
Para além da sinistra mutilação da obra, que dispensa comentários, ocorrem-me várias questões: quem será o algoz encarregado desta tarefa? ganhará à percentagem? qual será o seu critério? é a olho? ou haverá instruções para eliminar as cenas que não contenham sangue, sexo, droga, sadismo ou pessoas com deformações físicas?
Por aqui, já é possível adivinhar o teor do próximo concurso da TVI:
- "Adivinhe a fatia que falta no filme deste Domingo!"
- "Ela embarcou no avião para Lisboa ou ficou no café do Rick? O Sam também foi? Que cidade é que eles terão sempre?"
CORTA!
 

posted by Neptuno on 10:58 da tarde # (0) comments

QUINTA DAS LÁGRIMAS: Advinhem quem é o próximo ministro da Justiça. Só sei que será indigitado até ao final desta semana.
 

posted by FNV on 10:34 da tarde # (0) comments

FUTEBOL E POLÍTICA: Em Portugal, têm involuido de mãos dadas nos últimos trinta anos:
- dos estádios apinhados aos estádios vazios / das eleições participadas aos recordes de abstenção;
- tal como no futebol, também na política não se apostou na formação (salvo raras e honrosas excepções). Do mesmo modo que nos clubes o pouco dinheiro disponível é sempre usado para contratar um anónimo craque brasileiro, na esperança de acertar na taluda, os fundos que recebemos da UE durante estes anos todos também não foram gastos nas necessárias reformas;
- no futebol - dada a qualidade dos nossos árbitros e a clubite que impera nos orgãos de jurisdição - a justiça também não funciona;
- no futebol como na política, há uma grande crise de competência;
- a maior exposição mediática põe a nú alguns truques mas também "puxa pelos atletas". Muitos preferem o brilharete individual à custa da equipa;
- Futebol e política perderam "espectadores" mas ganharam "tele-espectadores";
- os casos de corrupção também acabam em nada;
- o jogo é lento, defensivo, pouco objectivo e joga-se para não perder. Não há estratégia a longo prazo nem entrega total. Marcam-se poucos golos mas refila-se muito. Dizem-se muitos disparates.
Finalmente, o jogo e os jogadores reflectem a sociedade em que vivemos, tal como moldada pelos nossos governantes: privilegia-se o golpe, o truque, a esperteza. A falta simulada, o penalty "cavado", o castigo exagerado, a ronha permitida, a troca de piropos nos jornais, etc.
Vale tudo, desde que ganhemos, i.e., desde que nos safemos...
E, infelizmente, não se perspectivam grandes melhorias. A fusão entre os dois mundos fica bem representada nas palavras de um governante, Domingo à noite, lamentando a perca ocorrida em Guimarães...
 

posted by Neptuno on 10:13 da tarde # (0) comments

QUEM FAZ O QUE PODE... Há tempos fui ver o AcadémicaXBeira-Mar e assisti a uma das mais extraordinárias manifestações de incompetência e desleixo organizativo de que tenho memória em recintos desportivos. No novel Estádio Cidade de Coimbra, superiormente tutelado pelo Sr. Vereador Dr. Nuno Freitas, os bilhetes para os não-sócios estavam a ser vendidos num autocarro estacionado às portas do recinto. Acrescente-se que chovia copiosamente, o que divertiu bastante os pacientes espectadores que esperavam à chuva a ocasião de adquirir o ingresso. Por sorte nem o Beira-Mar tinha trazido adeptos sem bilhete em quantidade apreciável, nem o jogo era propício à afluência de meros simpatizantes da Briosa.
Deve-se certamente a um lapso meu não me recordar de o Sr. Dr. Nuno Freitas ter vindo a público responsabilizar-se pela extravagante situação de um estádio novo, já rodado em desafios anteriores, não ter bilheteiras a funcionar. Mas veio agora, já depois de vários desafios se terem realizado no recinto que superiormente tutela, e certamente por acaso, a seguir à morte de um jogador de futebol, avisar que o INEM não sabe entrar no estádio, e não participou ainda em nenhuma das operações preparatórias do EURO-2004. Porque esteve calado antes e porque fala agora, é algo que felizmente, não compreendo.
Mas compreendo que o Sr. Vereador sabe o que faz, e faz o que não sabe. E a mais não é obrigado.

