Mar Salgado

sábado, julho 12:

BULGAKOV: Sempre que vivo uma tarde pardacenta (ou parafraseando Tímon, que lá que parece pardacenta, lá isso parece), atiro-me aos meus russos. Com algum esforço, tenho ao longo dos anos ultrapassado o desprezo com que as editoras portuguesas tratam os menos conhecidos, ou a incompetência com que brindam os nomes sonantes. Andei hoje ás voltas com uma óptima edição do teatro completo de Puhskin, da Flammarion (com a tradução a ser supervisionada por Troubetzkoy), e lembrei-me de um seu admirador, ao que julgo saber não traduzido, nem bem nem mal, cá na paróquia. Trata-se de Mikhail Bulgakov, um personagem deveras extraordinário, médico e morfinómano, que começou por servir nas fileiras do czar e acabou a receber um telefonema de Estaline. Ao contrário de cães como Maiakovsky, Bulgakov nunca cedeu à pátria, e durante grande parte da sua vida não viu uma única obra sua publicada no circuto oficial. Escreveu um ensaio dedicado a Puhskin no ano em que morre, 1940. Curioso é verificar como ambos sofreram da clemência dos tiranos. Pushkin é associado em 1826, pelo chefe da polícia política do czar Nicolau, conde Benkendorf, à revolta dos decembristas,no ano anterior, ligada à morte de Alexandre I. O czar chama-o ao Kremlin e perdoa-lhe, mas será vigiado o resto da vida. Bulgakov passou o mesmo, passou a vida vigiado e a escrever a Estaline, rogando-lhe que o deixasse sair do país: por sorte, morreu antes das grandes purgas. Ambos continuaram no entanto escrever, e a interrogar-se porque é que tudo o que é magnífico no Homem, tem por companhia obrigatória, o sofrimento, o crime e a mentira.
Podendo, voltarei aos russos ( e a Bulgakov), e às inexistências editoriais a eles associadas neste nosso Portugal.
 

posted by FNV on 8:01 da tarde # (0) comments

HEBDOMADÁRIO DE BORDO III - COIMBRA NA BD (2): Para além da espiral do sonho - como entidade que navega através dos séculos e das fronteiras, ora sob, ora sobre a água, reacolhendo-se por vezes no útero original -, o livro de Schréder contém uma premonição sinistra, aliás assinalada pelos organizadores da exposição. A ponte em construção que o Príncipe avista da janela da Biblioteca, destinada a ligar o não-lugar de Coimbra-ilha ao outro lado do rio (e que é, para o Príncipe, a esperança da libertação), é, afinal, uma anamorfose. Ninguém deixará de se lembrar, hoje, do miserendo caso da Ponte Europa. Provavelmente, trata-se apenas, também, de uma anamorfose partilhada por quantos aqui vivem. Como dizia o Filipe, estamos moles. Mas o problema é mais fundo: mesmo que ela não seja uma ilusão de óptica, quem se sentirá desencarcerado pela Ponte Europa?
 

posted by PC on 5:05 da manhã # (0) comments

INTERLÚDIO IMPRESCINDÍVEL: Por indicação da Micha, sempre alerta no topo do gávea (mas o que faz uma mulher, perguntará o leitor, numa nau de marinheiros beberrões? Resposta: entre dois insights, rouba-lhes o vodka), não deixem de ver este blogue (ler primeiro e clicar depois em photographs/groundings). As mais belas naturezas mortas do mundo pequeno. E vale a pena (sem trocadilho) navegar pelo resto do blogue (PS: somos espíritos livres; pode ser necessária parental guidance para quem se choque com a apropriação artística do famigerado 11 de Setembro).
 

posted by PC on 4:11 da manhã # (0) comments

HEBDOMADÁRIO DE BORDO III - COIMBRA NA BD: Estava mortinho por falar disto. Mas só hoje visitei o lugar do crime. Vou tentar arrumar as emoções.
Informação: o Museu de Física da Universidade de Coimbra apresenta a exposição com o nome do título (já comentada num post do Beco das Imagens, que parece estar, de momento, inacessível). O cartaz, da autoria (nada mais, nada menos) de F. Schuiten, pode ver-se aqui. Para além do (mediano) interesse histórico da exposição, com exibição dos álbuns nacionais e estrangeiros que contêm referências a Coimbra, tem interesse especial a parte onde se mostra o processo de elaboração do esplêndido álbum de Étienne Schréder, "Le Secret de Coimbra" (1ª ed. belga, de 1991), já traduzido em várias línguas, entre as quais o português. À volta dela surgiram-me duas ideias:
A espiral do sonho: os responsáveis pela Europália de 1991, onde se exibiram os preciosos instrumentos de física dos sécs. XVIII e XIX pacientemente recuperados pelo Prof. Mário Silva (que Salazar aposentou vergonhosamente, aos 46 anos, por razões políticas, e a quem o PR prestou recente homenagem), pediram a Schréder que desenhasse quadrinhos explicativos para os objectos, de forma a que o (fabuloso) catálogo Mecanismos do Génio não ficasse demasiado pesado com as legendas em várias línguas. A partir daí, Schréder criou uma narrativa histórico-onírica passada na Biblioteca Joanina e nas salas hoje ocupadas pelo Museu de Física, criando não-lugares facilmente reconhecíveis, bem ao jeito das Cidades Obscuras de Schuiten/Peters (cuja genealogia começa nas Città Invisibili de Calvino, que me recuso a reduzir em link, e que geraram o extraordinário As Cidades Visíveis de J. Miguel Lameiras e J. Ramalho Santos). Hoje, esses não-lugares de papel ganham nova natureza ao serem expostos na presença secular e plácida dos objectos fantásticos que os inspiraram. Não deixem de atravessar a passagem secreta por onde entra o Dr. Buisen - essa realidade é real. E a espiral do sonho continua.
 

posted by PC on 3:34 da manhã # (0) comments

sexta-feira, julho 11:

A ALCAIOTA: Percorro em passo estugado a blogosfera e encontro pouco interesse pelas sazonais desovas das suiniculturas no litoral oeste. Mas isto nada é, quando comparado com o demencial silêncio do partido Os Verdes. Também nada do que acontece no Parlamento é para mim comparável à presença da deputada Isabel de Castro. Neste preciso instante deve estar no seu apartamento de Chelas com umas chanatas cor-de-rosa enfiadas nos jarretes e a grelhar umas salsichas da Dilop, enquanto lê qualquer coisita da homónima Isabel Allende, essa perna-fofa chilena. Depois, deve sentar-se num sofá verde e passa em revista, em pensamento (?), as suas intervenções no hemiciclo ao longo do ano. Ele foi discursos sobre o orçamento, sobre as propinas, sobre o nazi Bush, eu sei lá. Mas pergunto-vos blogistas, alguma vez se lembram de ver esta alcaiota falar, televisionar,escrever, sobre Melides, Málcata, Boquilobo, Montesinho? Não, a madame, pendurada no PCP, vale mais do que isso. E o que vale uma alcaiota? Consultem o grande Aquilino e a sua A casa grande de Romarigães.
 

posted by FNV on 9:49 da tarde # (0) comments

6ª FEIRA, FIM DE TARDE: Recomendam-se boas companhias (sempre!), beira-mar ou rio (se possível), o que resta do sol, copos refrescantes e bom som. Para hoje, talvez os The Cinematic Orchestra.
 

