O TRIUNFO DE UMA VISÃO DA EUROPA: A indicação de Durão Barroso para Presidente da Comissão Europeia é um momento alto para Portugal. Assistir à nomeação de um português para o mais alto cargo europeu é um sinal de prestígoio para um país que, ainda não há muitos anos, era olhado pelos seus parceiros europeus como um país pouco sério.
É uma evolução que poderá permitir também ao mundo lusófono uma maior visibilidade enquanto bloco geo-político.
De um ponto de vista europeu, a nomeação de Durão Barroso é a garantia de que o aprofundamento da integração europeia não será feito sob a ideologia de uma Europa construída contra os Estados Unidos, como pretendiam muitos recém-convertidos ao processo da construção europeia. As credenciais atlantistas do nosso primeiro-ministro assim o garantem. Para quem como nós tem defendido a necsssidade da Europa não ser construída contra a América, estes desenvolvimentos são de saudar.
Por último, há uma dimensão de vitória pessoal que não pode deixar de ser registada. Sobretudo porque ocorre contra todas as previsões de analistas, comentadores e intelectuais que, ao longo da carreira política de Durão Barroso, se têm especializado em menosprezá-lo, com claras vantagens para si. É a vitória da tenacidade e determinação de um politico que nunca se deixou abalar pelas certezas alheias.
Deve ser também um momento de reflexão para os que, em muitos sítios (e também aqui neste blogue), baseiam as suas previsões e análises sobretudo em gostos e opiniões pessoais, camuflados sob a capa de elegantes e irónicos discursos que mal disfarçam alguma sobranceria intelectual. Resta o consolo de termos consciência que deste pecado ninguém está livre, a começar por nós.
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