PS: Se o INEM não sabe entrar no Estádio de Coimbra, foi certamente outro serviço que assegurou a saúde dos 30.000 espectadores do concerto dos Stones, concerto co-organizado pela Câmara Municipal e pelo Dr. Nuno Freitas. Preocupado e vigilante e como é seu timbre, certamente que a segurança dos espectadores esteve em boas mãos. Que não do INEM.
 

posted by FNV on 8:45 da tarde # (0) comments

MORTE EM DIRECTO: O que aconteceu ao infeliz Fehér poderia acontecer a qualquer um de nós. Atingindo a morte um rapaz de 24 anos, cheio de vida e de saúde, um desportista, medicamente vigiado, num local pejado de médicos e de equipamentos e ao lado de um hospital, ela pode atingir-nos a todos, quando e onde quer que seja.
O que certamente não nos acontecerá é que isso passe em directo na televisão. No caso concreto, a Sport TV (que transmitia o jogo) de imediato desistiu de passar as imagens do triste acontecimento, mostrando apenas as tentativas desesperadas de socorro. Já o Canal 1, a SIC e a TVI não se cansaram de fazer passar até à exaustão as imagens do pobre jogador a desfalecer. Ontem à noite, durante cerca de hora e meia, a TVI explorou o assunto e mostrou dezenas de vezes as imagens de Fehér a cair, ora enchendo o écran, ora dividindo o écran, ora em oráculo. O Canal 1, durante menos tempo, fez o mesmo e de diversos ângulos, em replay e com chamadas de atenção, e a SIC também.
Acontece que o que nos mostravam não era uma pirueta de um virtuoso após ter marcado um golo mas sim a morte de um ser humano, o momento exacto do desfalecimento de um rapaz que viria a morrer. As impressionantes imagens não constituíam um serviço público ou um serviço noticioso: eram o voyeurismo puro, o desrespeito absoluto pela vida humana, o aproveitamento bárbaro da infelicidade e desgraça alheias.
O terem mostrado repetidamente e inúmeras vezes o impressionante momento do desfalecimento e queda de Fehér constituiu o pior insulto que esses canais poderiam fazer ao jogador e à vida humana em geral: o aproveitamento foi revoltante, repulsivo e repugnante.
Os jornalistas enchem a boca quando falam de si próprios e do seu papel na sociedade, acham-se importantíssimos e portam-se como virgens pudicas quando alguém os critica; mas aqueles que se prontificaram e se sujeitaram a fazer o frete às suas direcções de informação e às audiências mostrando e comentando ad nauseam aquelas imagens tristíssimas e chocantes não são jornalistas: são mercenários. Que o saque e pilhagem lhes faça bom proveito.
 

posted by VLX on 12:03 da tarde # (0) comments

ESQUERDA, DIREITA, VOLVER: Quando cumpri o serviço militar (julgo ter sido o único desta nau a servir a Pátria neste domínio), causava grandes dores de cabeça ao sargento do meu pelotão, porque confundia muitas vezes a orientação. O sargento Santos insultava-me, porque eu volvia à esquerda quando devia volver à direita e vice-versa.
Vem esta reminiscência a propósito da nota do FN do País Relativo (link só na coluna respectiva por nabice do meu Mac), na qual diz que "a direita se indignou" com os cartazes anti-Santana do PS. Caro FN, não sei se a direita se indignou ou não, mas a julgar pelo post do meu companheiro PC, a esquerda não achou piada, pelo menos ao "Socorro! Estou a ser assaltada".
Mas a coisa tem mais osso. A segurança não é de esquerda nem de direita, se bem percebi o FN e o PC. Acrescento que a deriva securitária, também não. A esquerda experimental, do Leste europeu da segunda metade do século XX à Cuba de hoje, provou-o inequívocamente. Sendo assim, julgo que o que o PC pretende dizer no seu post, é que a direita verte um discurso alarmista e demagógico sobre a segurança e a criminalidade, no mundo ocidental e civilizado. Históricamente isto corresponderá à ignorância e ao desprezo a que a direita vota as causas quase exclusivas da criminalidade, a saber a "desigualdade", e a "exclusão social", sub-produtos do "sistema capitalista".
Se entender que esta visão resulta de um irreprimível optimismo antropológico ( "a sociedade é que faz o criminoso"), é ser de direita, pois que o meu caro PC e o FN me arrumem nessa palhota. Se pensar que correr poucos riscos de ser navalhado numa viela, ou preso em casa às 5h da manhã por uma qualquer PIDE/KGB é condição essencial para se viver justa e livremente, é ser de direita, idem aspas.
No entanto, reconheço que o discurso demagógico sobre a segurança que no Ocidente é utilizado pela direita, é igualmente um atentado à liberdade e á justiça. Porque induz nos cidadãos a ideia que a segurança das suas vidas e dos seus haveres depende exclusivamente do chicote e da grilheta. E ao nisso acreditarem, abdicam perigosamente de participar na construção do espaço político e social. Logro que como sabemos, resulta na repetição desenfreada do chicote e da grilheta, que qual coito interrompido, nunca chega a produzir verdadeiramente nada. A ilusão de um discurso securitário corresponde ao descer do chicote sobre os pequenos refugas da cave, deixando incólumes os patrões da penthouse. Se com isto me arrumarem na esquerda, pois nessa palhota me quedarei. Assim como assim, não me fazem mais mossa que o sargento Santos.
 