posted by Neptuno on 7:03 da tarde # (0) comments

E SE FOSSE AO CONTRÁRIO? (2): Independentemente da condenação dos EUA pela forma como impuseram ao mundo a invasão do Iraque, seria legítimo exigir-lhes um cumprimento escrupuloso no ?plano jurídico-internacional? que, no caso concreto, levaria os EUA a uma situação de refém do anti-americanismo primário francês - evidente no comportamento "contorcionista" que assumiu no Conselho de Segurança?
Da mesma forma que os EUA não respeitaram a ONU - onde ainda impera a lógica dos vencedores da IIª Guerra Mundial + China - também sabemos que, caso o fizessem, estariam a colocar-se nas mãos de outros países cuja única regra é o seu próprio interesse.
Todos desejamos um ordenamento jurídico internacional, respeitado por todos os países e aplicado de forma isenta por órgãos internacionais cuja competência e isenção sejam aceites por todos. O actual (o de sempre) "plano jurídico-internacional", infelizmente, é o plano político dos interesses egoísticos, a cada momento, de cada estado (nem todos democracias) e, obviamente, com prevalência dos estados mais fortes.
Podemos e devemos criticar os EUA pelo que está certo ou errado, mas não à luz de um "plano jurídico-internacional" que... não existe.
 

posted by Neptuno on 6:51 da tarde # (0) comments

EXPLOSIVO: O relatório do Congresso americano sobre o 11 de Setembro anuncia-se como explosivo. A desinformação já começou. Hoje de manhã pelas rádios deste Portugal corria a versão de que a Administração Bush soube do acontecimento antes dele ocorrer. É óbvio que estas interpretações simplistas e de um primarismo anti-Bush confrangedor são completamente disparatadas. Pode ter havido desleixo ou incompetência na forma como se lidou com a intelligence anterior aos atentados (partilhável aliás por republicanos e democratas). Mas a surpresa global que a amplitude do ataque gerou é a melhor prova da ignorância das autoridades americanas.
O Aviz avança com outro dado. A hipótese deste relatório demonstrar cristalinamente a responsabilidade da Arábia Saudita nos atentados (como Israel e a Mossad sempre afirmaram). Caso esta hipótese se confirme, teremos um mini-sismo no sistema de alianças dos americanos no Médio Oriente com implicaçõe imprevísiveis. À cautela, os soldados americanos já foram todos retirados da Arábia Saudita. Daqui a uma semana saberemos.
 

posted by NMP on 5:15 da tarde # (0) comments

APLAUSO: O editorial de hoje do Público é uma excelente peça. Onde se enunciam e elencam os problemas em ser objectivo em momentos de discussão tão extremada como no caso da guerra do Iraque.
Gostava de aplaudir a opção tomada pelo jornal. Sabia-se que grande parte da redacção não concordava com o seu director. A assumpção pública dessas diferenças parece-nos que foi a melhor opção para transmitir aos leitores todas as informações necessárias para descodificar a informação e a opinião.
 

posted by NMP on 5:06 da tarde # (0) comments

E SE FOSSE AO CONTRÁRIO?: Num artigo publicado hoje no FT (via Bloguitica-internacional) sobre o programa de repressão do tráfico de armas ilegais dos EUA, Michael Levi e Michael O'Hanlon escrevem: "if the US knew that a given North Korean ship or aircraft was carrying plutonium outside the country, it would simply stop it, justifying the action as self- defence under Article 51 of the UN charter. Since North Korea has recently threatened to export plutonium, since it has a history of exporting weaponry to nasty customers and since the US has been attacked by a terrorist organisation that has a stated desire for nuclear weapons, the legal and political cases would be solid".
Pese embora o respeito que me merece M. Levi, tenho muitas dúvidas de que o caso fosse assim tão líquido. Até porque não poderíamos deixar de imaginar a aplicação daqueles argumentos ao caso inverso: e se um barco japonês interceptasse uma exportação de material nuclear americano? Ou se um barco iraniano ou soviético tivesse interceptado, durante os conflitos, as exportações de material bélico americano para, respectivamente, o Iraque e o Afeganistão (amigos da altura que se vieram a revelar nasty customers e que estão de novo em vias de merecer a amizade ocidental)? Teriam o mesmo direito de legítima defesa, tornando ilegais quaisquer tentativas de reacção contra a apreensão das armas?
É por isso imprescindível, no plano jurídico-internacional, que o material nuclear norte-coreano seja declarado ilegal pelas Nações Unidas (como, aliás, os autores do artigo recomendam de seguida, embora apenas por razões de "cautela"). Até lá, teremos só mais exibições de força.
 

posted by PC on 1:20 da tarde # (0) comments

TÁXI RAIVA: Antes do mais, este título funciona bem se lido "à Carlos Castro", o que se soará como um "Taxi Driver" proferido por um francês. Não querendo ser trauliteiro e com as devidas desculpas às honrosas excepções da classe profissional, lamento que o governo não tenha aproveitado o anunciado bloqueio dos acessos a Lisboa pelos taxistas para os pôr a todos a "andar na prancha". Para além das motivações de estado que me impelem a escrever este post - a tristeza de ver um governo sucumbir perante a chantagem de uma qualquer classe profissional - devo confessar, envergonhado, que gostava que os taxistas (pelo menos os de Lisboa) apanhassem umas palmadas correctivas e, se possível, duas vezes por dia.
 

posted by Neptuno on 12:57 da tarde # (0) comments

BEST SEASON: Chega a época dos exames e os Marretas ficam em grande forma. É material que nunca mais acaba. Já não sei o que é melhor: se ter professores ou alunos destes.
 

posted by NMP on 12:56 da tarde # (0) comments

RUI RIO PARTE II: Continuando a importunar eventuais leitores, insisto no tema. É sintomático que os primeiros anti-corpos que Rio criou tenham sido segregados precisamente pelo futebol.Um bairro e um clube sintetizam uma coutada do não-lugar político, por isso me divirto com as preocupações acerca da promiscuidade entre estes dois mundos. O lugar da política é o lugar da discussão, é o berço da koinonia politon, a comunidade de cidadãos. Na sua origem grega, a democracia estabeleceu-se contra os privilégios de casta, substituindo o sangue pelo lugar de nascimento, o demos. Mas o recenseamento visava a inclusão dos cidadãos na koinonia, explicando-lhes que não existem ilhas de decisão: a cidade é de todos.
Já sabemos que metecos, escravos e mulheres não faziam parte deste pequeno mundo, mas isso faz parte do aperfeiçoamento instrumental da coisa. O essencial na horda do bairro e da bola é que esta se comporta como um psico-útero que se coloca para lá da comunidade, como se existisse numa outra galáxia: alimenta-se ela própria dos mecanismos de regulação que cria, ingerindo do exterior o que a cada momento lhe convém. A relação da horda com os seus filhos permite ingeri-los, se necessário. Estaline enviava para a Sibéria os seus soldados que libertava dos campos nazis, porque tinham estado expostos à influência da propaganda do Reich, residualmente ocidental. Pode-se trocar de tudo menos de clube, não é?
Voltaremos a este assunto, assim o permita o salgado mar.
 

posted by FNV on 12:29 da tarde # (0) comments

ONDAS ELEITORAIS: Na mesma edição do The Economist, um interessante artigo em torno da influência das questões de segurança e de política externa na política interna americana, em especial nas presidenciais de 2004.
A estratégia pós-11 de Setembro e as intervenções no Afeganistão e Iraque reforçaram internamente a imagem de credibilidade e capacidade de liderança de George W. Bush. Aos poucos esta imagem tem vindo a sofrer de erosão, fruto das incidências imprevisíveis dos acontecimentos na frente externa.
Falta pouco mais de 1 ano para as eleições presidenciais americanas. E a política externa começa a revelar-se como um fardo. Ao contrário do que tradicionalmente acontecia (era uma fonte de popularidade garantida). Winston Churchill perdeu eleições depois de ganhar a guerra. Bush pai teve o mesmo destino. Iremos assitir a um remake do It's the Economy, stupid ! de 1992 ?
Talvez o nosso diplomata da Bloguitica Internacional nos consiga iluminar quanto às relações entre política externa e eleições. Não só em relação à América. Uma pequena pista: em Portugal, no auge do processo de auto-determinação de Timor, num dos raros momentos de unanimidade nacional e de generalizada comoção, o Eng. Guterres falhou a maioria absoluta a que se propunha.
 

