ELEIÇÕES OU NÃO, EIS A QUESTÃO III: Prosseguindo o raciocínio, imagine-se o que poderá suceder numa situação de eleições antecipadas.
Acaso a coligação ganhe as eleições, Sampaio ficará com o odioso de ter interrompido uma legislatura legítima e travado a recuperação económica, com efeitos desastrosos para o país e para nada.
Se ganhar o PS, corre-se o sério risco de não alcançar a maioria absoluta (recorde-se que nunca o conseguiu, mesmo em condições muito mais propícias do que as actuais e com líderes muito mais fortes e incontestados). Sem maioria parlamentar, o país torna-se ingovernável e Jorge Sampaio também não quer ficar recordado por esse facto.
Dir-se-á que o PS poderá talvez alcançar a maioria absoluta em coligação com o Bloco de Esquerda ou com o PCP, mas também ninguém acredita que Sampaio queira ver o seu nome ligado à pavorosa possibilidade de ter aberto à extrema-esquerda as portas do poder.
Um governo socialista apoiado pelos comunistas ou pelos bloquistas (ou ambos) será necessariamente a ruína económica do país e o descrédito total.
Uma coisa é ter-se coligado com o PCP na Câmara de Lisboa; outra, bem diferente, é Sampaio provocar a aflitiva hipótese de termos Carlos Carvalhas no Ministério do Trabalho e Francisco Louçã no da Economia. Jorge Sampaio nunca correria o risco de ficar associado a semelhante desastre e pesadelo, cujas terríveis e nefastas consequências para o país não consigo sequer imaginar.
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