posted by FNV on 11:14 da manhã # (0) comments

ASSINO POR BAIXO: A resposta de JPH, do Glória Fácil (link na coluna da direita) a um tal de Óscar Mascarenhas. Isto da blogosfera continua a dar dores de cabeça a alguns jornalistas. Ou será enxaqueca?
 

posted by FNV on 11:14 da manhã # (0) comments

O PIOR CEGO É O QUE FINGE NÃO VER: Depois de um curto intervalo, regresso ao Mar Salgado e descubro, para além do belíssimo post do nosso Comandante sobre a morte (onde se mostra que, mesmo depois de Pessoa, os contabilistas podem ser poetas), um post do FNV intitulado "O pior PS", onde se criticam os cartazes do PS acerca da insegurança/criminalidade em Lisboa. Esse post mereceu a resposta do FN, do País Relativo, que o catalogou como uma "indignação da direita".
Demarco-me do resto do texto do nosso FNV, mas, quanto ao ponto em apreço, devo dizer ao FN que, tendo eu sempre votado à esquerda do PSD e algumas vezes à esquerda do PS (não sei se isso será suficiente, hoje, para ganhar um certificado de votante de esquerda), subscrevo inteiramente o post do FNV. É, de facto, muito preocupante que o PS se lance a colar cartazes contra a insegurança numa cidade liderada pela direita.
Diz FN que "os temas (e o 'povo') não são necessariamente de direita; as abordagens é que podem ser". Inteiramente de acordo. Mas se os ditos cartazes são uma "abordagem" de esquerda, creio que a direita ficará sem linguagem, sob pena de cometer crimes graves.
A grande virtude exibida por FN é a sua franqueza pragmática: "a questão é que enquanto o discurso da segurança for monopólio da direita, a esquerda dificilmente volta a ganhar".
Por mim, como simples votante, digo ao FN: a questão é que enquanto a esquerda pretender ganhar votos com o ideário e a linguagem da direita nunca voltará a ganhar. Ao menos, enquanto esquerda digna desse nome.
 

posted by PC on 2:48 da manhã # (0) comments

A PRAIA DA FALÉSIA: Tal como tinha previsto, e não é preciso ser vidente, Portugal descobriu o fantástico mundo da morte súbita. De repente, uma geração desconhecida de “cardiologistas” se levantou, e por todo o lado discute-se a desfibrilhação (embora ainda seja uma palavra de difícil pronunciação!), a cadeia de sobrevivência, as malformações congénitas, o ecocardiograma, entre muitas outras coisas.
Mas o mais acertado que ouvi foi dito pelo meu colega e amigo Nuno Freitas quando, em directo para a SIC-Notícias, lembrou que, mesmo apesar desta tragédia, as pessoas mais saudáveis dentro dos estádios de Futebol são os jogadores. É óbvio! E que quis ele dizer com isso? Que todos os estádios devem ter planos de contingência e normas de actuação para que em situações semelhantes se actue como mandam as guidelines internacionais. Não só para os jogadores, mas também e principalmente para o conjunto de homens e mulheres sedentários, fumadores, idosos, obesos, com mais não sei quantos factores de risco, que domingo a domingo vão aos estádios de futebol. São estas as pessoas em risco; não só nos estádios mas também nos supermercados, praças e qualquer outro local onde se aglomerem multidões.
Quanto ao Europeu podemos estar todos descansados. Num país que vive de reacções, com certeza que neste evento desportivo o número de médicos e restante profissionais de saúde assim como de material de reanimação vão pecar por excesso.
Mas quando em pleno Agosto, numa qualquer praia da falésia apinhada com milhares de cidadãos a banhos desidratando lentamente sob o sol Algarvio ocorrer uma morte súbita, quero ver onde vão buscar o famoso desfibrilhador. Ao estádio de Faro/Loulé?
 