posted by NMP on 10:37 da manhã # (0) comments

UNAMERICAN: Unjust and unwise. São as três expressões que o The Economist usa, neste editorial, para classificar o comportamento da Administração americana nos processos judiciais dos presos de Guantanamo. A polémica continua a subir de tom.
 

posted by NMP on 10:19 da manhã # (0) comments

OUTRA GARRAFA DE RUM!: Assegurando o turno da noite ao leme do Mar Salgado, deixo um abraço de boas-vindas ao FNV pela ansiada concretização do seu engajamento nesta nau. Velas novas ao alto!
E a reparação de uma falta: as preocupações de que dei conta nos posts de Guantanamo já tinham sido expressas, em tom semelhante, no Causidicus (post de 14 de Junho). As minhas desculpas ao NS, de cujo blogue (ou blog, como o autor prefere...) me tornei visitante assíduo.
 

posted by PC on 2:55 da manhã # (0) comments

RUI RIO & SÓLON: O futebol é, evidentemente, um dos últimos prostíbulos anti-democratas de Portugal. A lógica da coisa não engana: no FCP só há uma lista eleitoral há vinte anos, o Boavista retomou o pecado do nepotismo (se bem que Valentim não seja bispo, nem João seu sobrinho), no SLB as AG's são vigiadas por controleiros, o primeiro mandato de Dias da Cunha foi ganho por cooptação. Aspectos banais. O fundo demagógico do futebol revela-se nas práticas sociais: horda, líder salvador, inimigo externo, e... horror à autoridade exterior. A democracia, como a primeira cidade, foi feita contra a horda, elegeu o politikon zoon, o animal político, porque a comunidade assenta na distinção do bem e do mal. Isto é impossível na combinação geo-clubística que assenta numa aristocracia popular: o bem é nosso, o mal são os outros.
Um árbitro é vaiado assim que entra em campo, ainda antes de o jogo ter começado. Porque é que qualquer autoridade é assim recebida? Porque qualquer referência exterior é naturalmente inimiga, a semântica elucidando o terreno: se fosse dos nossos, não era árbitro, se o é, é porque é dos outros; se é dos outros, é inimigo.
Rio é dos outros, porque não é dos nossos. Regras e limitações têm de ser geradas a partir da horda, para poderem ser aceites. Sólon, quando questionado sobre se as leis que tinha aplicado eram as melhores possíveis para os Atenienses respondeu: foram as melhores que eles aceitaram.( Plutarco, Greek Lives, Sólon)
A horda não aceita, submete-se.
 

posted by FNV on 2:13 da manhã # (0) comments

OBRIGADO BRASIL: Aproveitando a visita do Presidente Lula, quero agradecer ao Brasil tudo o que de bom tem trazido à minha vida. Nas inesquecíveis, curtas e tremendamente finitas viagens. Nos amigos, música e literatura sempre presentes. E, recentemente no meu caso, também o cinema - "Cidade de Deus" foi dos melhores filmes que vi nos últimos meses. "E o Rio de Janeiro continua lindo..." E, principalmente, os brasileiros, pelo seu "alto astral". Por viverem e não terem a vergonha de serem felizes (obrigado Gonzaguinha). Pela alegria que levaram à longínqua Bragança. Pelo Caetano, bossa em geral e mulheres em particular. Pela ginga: "É isso aí, mermão, em briga de saci não tem pernada..." (obrigado Jabor). Pela "canarinha". Pela caipirinha.
A baía da Guanabara é a segunda casa deste Neptuno. E os brasileiros, como os portugueses, também têm saudades.
Aquele Abraço!
 

posted by Neptuno on 12:50 da manhã # (0) comments

quinta-feira, julho 10:

AUXÍLIO: Solicitámos que alguém nos explicasse o significado da palavra «caramba», proferida por S. Exa. O Presidente da República. Um leitor caridoso (AC) apercebeu-se do nosso estado de necessidade e enviou-nos esta douta comunicação sobre tão enigmática expressão, o que muito agradecemos:

(...) Depois de uma meia horita de busca no Google (o que sempre me diverte), concluí que «caramba» é palavra espanhola. Na origem, deveria ser o adorno feminino das andaluzas, como referido em 3., depois, por ser forma próxima, passou a ser utilizado como eufemismo substitutivo de “carajo” (como em 1.), tanto em Espanha como na América Latina.

Depois, encontrei a ficha reproduzida do Dicionário da Real Academia Espanhola, que confirma isso mesmo. A Internet foi a maior invenção do sec. XX! (...)

1. eufemismo de carajo :

ver

Conversa com Jorge Luis Borges.

No Perú

No México: ¡chinga (Mx). Expresión equivalente a ¡Caray!", ¡Caramba!" o ¡Carajo!".

Também no México: ¡carajo! (De carajo 'pene, miembro viril', que es la fuente de varias exclamaciones eufemísticas como caramba, caray, caracoles.). interj. que denota gran enfado o disgusto.

Na Venezuela: BARAJO! Caramba! Carajo!

2. Palabra muleta em cantares de origen andaluza

3. la caramba era un adorno, especie de moña en lo alto de la cabeza, que puso de moda y a la que dio nombre la famosa tonadillera María Antonia Fernández, "La Caramba", en que aquel Madrid goyesco de la segunda mitad del XVIII, el de Romero, Costillares y Pepe Hillo, y del mismo Jovellanos, que recrea Pan y Toros.

I. Caramba:

Foi a primeira palavra que disse Bart – dos Simpsons.

II. Dicionário da Real Academia Espanhola:

caramba 1.
(Eufem. por carajo).

interj. Denota extrañeza o enfado.

caramba 2.
(Por alus. a la Caramba, sobrenombre de María Antonia Fernández, tonadillera española del siglo XVIII).

f. Moña que llevaban las mujeres sobre la cofia, a fines del siglo XVIII.

caramba 3.
(Quizá de carángano, infl. por caramba 1).

f. pl. u. c. sing. m. C. Rica. Joven, hombre, muchacho. Ese carambas sabe tocar la guitarra muy bien.
 

posted by NMP on 8:25 da tarde # (0) comments

BECKETT & RAUL BRANDÃO: O jornal Público distribuiu na passada semana o Húmus de Raul Brandão, que merece ser confrontado com a edição que a Assírio e Alvim publicou em 2002, de Beckett: O Inominável. Não são propriamente contemporâneos, o irlandês nasceu em 1906, Brandão em 1867, mas isso pouco importa.
O registo é o mesmo: angústia. As fontes, as de sempre: os outros, a vida moderna, o corpo. O pai tirano e a irmã invejosa, o dinheiro que não há ou falta de tempo, o cancro que nos ganha ou a simples celulite. Beckett e Brandão exemplificam bem a ascensão da esfera privada que Arendt vaticinou. Estamos moles.
 

posted by FNV on 7:00 da tarde # (0) comments

O COMBOIO ASCENDENTE: Ao contrário do Aviz, eu adoro Paris. Cidade onde passei alguns dos meus melhores dias. Por isso segui com atenção, inveja e saudade as crónicas que o José Mário Silva foi enviando da cidade-luz.
Mas o Aviz publica um bonito post saudosista dos tempos das viagens no Sud-Express e da intensa actividade de inter-rail. Nunca mais me esqueço que a primeira vez que saí do país sózinho (com 12 anos) foi nesse comboio mítico. Pejado de famílias de emigrantes que voltavam à labuta ou iam visitar os seu familiares ao bidonville. Que transportavam toneladas de bagagens, farnéis de alimentos e recordações das suas terras. Que ocupavam todos os poucos espaços livres nos compartimentos-cama.
Não dormi a noite inteira. Debruçado na janela, ia aos poucos descobrindo outro mundo ao meu alcance. Ao contrário do avião que já havia experimentado, o comboio transformava cada árvore, cada casa, cada paisagem, aldeia ou cidade num momento de revelação, de novidade. Era uma experiência simultaneamente mais realista e mais romântica.
Lembro-me vivamente da paragem em Miranda del Ebro às 4 da manhã. Numa estação onde não havia vivalma. Das outras paragens em Espanha, onde não entrava nem saía ninguém. O que interessava era passar essa imensa terra deserta, da mesma condição que a nossa: de onde se fugia.
Recordo a chegada a Hendaye e a mudança de carris, largando a bitola ibérica, deixando para trás com ela a Europa sub-desenvolvida. O que resultara um século antes de imperativos militares marcava, para mim, o acesso à Europa dos ricos, dos que viviam bem, dos que tinham dinheiro, boas estradas, boas escolas e hospitais, muitos museus, teatros e cinemas, boas casas, bons carros e cidades conservadas e arrumadas. Três anos mais tarde aderimos à CEE.
É por transportar esta viva recordação comigo que, apesar das Constituições Europeias, da PAC e demais engulhos eurocráticos, ainda hoje mantenho uma visão idealista e romântica da Europa.
 

