PORTUGAL TABLÓIDE?: Segundo parece, Portugal é o país estrangeiro com mais jornalistas presentes na cobertura do casamento de Filipe de Espanha. As nossas televisões não se cansam de exlorar o assunto até à exaustão, havendo mesmo separadores próprios produzidos para o efeito, ou seja, para introduzir "peças" de alto relevo, como sejam a diversidade dos presentes de casamento, o pasteleiro encarregue do bolo ou os hotéis onde ficam os convidados.
A política editorial televisiva de dar aos portugueses as notícias que eles querem ver - iniciada com a SIC - é hoje uma verdadeira tirania, secundarizando as informações que, de facto, são relevantes para o presente e futuro do país. E, atendendo às audiências, esta fórmula é um sucesso.
Nâo sei se a população ficou assim por causa da televisão tablóide ou se esta apenas nos revelou o país real. O facto é que os telejornais de hoje (exceptuando o canal 2) dedicam 90% da sua duração a expiolhar a intimidade de criminosos e vítimas de crimes sórdidos (et pour cause mediáticos), a explorar os seus aspectos macabros, a rentabilizar o sofrimento de algumas pessoas cujas vidas são um rol de acontecimentos nefastos - incluindo, ou principalmente, pessoas com deficiências físicas e/ou mentais - e ainda a captar todos os ângulos de casamentos ou funerais de gente conhecida, ou mesmo a proporcionar os almejados cinco minutos de fama a qualquer imbecil que se lembre de ter um comportamento tão idiota que suscite a atenção das audiências. Vale tudo.
O problema é que, por um motivo ou por outro, chegámos a um ponto em que a própria população está "tablóidizada", e só uma aposta forte na educação poderá "abanar" esta triste letargia.
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