posted by TRM on 2:40 da manhã # (0) comments

OS ESCRAVOS DE OURO: Sempre me causou alguma repugnância a linguagem com que se narram as contratações dos jogadores de futebol: o clube A comprou metade do jogador B ao empresário C; o jogador D já é proprietário de 70% do seu passe; E será emprestado ao clube F até ao final da temporada.
Estas expressões mimetizam-se facilmente num discurso onde abundam as metáforas e, por isso, passa despercebido o seu valor realmente denotativo. Porém, na verdade, trata-se de novas formas mais sofisticadas de reificação das pessoas, que encontram a sua compensação axiológica nos ordenados milionários, nas capas de revista, nos fans, nos fabulosos contratos de publicidade de que os jogadores beneficiam. Toda a gente tem o seu preço. Mas a pessoa tem um preço altíssimo. Por isso, e só por isso, é socialmente adequado noticiar que um clube comprou um jogador - mas já seria muito incorrecto noticiar que alguém comprou um canalizador, ou uma empregada doméstica, precisamente porque não beneficiam daquelas mordomias e, assim, não é possível a necessária compensação axiológica nas representações sociais.
Esta noite (e, neste caso, que ninguém aponte o dedo à comunicação social) assistimos ao último estádio possível dessa reificação: o espectáculo prolonga-se para lá do artista, cujo cadáver invisível gera a emoção dos que lhe eram próximos, a qual, por sua vez, se repercute, através de milhões de televisores, no país consternado.
Talvez tudo isto rime, tudo faça sentido. Mas este comércio não estava previsto, seguramente, no contrato de Mikki Feher.
 

posted by PC on 1:56 da manhã # (0) comments

segunda-feira, janeiro 26:

FEHER: Quem, como eu, acompanha o futebol com paixão, acaba por criar uma certa familiaridade com os vários jogadores, mesmo os de equipas que não apoiamos. A exemplo do que acontece com outras figuras públicas, tratamo-los por tu. Como nossos amigos ou conhecidos.
Não me lembro de ficar tão impressionado com imagens televisivas como com as imagens de ontem, em directo, do ataque cardíaco que vitimou Feher. A forma como sucumbiu após ter sorrido, as desesperadas tentativas de reanimação, o pasmo siderado do público que, ao aperceber-se da situação, ainda entoou o seu nome, tentando chamá-lo de volta, e a reacção dos seus companheiros de equipa e de profissão, impotentes perante a tragédia que acontecia diante dos seus olhos.
Imagens de tragédias como sismos ou desastres de avião já ocorridos também nos chocam, mas talvez de uma forma impessoal.
Ontem rezei por Feher.
 

posted by Neptuno on 1:04 da tarde # (0) comments

OLHE QUE NÃO, OLHE QUE NÃO: O simpático Eduardo do Lápis de Cor (link só disponível na coluna da direita) receia que o ataquemos pos causa de uma opinião dele. Engana-se. A verdadeira morada dos patrouilleurs morais da blogosfera é Barnabé. É um blogue de jovens de esquerda radicais e inteligentes, cultíssimos e cosmopolitas, que gosto de ler e que visito regularmente; Funcionam em circuito fechado de elogios e reciprocidades com meia-dúzia de outros bloggers, embora passem a vida a queixar-se que Pacheco Pereira é blogo-autista.
Deles pode o Eduardo esperar sentenças morais completas, sobre quem tem caixa de comentários ou não, sobre quem faz ou não faz links, sobre se uma deputada pode ou não fazer teatro, sobre quem é corrupto, etc.
São a esperança da nova esquerda-radical, o que me deixa absolutamente descansado quanto ao futuro da dita.
 

posted by FNV on 10:44 da manhã # (0) comments

UM SENHOR TRIUNFO: O Senhor dos Anéis: The Return of the King foi o grande vencedor dos Globos de Ouro, seguido de Lost in Translation (a lista completa aqui).
O prémio mais justo da noite foi para outro senhor: Sean Penn cuja prestação em Mystic River é pura e simplesmente sublime e inigualável.
 