posted by NMP on 6:23 da tarde # (0) comments

COMPLETA: Com os primeiros posts de FNV a equipa do Mar Salgado está completa. Composta pelos velhos lobos do mar NMP e FNV, mais descaídos sobre a direita, e PC sobre a ala esquerda. Acompanham-nos Neptuno (que é bom que comece a rever estes almoços com Baco) e O Velho do Restelo que se mantém misteriosamente silencioso. Comentários e sugestões para lobosdomar@hotmail.com.
 

posted by NMP on 5:30 da tarde # (0) comments

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO: Cumprindo à risca o castigo inerente à falta ao jantar da UBL, completei recentemente a leitura integral da obra de Boaventura Sousa Santos e... finalmente, percebi tudo! Agora sei onde é que o Rosas vai buscar inspiração para as suas crónicas! Senão vejamos:
Há quinze anos atrás, o mundo deparava-se-nos sem homossexuais (ok, um ou dois...) e os políticos eram gente séria e credora da nossa admiração, mesmo aqueles que se encontravam do outro lado da barricada. Hoje em dia, pululam os homossexuais, de tal forma que, em certos estabelecimentos, apetece clamar pelos direitos das maiorias (just kidding) e, paralelamente, não há semana em que não se «descubra a careca» a um político diferente, seja na forma de saco azul, de negócios camarários mal explicados, da sisa, de universidades manhosas ou mesmo de familiares milionários na Suiça a guiar táxis.
Pelo menos temporalmente e no que toca a exposição pública, os políticos corruptos e a homossexualidade andaram pudicamente de mãos dadas nos últimos quinze anos. O fluir dos tempos levou a que hoje, o «outing» homossexual só tenha paralelo nas sucessivas levas de políticos corruptos que os media desmascaram semanalmente.
Eles, políticos corruptos e homossexuais, já existiam mas só agora os descobrimos como movimento de massas.
Será esta apenas mais uma coincidência? Como a semelhança entre a esfinge do Nilo e o Pão de Açúcar ? A prisão do Oswald logo a seguir à morte do JFK ? O desaparecimento da cabeça do autarca de Almodôvar no Instituto de Medicina Legal ? O Tempura japonês e os peixinhos da horta ?
A realidade é sempre mais fértil do que a imaginação. Temei!

P.S.: Prometo não voltar a beber antes do meio-dia.
 

posted by Neptuno on 4:47 da tarde # (0) comments

SECOM: Enquanto os EUA não invadem mais ninguém, e agora que um insidioso Verão ameaça chegar, temos que nos preocupar com as boas e sãs consciências. Claro que há Guantanamo, gulag ou stalag de serviço, mas que diabo, não é suficientemente excitante. Tentarei oferecer um serviço de comiseração permanente (SECOM) para que todos os peixinhos vermelhos a nadar em água benta, vulgo católicos de esquerda, possam chorar à vontade.
Sugiro hoje os 3,3 milhões de mortos directa ou indirectamente resultantes da guerra no antigo Congo belga, números estimados pela ONU e referentes aos últimos três anos. Se pudesse, rezava para que os malvados americanos lá fossem explorar a mandioca. Podia ser que prendessem 10 ou 20 guerrilheiros numa cela sem água quente, o que levaria certamente a Dra. Pintassilgo a ir lá fazer uma vígilia.
Como ensinava o Marquês de Sade, a crueldade não é um vício, é uma virtude.
 

posted by FNV on 3:32 da tarde # (0) comments

CHEGUEI !
 

posted by FNV on 3:16 da tarde # (0) comments

NATION BUILDING (2): A propósito do artigo proposto no post anterior, ver comentários de Paulo Gorjão, no seu blogue Bloguitica Internacional, um excelente espaço de discussão de política internacional e diplomacia. Ali se faz uma oportuna comparação entre o processo iraquiano e o de Timor Leste.
 

posted by NMP on 2:33 da tarde # (0) comments

NATION BUILDING: A ocupação do Iraque entrou numa nova fase. De implementação de medidas para a reorganização da estrutura política e administrativa do país.
Passada a fase de maior pressão em termos de segurança, as forças da coligação parecem estar agora disponíveis para patrocinar a criação de assembleias de iraquianos para a elaboração de uma nova constituição. Para o auxílio ao regresso de iraquianos às suas zonas de origem. O papel da ONU e dos países colaborantes na manutenção da ordem e segurança do país (em que se inclui Portugal) é também fundamental. O sucesso desta missão depende, sobretudo, de os iraquianos adquirirem a noção de que serão eles a definir o seu futuro comum.
Este artigo apresenta um esboço de programa para esta segunda fase de nation-building.
 

posted by NMP on 11:36 da manhã # (0) comments

GUANTANAMO: Voltando, por momentos, à questão do julgamento dos prisioneiros de Guantanamo, divulgamos este artigo. Escrito por uma das conselheiras do U.S. Department of Defence apresenta argumentos a favor dos procedimentos adoptados.
Da sua leitura ressalta a extrema dificuldade da compatibilização entre segurança militar e os direitos fundamentais dos arguidos.
 

posted by NMP on 11:12 da manhã # (0) comments

quarta-feira, julho 9:

NÓS: O Mar Salgado é um blogue generalista. Escrito por uma tripulação de velhos lobos do mar (nomes de todos e biografias de alguns na coluna da direita). Comentários, sugestões e mensagens SOS para lobosdomar@hotmail.com
 

posted by NMP on 8:35 da tarde # (0) comments

RECOMENDO: O álbum de estreia de uma banda portuguesa. Os Loopless fazem um grande som para qualquer ambiente. Uma vocalista fantástica e uma sonoridade entre o hip-hop e o jazz. São uma óptima companhia.
 

posted by NMP on 8:23 da tarde # (0) comments

GOSTEI: de ouvir o Rui Rio, ontem no 2º canal. Gosto de ver um homem sério a defender-se com muita dignidade de todo o tipo de pressões. Pode não ser simpático. Pode até gerir alguns conflitos de forma polémica. Mas faz-me pensar que, por vezes, a Política é nobre.
 

posted by NMP on 8:15 da tarde # (0) comments

METAFÍSICA: Por falar em metafísica, o Presidente da República hoje disse «caramba», quando falava acerca da criação de novos concelhos. Ora, como EPC afirmou hoje no Público que nunca lhe passaria pela cabeça ter um blogue e foi de férias, alguém se importa de me explicar o significado oculto desta expressão. Enfim, iluminar-me sobre toda a semiologia do problema.
 

