COLIGAÇÕES, NOVELAS E ESTRATÉGIAS II: As críticas à estratégia dos partidos do governo vagueiam ao sabor do vento, mas de forma muito bizarra. Ao que parece, a decisão dos partidos do governo de concorrerem coligados era uma estratégia de poder, criticava-se. Segundo se diz agora, a decisão de concorrerem separados é uma estratégia de poder. A necessidade de irem coligados era uma exigência das sondagens, apontavam. A decisão de concorrerem separados é ditada pelas sondagens, censura-se agora. Estas críticas de alguma comunicação social e da oposição devem partir do princípio de que quem as ouve é burro. Na verdade, podem-se fazer inúmeras críticas à estratégia dos partidos do governo mas estas que se têm destacado parecem provir de burros a pensar que falam para iguais.
A luta política pretende efectivamente a conquista do poder e, para isso, existem várias estratégias. Muitas dessas estratégias são definidas em função dos resultados de sondagens. Isto não tem nada de mais, não tem nada de mal e é uma realidade extensível a todos os partidos.
Dizia-se que a estratégia de Guterres para alcançar o poder foi definida em sótãos e que teve certamente por base sondagens de opinião (como, de resto, toda a sua governação até que a última sondagem lhe revelou o pântano a que tinha conduzido o país, momento em que ele, estrategicamente e tendo em vista um poder futuro, se resolveu pirar). A Sampaio não são estranhos os sótãos e as singulares estratégias de alcançar o poder (a súbita decisão de se atirar à CM de Lisboa é bom exemplo). Que Sampaio ainda hoje liga a sondagens mostra-nos a mui recente História do país.
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