posted by NMP on 4:07 da manhã # (0) comments

DE VOLTA: O Blogo está de volta. Foi o primeiro apontador português e inclui também o serviço do antigo posto de escuta. Uma boa notícia.
 

posted by NMP on 4:04 da manhã # (0) comments

NEM DÁ PARA ACREDITAR: A morte de Miklos Feher está confirmada. Com 24 anos, este jovem húngaro tinha a vida pela frente quando lhe surge um adversário muito difícil de derrotar.
Manda-me a prudência que nada diga nos próximos tempos. Aliás, é de prever que nos próximos dias o assunto não seja outro. À semelhança de outras situações, vamos ser confrontados com novas palavras para o nosso léxico, como desfibrilhador, tromboembolismo pulmonar, trombose venosa profunda, manobras de reanimação, cadeia de sobrevivência, morte súbita, ritmos cardíacos, entre outras. A confusão vai ser enorme.
Também à semelhança de outros processos, tudo será discutido. Será que havia ou não desfibrilhador no estádio? E quanto tempo demorou a estar disponível? A manobra de reanimação foi bem feita? E o ritmo 5/1 é melhor ou pior que o ritmo 15/2 (5 compressões cardíacas para 1 respiração boca-a-boca ou 15 para 2)? Será que o INEM demorou tempo demais? E o Hospital de Guimarães estava bem apetrechado? Teria salas de hemodinâmica? E porque é que os jogadores do Benfica puderam entrar no Hospital e os acompanhantes de outros doentes não podem?
Tal como noutros processos, vão se procurar responsáveis à força. Alguém terá que ter tido a culpa! Será do médico do Benfica que não detectou a condição pré-mórbida, ou do médico que fez a reanimação no estádio? Talvez seja do INEM ou da ambulância que demorou tempo de mais? Ainda aposto que vão acusar os Hospitais SA...
Quanto a mim, limito-me dirigir as condolências à família....e a dizer ao senhor que, em directo para a RTP1, afirma que a culpa foi do árbitro por uns segundos antes lhe ter mostrado um cartão amarelo, que se o vir lhe prego dois pares de estalos...
 

posted by TRM on 12:21 da manhã # (0) comments

domingo, janeiro 25:

A MORTE não se aproxima de trombeta, diz-nos um provérbio dinamarquês. Esta brutal imprevisibilidade força-nos o confronto cru, olhos nos olhos, com a nossa frágil e precária condição.
Quem passe por uma situação de perda brusca de alguém próximo ou querido, nunca mais é o mesmo. A vida, o tempo, as coisas mais comezinhas ganham perspectiva e profundidade. A morte passa a estar presente em todos os momentos - vigilante, companheira.
Para uns, o tempo começa a voar, parece escapar-se velozmente entre as suas mãos. Para outros, a vida torna-se lenta, insuportavelmente previsível, vazia e vagarosa. Á medida que a ferida sara, ganhamos uma nova noção de normalidade. Que será, inevitavelmente, tão efémera como a anterior.
A morte faz parte da vida, dizemo-nos como consolo. Mas interiorizá-lo é o mais duro e doloroso exercício que, neste mundo, seremos todos forçados a enfrentar. É a experiência mais transformadora por que podemos passar.
A morte será certamente a curva na estrada de Pessoa. E talvez não tenha mais segredos a revelar-nos do que a vida, como escreveu Flaubert. Ainda assim, continua a soar-nos como injusta, estúpida. Choca-nos e deixa-nos incrédulos.
Desde há muito, penso na morte e na forma de lhe reagir como um recomeço. O contador a zero. O tiro de partida para uma nova etapa.
Até ao dia em que seremos nós a premir o gatilho.
 