posted by NMP on 8:11 da tarde # (0) comments

METABLOGUISMO: O Aviz alerta previdentemente contra o perigo do metabloguismo invadir os blogues. De facto, começam a surgir alguns blogues que se especializam em analisar, dissecar, desconstruir e relativizar as discussões dos blogues e o papel deste meio. No problem. Até porque a maior parte deles são bem escritos e afirmam coisas interessantes (como o A Carta Roubada e o Socio(B)logue).
Mas o Aviz faz bem em chamar a atenção para o facto de muito do que é por estes blogues imputado à blogosfera e a outros blogues ser totalmente reversível e aplicável a eles próprios. Já aqui alertámos para o facto das análises sobre este nosso meio, feitas por quem aqui escreve e numa fase em que ainda não se percebe claramente quais os caminhos da blogosfera no futuro próximo, poderem ser precipitadas e pouco objectivas. É que não há um distanciamento sequer mínimo entre sujeito e objecto da análise.
Assim se pode abrir o campo para as (muitas vezes injustas) acusações de tentativa de manipulação. De imposição totalitária da agenda. De orientação dos caminhos futuros da blogosfera. De psicanálise de bolso ou de mera croniqueta social sob o erudito manto de citações atiradas ao desbarato. Eu, pela parte que me toca, não me importo nada que me coloquem num sofá. Mas desconfio da cientificidade de algumas dessas análises.
 

posted by NMP on 8:02 da tarde # (0) comments

A UBL EM GRANDE FORMA: O Valete Fratres, fazendo jus ao seu serviço público e de responsável pelo intelligence da UBL, desmascara mais uma transcrição truncada de declarações de responsáveis norte-americanos. Desta vez a vítima foi Rumsfeld e os autores da brilhante tradução a RTP e a Lusa. Isto faz-me pensar. Se é assim com o inglês, que devemos pensar das traduções de árabe de acontecimentos no Iraque ou na Palestina ? Pelos vistos é indiferente: mesmo que não percebam nada, basta aos jornalistas dar livre curso às suas ideias pré-concebidas sobre um assunto e já está a notícia feita.
O Fumaças publica uma série de interessantes posts sobre a situação dos direitos humanos no Irão. O Picuinhices regressa em grande forma, desmontando uma série de falaciosos argumentos publicados na revista Manifesto.
O Liberdade de Expressão argumenta excelentemente, na mesma linha do que já aqui foi efectuado, sobre o papel dos sindicatos (na sequência de uma discussão entre o Jaquinzinhos - que esteve brilhante - e o Satyricon). Ainda no Liberdade de Expressão importantes considerações sobre a visita a África de George W. Bush e das atitudes dos líderes "progressistas" desse continente.
O De Direita, através de uma comparação entre o Gana e a Coreia do Sul, demonstra cristalinamente que o livre comércio traz muito melhores resultados que a ajuda internacional ao desenvolvimento.
Por último, A Bomba Inteligente respondeu à altura à alfinetada do Abrupto sobre as crónicas de descrição do jantar da UBL. Quem se mete com a Bomba, arrisca-se a apanhar com algum estilhaço.
Enfim, cá vamos atentos e vigilantes.
 

posted by NMP on 7:17 da tarde # (0) comments

MÁRTIRES DA LIBERDADE: A morte das duas siamesas iranianas confronta-nos, de maneira ímpar, com os limites da condição humana. A intensidade da emoção, quando soube da notícia, levou-me a procurar perceber as razões do que sentia. Explico: o bombardeamento diuturno com a desgraça alheia levado a cabo pela comunicação social (e pela TV em particular) cria em nós uma carapaça por camadas, naturalmente destinada a uma dessensibilização defensiva. O mesmo sucede, suponho eu, com os profissionais obrigados a conviver diariamente com a miséria, a tristeza ou a doença dos seus concidadãos. Por isso, aquele tipo de notícias tende cada vez mais a resvalar na nossa indiferença, tanto quanto as discussões sobre o orçamento de Estado ou os sucessos da Volta à França. Tudo fica nivelado no "espectáculo do real".
Daí a minha perplexidade com o súbito nó na garganta que a morte das duas irmãs me provocou. É que estamos, na verdade, perante um evento humano extraordinário. Conhecem-se casos de pessoas que se sujeitam a uma intervenção perigosa para evitar a morte ou para curar uma doença grave, bem como casos de pessoas que arriscam a vida por outras, ou por uma causa. Mas aqui a questão tem uma natureza inteiramente diversa. Desde logo, por se tratar de uma decisão conjunta, tomada por duas pessoas que têm o mesmo exacto problema uma da outra. Depois, porque eram duas pessoas cuja saúde não se encontrava imediatamente em perigo. Em terceiro lugar, porque aquela associação física durava há quase 30 anos. 30 anos de contínua ligação física a outrem. A maior parte dos vínculos sociais (casamento, amizade, sociedade de interesses, por vezes filiação) não dura tanto tempo. E, portanto, a decisão foi romper, com o risco da própria vida, uma associação física que as ligava desde o nascimento, 30 anos atrás - até à sua morte.
Não é fácil imaginar o processo que culminou nessa decisão. Nem como seriam as coisas se apenas uma das irmãs estivesse disposta a assumir aquele risco. Nem são líquidos os contornos jurídicos, morais, éticos e deontológicos de toda a situação. Mas não é isso que me interessa aqui. O que me impele a escrever este post é um sentimento de profundo respeito. Porque se trata da mais radical decisão pela liberdade de que tenho conhecimento. Radical porque extrema, porque limite, mas também porque atinente ao próprio sentido da condição humana. Uma genuína decisão de si, ainda para lá do conceito sartriano de liberdade. Uma reivindicação da restituição do ser-autónomo (ou melhor, como bem me corrigiu a Micha, de ser tout court) suposto pelo estatuto de pessoa.
Decisão radical, pois, que, ironia das coisas, teve que ser tomada - a duas. Porque o meu ser começa e acaba no teu ser. Porque o meu ser depende de eu não depender de ti e o teu ser depende de não dependeres de mim.
Curvo-me respeitosamente perante a decisão das duas siamesas, onde se resume, para lá do drama pessoal, o drama da nossa condição. É por isso que, para lá do mitleiden, os sinos dobram hoje por todos nós.
 

posted by PC on 1:47 da tarde # (0) comments

ANCORA MAMMA MIA!: Seguindo escrupulosamente as pisadas do líder, eis que o Secretário de Estado do Turismo italiano insultou os turistas alemães, os quais rotulou de "...super-nacionalistas que não perdem uma oportunidade de serem desavergonhados e de invadirem com grande alarido as praias italianas..", aconselhando os alemães a submeterem-se a um teste de inteligência.
Abstraindo do plano institucional (onde reina o "politicamente correcto" e, por isso mesmo, estas palavras soam mal), estas declarações podiam ser feitas por qualquer cidadão europeu, no conforto de uma roda de amigos, no cafésinho da sua terrinha. Lembro-me das hordas de italianos que anualmente são despejadas nos países mais próximos, para desespero dos locais que se vêem obrigados a fugir da inerente gritaria e a trancar as mulheres em casa (mesmo as que têm bigode!). E que dizer dos bifes (mal) passados que todos os Verões se apoderam do Algarve? E dos algarvios que anunciam nos restaurantes "we have understands"?!? E os checos de sandália e meia felpuda? E os nossos queridos vizinhos que só sabem falar uma língua (castelhano) e mal? E os povos do Norte da Europa que são sempre tão elogiosos para os povos do Sul?
Esta é a Europa que temos e teremos. É esta que queremos? E não há alternativas?
 

posted by Neptuno on 1:10 da tarde # (0) comments

PONTO DE ENCONTRO (2): Subscrevo as palavras do nosso NMP quanto ao MEC (isto parece o PREC!), referência segura no nosso firmamento, orientando a navegação desde os tempos do Sete, quando "arreava" nos Duran Duran.
 

posted by Neptuno on 12:06 da tarde # (0) comments

PONTO DE ENCONTRO: Ao contrário de grande parte da blogosfera, nós não nos consideramos filhos do MEC. Educar gente como nós deu muito trabalhinho, muita arrelia, muita noite sem dormir, muitos cabelos brancos. Para, por dá cá aquela palha, nos apresentarmos ao Mundo como filhos de alguém que nem sequer conhecemos. A gratidão é muito bonita. E a gratidão filial é, antes de mais, um acto de elementar justiça e de nobreza de carácter. Não deve ser desvalorizada em trocas de piropos mediáticos, mesmo que apenas bloguísticos.
Mas o MEC fez e faz parte das nossas vidas, pelo menos desde o início da nossa adolescência. Primeiro como crítico pop. Que revolucionou a crítica musical. Que divulgou como ninguém em Portugal a new wave. Que nos introduziu por exemplo aos Joy Division. Que fez com que Portugal se abrisse culturalmente e respirasse um pouco da cena de Manchester dos anos 80 (o melhor do que então se fazia no mundo). Ao ver recentemente o imperdível 24 Hour Party People lembrámo-nos dele. Quando, por exemplo, relembramos temas dos Sétima Legião ou revemos a carreira do Pedro Ayres de Magalhães (sobretudo a fase Heróis do Mar) a sua figura tutelar está sempre presente.
Depois aprendemos a segui-lo com religiosa atenção. Primeiro aos sábados de manhã, nas suas crónicas no Expresso. No Independente. Até à experiência delirante que foi a revista Kapa. Nos seus livros de crónicas (confessamos a nossa ignorância quanto ao ficcionista MEC). Nas suas fugazes incursões políticas. Mesmo quando não concordávamos com ele, houve sempre algo que admirámos: a sua frontalidade e originalidade, a ironia inteligente e corrosiva (a sua costela british) e o sentido estético sem concessões. Os seus textos foram sempre marcados pela preocupação de serem bem escritos. Muitas vezes singularmente belos.
O MEC classificou este blogue no seu Pastilhas. Diz ser uma manifestação de "elegante e truculenta inteligência". A suposta elegância impele-nos a agradecer. A dita truculência leva-nos a desconfiar se isto será um elogio - há muito tempo que aprendemos a valorizar mais o carácter do que a inteligência. Mas no fundo isso é irrelevante. Porque fomos arrastados pela memória e pela emoção.
Tínhamos perdido o rasto ao MEC. Encontrámo-lo de novo no mar da blogosfera. Um destes dias ele escreveu que se sente excitado com os blogues. Como já não se sentia desde que tinha trazido para Portugal, clandestinamente, uma demo de um álbum dos Joy Division. E isso enche-nos de alegria. Pura. Adolescente. Para ele, saudações afectuosas e sinceras de velhos lobos do mar. Com um pedido na forma de um poema do Ian Curtis:

Morning seems strange, almost out of place
Searched hard for you and your special ways
These days, these days
Spent all my time, learnt a killers art
Took threats and abuse 'till I'd learned the part
Can you stay for these days?
These days, these days
Used outward deception to get away
Broken heart romance to make it pay
These days, these days
We'll drift through it all, it's the modern age
Take care of it all now these debts are paid
Can you stay for these days?
 

posted by NMP on 11:46 da manhã # (0) comments

terça-feira, julho 8:

JUSTA ABOMINAÇÃO: Seguindo o exemplo do nosso Comandante, aqui está um belíssimo artigo de João César das Neves, cujas ideias me exasperam regularmente. A César o que é de César. Pena não ser sempre assim.
 

posted by PC on 7:16 da tarde # (0) comments

ESTE É O NOSSO FADO: Já por aqui andamos há mais de dois meses. Pretendemos ficar pelo menos outro tanto. Com a equipa reforçada em quantidade e sobretudo em qualidade. Desaparecem aos poucos referências fundadoras da blogosfera. Foi a Coluna Infame, o Bicho Escala Estantes, agora o Blogo. Por nós, como escreveria a Senhora Dona Amália, blogaremos até que os dedos nos doam.
 

posted by NMP on 7:14 da tarde # (0) comments

OBRIGADO E RISCOS DO FUTURO: O Blogo deixou de ser actualizado. Em pouco tempo tinha-se tornado uma referência para a blogosfera e um instrumento fundamental para navegar de forma expedita. O Mar Salgado envia um abraço de sincero agradecimento à Ana e ao Pedro pela qualidade do trabalho desenvolvido (não percebi se o serviço de actualizações no Frescos se vai ou não manter).
Para sabermos das actualizações mais recentes dos blogues portugueses, resta-nos o Bloco de Notas. Por último um novo apontador de blogues surgiu: o PTBloggers. Tem boa arrumação e é bastante útil. Mas há uma função que nos levanta reservas: a possibilidade de se votar e classificar os blogues. É que se até agora parecia haver na blogosfera alguma obsessão com a audiência, corre-se o risco de surgir uma obsessão com a popularidade. Ou seja, gente a escrever para ser popular. Isso seria lamentável.
 

posted by NMP on 7:06 da tarde # (0) comments

LIBERAIS E LIVRES (Nota): É óbvio que, quando mencionei "um anti-americanismo larvar", estava a adjectivar as ideias e não o(s) mensageiro(s). Seria incapaz de insultar a tripulação desta nau, nomeadamente um contra-mestre da qualidade de PC, fundamental para a manutenção do equilíbrio da embarcação.
 

posted by NMP on 6:16 da tarde # (0) comments

LIBERAIS E LIVRES (POR MIM, THE END): Afinal, nem só a esquerda é dogmática e vive à sombra das autoridades. De toda a maneira, folgo em ver que concordamos no essencial, o NMP e eu (e também, segundo creio, o Gabriel Silva, do Cidadão Livre). O que me divide do meu Comandante são apenas os processos de intenção que me move quando escreve "esta posição de PC traduz apenas um anti-americanismo larvar, típico da esquerda europeia. Que se atribui uma coincidência com uma suposta tradição americana de liberdade e uma dissonância com o (neo-)conservadorismo". Será esta a famosa morte do autor, às mãos das palavras que escreve? Ou será que NMP vê larvas anti-americanas, não nas ideias expressas, mas na mão que lhes dá vida? Ou será tão-só um pequeno engulho no confortável vício de definir e arrumar os outros nas gavetas que temos? Seja como for, meto a viola no saco, antes que seja posto a ferros. Ainda assim, aconselho ao meu amigo NMP a compra de um humilde livrinho para as noites de calmaria: chama-se "Welcome to the desert of the real" (um doce a quem identificar a proveniência do título) e foi escrito pelo Sr. Slavoj Zizek depois do 11 de Setembro. Perante as referências citadas pode ser, no mínimo, refrescante. No mais, um abraço a toda a tripulação.
Obrigado ao Rui Curado Silva pela simpática referência à composição heterogénea do Mar Salgado; o artigo do Observer referido no meu post O Gulag de Guantanamo já tinha sido comentado, na véspera, pelo Paulo Gorjão, a quem agradeço o e-mail.
E por mim, agora, The End: fabuloso álbum de homenagem aos Joy Division, excelente para ouvir com uma bejeca na mão no fim do cansaço do dia.
 

posted by PC on 6:10 da tarde # (0) comments

CAMBADA DE PORCOS: Como muito bem refere o Portugal dos Pequeninos, parece que em Portugal os verdadeiros suínos estão à solta. E suspeitamos, ocupam cargos de responsabilidade em algumas unidades industriais e de exploração agrícola. Só nas últimas semanas, houve notícia de descargas que poluíram praias na zona de Leiria e na zona de Melides. Há quem continue a achar que os dejectos das suas actividades devem ser lançados no espaço público. Ora aqui está uma área na qual me parece que não existe apenas um problema de policiamento ou fiscalização. Aumentem-se as penas e o valor pecuniário das multas e deixa de haver incentivo económico para esta javardice. Mão pesada, por favor.
 