posted by NMP on 11:44 da tarde # (0) comments

GREVES, ESTUDANTES E PEQUENOS COMERCIANTES: Há por aí a ideia feita de que os profissionais liberais são donos do seu tempo. Nada mais falso: os donos desse tempo são os clientes, sendo que, na óptica do profissional liberal, cada um é o mais importante e, do prisma do próprio cliente, cada um é o único cliente desse profissional liberal.
É por as coisas serem mais ou menos assim que já mal me lembro do sabor das rabanadas, tenho vagas recordações do primeiro de Janeiro, passado a trabalhar tendo o canal Panda como som de fundo, só me ocorrem os fins-de-semana agarrado ao computador e aos compêndios, o sair de casa com todos por acordar e chegar lá com todos a dormir.
Foi, por isso, com alguma felicidade que, no final de sexta-feira o vento amainou um pouco e consegui descansar um bocado, folheando os jornais e mirando as notícias da televisão. Estava o funcionalismo público em greve. Os reis dos privilegiados insurgiam-se contra os reduzidos ou inexistentes aumentos, animados e instigados por aqueles que desbarataram as finanças públicas e contribuíram activamente para este estado de coisas. Os reizinhos também não estão para serem avaliados, promovidos por mérito, era o que mais faltava! Isso implicaria a subversão total do espírito do serviço público (frase que me faz sorrir quando dita por Sir Humphrey Appleby, mas que no presente caso me irrita profundamente).
Um telefonema de um colaborador contribuiu bastante para o meu estado de espírito: por razões que não vale a pena estar a descrever, a greve da função pública iria obrigar-me a, uma vez mais, passar o fim-de-semana a trabalhar. Enquanto cogitava na desculpa familiar para mais este revés, lembrei-me de que se os funcionários públicos não tinham aumentos, o profissional liberal também não via os seus rendimentos aumentarem sem trabalhar mais. Além disso, não tem férias pagas, subsídio de Natal, de doença, de desemprego, não tem o dinheirinho contado ao fim do mês e o seu trabalho é fiscalizado pelo mais severo dos avaliadores: o cliente. E tem de trabalhar ainda ao fim-de-semana por causa da greve deles. Irra! Vou mudar de canal e virar a página do jornal.
Saiu-me a notícia das votações dos estudantes da Universidade de Coimbra. Se os outros são os reis, estes são os príncipes dos privilegiados.
E lá estava a carinha do Vitor Hugo Salgado a balbuciar umas desculpas esfarrapadas sobre a estrondosa derrota da sua proposta de não haver Queima das Fitas. É bom de ver que iria perder: os estudantes adoram a Queima das Fitas e a cidade não passa sem ela. Se os estudantes não a fizerem, os comerciantes e a cidade deixarão de ter paciência para aturar as infantilidades de muitos dos estudantes. Além do mais, a maioria dos estudantes gasta mais dinheiro na Queima das Fitas do que nas propinas anuais.
Troco definitivamente de jornal e desisto de ver notícias, mudando para o Canal História, onde sempre pode ser que me distraia com os últimos momentos de glória e de vitórias de Eusébio e do seu clube.
Sai-me no jornal a Laura Rodrigues, da Associação de Comerciantes do Porto. Depois dos reis e dos príncipes, a rainha dos privilegiados. Parece que quer forçar o parlamento a decretar o encerramento dos estabelecimentos ao Domingo: até onde vai a preguiça e a inveja juntas?
O que a rainha dos privilegiados quer é provocar o maior dos incómodos a toda uma população que só tem o fim-de-semana para se abastecer. A rainha esquece-se de que aos domingos, quando ela e os seus exércitos descansam (sabe-se lá de quê...), uma imensidão de pessoas se encontra a trabalhar: profissionais liberais ao computador, hoteleiros a servirem os hóspedes, portageiros a cobrarem as portagens, garagistas a fornecerem gasolina, taxistas, motoristas, pilotos de avião a transportarem passageiros e, nas lojas sérias, comerciantes a atenderem os clientes que só naqueles dias podem ir às compras. E a Laura Rodrigues quer que o parlamento, por decreto e ao abrigo da protecção da preguiça e fraco espírito comercial de alguns pequenos comerciantes, estrague a vida a toda a população.
Entendamo-nos: sou pelo pequeno comércio e só arrastado me conseguem levar a uma grande superfície (e nunca ao fim-de-semana). Mas o pequeno comércio de que me sirvo (o talho, a peixaria, a mercearia, a loja de roupa, a tabacaria, a pequena loja de electrodomésticos) está aberto ao fim-de-semana, ao Sábado e ao Domingo, é simpático, leva as compras a casa; é certamente mais caro mas seguramente muito melhor do que as lojas das grandes superfícies e não tem nada a ver com a caterva de preguiçosos que Laura Rodrigues quer “servir”, com a pretensão de encerrar tudo ao Domingo e de prejudicar tudo e todos.
Desisto de ler notícias. Vou mas é trabalhar que sempre me beneficio a mim e aos meus. O irritante e revoltante é que quase metade do que produzir no fim-de-semana será entregue em impostos e estes, grande parte deles irão servir para pagar o funcionalismo público, o ensino superior público e os subsídios à Sra. D. Laura Rodrigues. Irra, que país este!...
 

posted by VLX on 5:00 da tarde # (0) comments

SER PORTUGUÊS É MUITO PERIGOSO III: A verdadeira "provocação" do texto de JAS - respondendo ao FNV - não é tanto a proposta castelhana. Esta serve apenas o propósito de camuflar a leviana e confortável desculpabilização da desgovernação dos últimos trinta anos com os "choques" sofridos no decorrer desse tempo.
 

posted by Neptuno on 4:54 da tarde # (0) comments

SER PORTUGUÊS É MUITO PERIGOSO II O malhadiço arquitecto foi desta vez malhado pelo nosso Neptuno (tarefa habitualmente desempenhada com garbo pelo também nosso PC). Intrigado com tanta ralação, só me apercebi do móbil do crime do arquitecto lá mais para o fim do texto: a provocação castelhana. Julgo ter-se tratado de isso, de uma provocação. Mas a virulência da reacção no Neptuno sobressaltou-me.
Reza a História que na impossibilidade do Inquisidor-mor do reino, D. Henrique, velho e doente poder ter filhos, os nobres e os ricos lusitanos optaram por Filipe II em detrimento dos simpáticos D.António e Dª.Catarina. É por estas e por outras ( basta conhecer a história dos Bourbons e dos Habsburgos) que muito me rio quando vejo dizer que as monarquias são o garante das independências nacionais: algumas sim, outras não.
Mas adiante que se faz tarde. Reza também a História que enquanto houve festança, houve Dª.Constança: só no reinado de Filipe III, com impostos mais altos por via das dificuldades ultramarinas de Madrid é que o povo e os burgueses se começaram a irritar, e lá obrigaram o hesitante D.João IV (ameaçaram-no com a Républica) a encabeçar a revolta. Claro está que os nobres portugueses que estavam em Madrid por lá ficaram, felizes da vida, ao serviço de Filipe IV.
Esta história das relações com Espanha, que nos dias de hoje mistura Olivença com a economia, mexe pelos vistos com muita gente. Pela minha parte sempre sonhei com uma união com a Gronelândia: bons ares, água com fartura e muito bacalhau. Mas como não sou fidalgo nem padre, quando e se perguntado pelo fastidioso assunto castelhano, farei minhas as palavras de Maquiavel: Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão.
 

posted by FNV on 3:30 da tarde # (0) comments

SÓ PARA AVISAR: A equipa que é a alegria do povo, que joga e deixa jogar, sobe ao relvado hoje pelas 19.45h.
 

posted by FNV on 3:30 da tarde # (0) comments

SER PORTUGUÊS É MUITO PERIGOSO: É o título da crónica "Política à Portuguesa", do Expresso, assinada por JA Saraiva. A qual termina com a insólita interrogação: "...não será mais sensato integrarmo-nos na Espanha, porque os espanhóis nos governariam melhor." Seguida de uma insólita falta de resposta, acabando em "acção aberta" com um desprezível e sinistro exercício de comiseração: "Os choques que sofremos nos últimos trinta anos puseram em causa todas as nossas certezas."
Infelizmente, tenho que concordar com JAS. É de facto perigoso ser português nos tempos que correm, neste país que é vítima do estrago provocado pela geração de JAS e afins. O estrago destes últimos trinta anos em que a geração de JAS (e arredores) - sob pretexto da descolonização, da transição da ditadura e do fim do escudo - transformou este país num sórdido pântano de corrupção, incompetência e compadrio.
O legado dessa geração suposta e convenientemente "refém" das referidas conjunturas é o de um país cujo presente e futuro já se encontram hipotecados. As suas palavras soam como uma confissão de que a "esperteza" - móbil, meio, causa, finalidade e padrão de governação e de comportamento das classes dirigentes nos últimos trinta anos - afinal, não funciona: "Desculpem lá mas, embora não conheçam outro, esperamos que não tenham acreditado neste filme."
Se faltasse apontar mais algum defeito a estes senhores era o de que só agora, ao fim dos tais trinta anos e depois de devidamente "instalados" decidem, por fim, "atirar a toalha".
Por favor vão-se embora. Retirem-se. Já chega.
Será mesmo preferível (re)construir um novo Portugal com imigrantes do que com portugueses deste calibre.
 

posted by Neptuno on 2:57 da manhã # (0) comments


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