posted by NMP on 1:21 da tarde # (0) comments

A MULHER DE CÉSAR: Ao contrário dos restantes deputados que se deslocaram a Sevilha para assistir à final da Taça UEFA, Alberto Martins viu a sua falta ao plenário justificada pelo facto de ter apresentado como motivo da viagem o "trabalho político". Os restantes, que apresentaram como justificação a "ida à final" não se livraram da falta. Ainda que queiramos acreditar que Alberto Martins não gosta de futebol (e, se calhar, nem de Sevilha...) e que, apenas motivos políticos o levaram a fazer a dita viagem, tudo isto nos parece mais uma terrível machadada na credibilidade da nossa classe política, que vê a maioria dos deputados como um bando de inúteis privilegiados. que ainda logram ir à bola ao estrangeiro com falta justificada. Mais grave ainda é a indiferença que já se instalou entre os portugueses relativamente a estas (recorrentes) situações. Na convicção de que a presença daqueles seus representantes no plenário não mudaria coisa nenhuma, não serviria para nada.
 

posted by Neptuno on 1:09 da tarde # (0) comments

PAROQUIAL: Para que não se diga que somos sectários ideologicamente, queremos elogiar o artigo de hoje de Vital Moreira no Público. É uma bem articulada denúncia do triunfo da politiquice paroquial que foi a criação de novos concelhos.
 

posted by NMP on 12:06 da tarde # (0) comments

LIBERAIS E LIVRES (3): Para terminar um esclarecimento. Quando falo de liberalismo refiro-me a uma tradição intelectual com raízes no liberalismo clássico (Adam Smith, Locke, Stuart Mill). Com continuadores no século vinte como Popper e Hayek. Que considera ser a Open Society a melhor alternativa à vida em comunidade do Homem e que deve ser defendida dos seus inimigos. Que tem raízes profundas no mundo anglo-saxónico (EUA e Inglaterra), mas que é menos influente na Europa continental (de tradição mais jacobina e francesa). Que não pode ser reduzida ao anti-comunismo (e já agora ao anti-socialismo) mas que o é assumidamente. E que não é facilmente interpretável pela dicotomia esquerda-direita. Deixo algumas provocadoras citações de Hayek que têm alguma aplicação a esta nossa discussão (na qual o nosso camarada de tripulação PC tem, reconheço, um ponto):

The expression "liberty under the law", which at one time perhaps conveyed the essential point [of a free system] better then any other, has become almost meaningless because both "liberty" and "law" no longer have a clear meaning. And the only term that in the past was widely and correctly understood, namely "liberalism" has, as a supreme but unintended compliment been appropriated by the opponents of this ideal. (da obra «Rules and Order»)

...within a spontaneous order the use of coercion can be justified only where it is necessary to secure the private domain of the individual against interference by others, but that coercion should not be used to interfere in that private sphere where this is not necessary to protect others. Law serves a social order, i.e. the relations between individuals, and actions which affect nobody but the individuals who perform them ought not to be subject to the control of law, however strongly they may be regulated by custom and morals. (da obra «The Mirage of Social Justice»)

...the main difference between the order of society at which classical liberalism aimed and the sort of society into which it is now being transformed is that the former was governed by principles of just individual conduct while the new society is to satisfy the demands for 'social justice' ... the former demanded just action by the individuals while the latter more and more places the duty of justice on authorities with power to command people what to do. (da obra «The Mirage of Social Justice»)

... after a period of ascendancy of conceptions which have made the vision of an Open Society possible, we are relapsing rapidly into the conceptions of the tribal society from which we have been slowly emerging. (da obra «The Mirage of Social Justice»)

The submergence of classical liberalism under the inseparable forces of socialism and nationalism is the consequence of the revival of those tribal sentiments. (da obra «The Mirage of Social Justice»)

The only moral principle which has ever made the growth of an advanced civilization possible was the principle of individual freedom, which means that the individual is guided in his decisions by rules of just conduct and not by specific commands. (da obra «The Political Order of a Free People»)

Ethics is not a matter of choice. We have not designed it and cannot design it. ... The rules which we learn to observe are the result of cultural evolution. (da obra «The Political Order of a Free People»)

Socialist ideas have so deeply penetrated general thought that it is not even only those pseudo-liberals who merely disguise their socialism by the name they have assumed, but also many conservatives who have assumed socialist ideas and language and constantly employ them in the belief that they are an established part of current thought. (da obra «The Political Order of a Free People»)

If our civilization survives, which it will do only if it renounces those [constructivistic rationalist] errors, I believe men will look back on our age as an age of superstition, chiefly connected with the names of Karl Marx and Sigmund Freud. I believe people will discover that the most widely held ideas which dominated the twentieth century, those of a planned economy with a just distribution, a freeing ourselves from repressions and conventional morals, of permissive education as a way to freedom, and the replacement of the market by a rational arrangement of a body with coercive powers, were all based on superstitions in the strict sense of the word ... the twentieth century was certainly an outstanding age of superstition. ... Ironically, these superstitions are largely an effect of our inheritance from the Age of Reason, the great enemy of all that it regarded as superstitions. (da obra «The Political Order of a Free People»)
 

posted by NMP on 11:52 da manhã # (0) comments

LIBERAIS E LIVRES (2): Não existe pela parte que me toca qualquer diferença de fundo relativamente às preocupações de PC expressas no post Gulag de Guantanamo. Já não adiro às imagens exageradas de caracterização da América de hoje. Imagens estas que traem o autor, ao denunciarem uma disfarçada mas perceptível oposição à actual política externa americana.
Como tenho para mim que se a administração fosse democrata, a política externa seria fundamentalmente a mesma (talvez apenas mais desastrada), esta posição de PC traduz apenas um anti-americanismo larvar, típico da esquerda europeia. Que se atribui uma coincidência com uma suposta tradição americana de liberdade e uma dissonância com o (neo-)conservadorismo.
Ora, o meu ponto é que esta subtil mas reveladora distinção é uma atitude errada perante o que está hoje em jogo. Alguém duvida que o 11 de Setembro teria acontecido na mesma se Al Gore fosse presidente ? Que o ódio dos fundamentalistas e terroristas é justamente a uma sociedade que vive em razoável harmonia com estas diferenças de opinião ? E que é esta liberdade que eles visam atingir ?
É óbvio que o tratamento dado aos prisioneiros de Guantanamo deve ser denunciado. E que a máquina militar deve ser controlada. Felizmente que numa democracia como a americana isso é possível, pelo sistema de checks and balances que a caracteriza. Mesmo em situação de guerra.
Eu sei que nós europeus não nos apercebemos, mas é assim que a esmagadora maioria dos americanos se sente. Em guerra. Quanto mais não seja porque têm muita da sua juventude empenhada na defesa do nosso (europeu e americano) modo de vida ocidental.
Nós europeus, entretanto, vamos dando lições de cátedra sobre humanismo. Do alto da nossa sobranceria burguesa e da nossa vidinha pacífica. Sem gastar muito dinheiro em defesa nem em segurança. Tendo assim garantida a paz militar e social europeia. Garantida por quem ? Pelos «selvagens» dos americanos. Alguém falou em «caricatura obscena» ?
 

posted by NMP on 11:05 da manhã # (0) comments

segunda-feira, julho 7:

O GULAG DE GUANTANAMO II: As críticas da ala direita da tripulação do Mar Salgado (NMP e Neptuno) ao meu post , claras e esperáveis, dão voz, ao menos em parte, aos meus mais fundos receios.
Primeiro: não presumi coisa alguma - apenas dei testemunho da minha curiosidade acerca do modo como os auto-intitulados "liberais" reagiriam aos factos. E já tive a resposta: uma certa "compreensão" (Neptuno) porque a América (ainda) "está em guerra" (NMP).
Segundo: confirmam-se as minhas piores expectativas relativamente à grande confusão que reina entre "liberalismo" e "anti-comunismo". Insisto: liberal não pode ser o eufemismo fashionable que designa todo o anti-comunista. Para um liberal, a medida dos direitos não depende de se ser "terrorista" ou "cidadão" temente e respeitador. Para um liberal, o estatuto de "combatente fora-da-lei", como jeito de contornar as garantias individuais dadas pelo direito internacional e pelo direito do próprio país (!), é uma farsa. Por isso falei, não em "caricatura", mas em "caricatura obscena".
Terceiro: é surpreendente que as críticas ao meu post se esforcem por mostrar que o regime democrático ocidental permite liberdades que não seriam consentidas em Cabul, Bagdad ou Teerão! Essas afirmações são irrelevantes para o problema, que se centra no seguinte: os processos de Guantanamo correm o risco de ser o mais grave atentado aos direitos individuais perpetrado por uma democracia ocidental depois da guerra e devem ser, por isso, inequivocamente condenados. Deveria ser óbvio que não desejo os standards de direitos daqueles países - desejo apenas o respeito pelas garantias que criámos para nós próprios, numa história escrita com sangue. Aqui, creio que NMP converge, ao concluir que o sacrifício da justiça seria uma vitória dos terroristas - de todos os terroristas.
Quarto e último: como alguém disse a outro propósito, ninguém tem um diploma de democrata (nem, acrescento eu, de liberal); nem esse é um emblema que se exiba no peito - é um exercício de todos os dias. E é nestes momentos-limite (garantir os direitos dos inimigos dos direitos) que é bom saber de que lado estamos. Sem ambiguidades.
 

posted by PC on 7:51 da tarde # (0) comments

SINDICATOS E SEUS REFÉNS: Há uns tempos divulgámos este artigo do Economist sobre o novo papel do movimento sindical. Pois agora foi a vez de o maior sindicato do Mundo (o alemão IG Metall) comprovar a cada vez menor influência sindical nos dias de hoje. As pressões da globalização, a necessidade do aumento da produtividade e a tendência dos próprios para representarem cada vez menos gente colocam os sindicatos em posição díficil.
Numa Alemanha que precisa deseperadamente de reformas na fiscalidade e no mundo laboral, Schroeder agradece esta greve suicida. Esperemos que tenha a coragem de levar o seu ímpeto reformista até ao fim (começará por um choque fiscal).
Esta sucessão de acontecimentos reforça esta dúvida: conseguirão os partidos socialistas, social democratas e trabalhistas, que têm nos sindicatos uma grande fonte de recrutamento e de influência social, levar a cabo reformas liberalizadoras ? Ou estarão inexoravelmente amarrados a compromissos com o status quo laboral, através das suas ligações com os sindicatos ? Tony Blair teve de superar a influência dos sindicatos no Partido Trabalhista para criar um programa de governo credível. Schroeder só agora (ao fim de quase seis anos de governo) avança com um programa de reformas, após este acto suicida dos sindicatos. Por cá, muitos socialistas sabem e estão conscientes que o programa reformista do governo é imprescindível. Mas como os sindicatos não deixam ou não querem, eles seriam incapazes de o fazer avançar. São reféns políticos.
 

posted by NMP on 6:48 da tarde # (0) comments

GUANTANAMO: Presumir que todos os liberais se revêm integralmente na política da administração americana - presunção submarina que se infere do post do marujo PC - é tão errado como presumir que todas as pessoas de esquerda pactuam, ou pactuaram, com as atrocidades dos regimes comunistas. De qualquer modo, tal como já foi referido neste blog pelo navegador NMP e para além das suas restantes reflexões, a América está em guerra desde o 11 de Setembro. E, mesmo que isso não justifique ou suscite a nossa aprovação para o iminente "julgamento", pelo menos ajuda a compreender. E esse "julgamento" será objecto de aprovação ou contestação, em liberdade, pela sociedade americana e poderá influenciar posteriores sufrágios (sobre a manipulação dos media, falaremos noutra altura).
Como mero exercício de reflexão, pergunto como é que os portugueses gostariam que fossem tratados presumíveis autores de atentados no nosso país, causadores de milhares de mortos (lembrem-se os recentes clamores pela pena de morte para os pedófilos!)? E, sendo Portugal a potência bélica nº1, como reagiríamos se a "comunidade internacional" (i.e., França, Líbia, China, Bulgária, etc.) nos tentasse impôr as suas regras?
 

posted by Neptuno on 5:36 da tarde # (0) comments

AVISO: Ao incauto que chegou a esta página através de uma entrada no Google com o texto "mamudas". Apesar de por vezes não parecer, este não é o blogue da Pamela Anderson.
 

posted by NMP on 4:36 da tarde # (0) comments

LIBERAIS E LIVRES: É por estas e por outras que é óptimo ter um blogger no Mar Salgado que pensa de maneira diferente da nossa. O post Gulag de Guantanamo de PC chama a atenção para uma situação grave. A guerra ao terrorismo não pode ser posta em causa por atropelamentos aos direitos fundamentais dos suspeitos de serem membros da Al-Qaeda. Neste processo joga-se mais do que o destino de suspeitos de terrorismo global. Está em causa a afirmação da diferença de comportamentos entre as democracias liberais e ocidentais e os regimes totalitários e fundamentalistas.
E uma primeira diferença é imediatamente perceptível. O facto de haver cada vez mais gente na América e na Europa a chamar a atenção para estes exageros, sem ser incomodada, é algo a que devemos dar valor. Em Cabul ou Bagdad qualquer atitude comparável seria punida severamente.
A América está em guerra desde o 11 de Setembro. Por muito que a esquerda europeia não se tenha apercebido. A primeira vítima das guerras é a verdade. Esperemos que não seja a justiça. Seria já uma vitória dos terroristas. A preocupação existente (desde sempre expressa pelo governo americano) de compatibilização entre liberdade individual e segurança em clima de guerra é outra diferença a favor das democracias liberais.
A simples possibilidade de existência destas discussões e destes gritos de alarme provam a superioridade moral e política das democracias liberais. A capacidade de influência das opiniões públicas certamente contribuirá para moderar ou evitar os desmandos incontroláveis da máquina militar. Isto seria totalmente impossível por exemplo no Afeganistão ou no Iraque de Saddam. Devemos, pois, saudar estas vozes de alerta e celebrarmos a liberdade que lhes permite exprimirem-se.
Muitas destas vozes ouvem-se nos países mais activos em operações militares. Como o Herald Tribune, o The Economist ou o The Observer. Pelo que concluir, a este propósito, que a América se transformou numa caricatura de si própria é um pouco exagerado e panfletário. Tão exagerado e panfletário quanto afirmar que as hostes anti-guerra no Iraque e Afeganistão são constítuidas por caricaturas do Marechal Pétain ou de Chamberlain (Neville).
 

posted by NMP on 4:27 da tarde # (0) comments

O GULAG DE GUANTANAMO: Vai começar brevemente o julgamento dos prisioneiros detidos pelas forças americanas na base de Guantanamo (ver artigo de opinião no Heraldonline). Se os acusados fossem cidadãos americanos num qualquer país do terceiro mundo, as condições em que o processo decorrerá seriam porventura suficientes para justificar, perante a opinião pública americana, uma intervenção militar destinada a impedi-lo. E são, seguramente, justificação bastante para que qualquer país civilizado recuse extraditar uma pessoa procurada por estes tribunais, por não estar garantido um fair-trial: inaplicabilidade das Convenções de Genebra; incomunicabilidade dos prisioneiros durante a investigação e negação do direito a assistência por advogado; procuradores que já se pronunciaram publicamente sobre a culpa dos arguidos; julgamento "tanto quanto possível" público (para os restantes militares da base, supõe-se); decisão dos recursos pelo secretário da Defesa; ah, e a possibilidade de aplicação da pena de morte. Aliás, o problema da extradição raramente se porá, porque os serviços secretos americanos retomaram a sua tradição de sequestrar ilegalmente os suspeitos nos países onde se encontram.
O Observer já começou a preocupar-se com a sorte dos dois cidadãos britânicos implicados ("A grave injustice"). Por cá, ainda não vi manifestações de repúdio, nem do PR, nem do Governo Português, nem da Ordem dos Advogados, nem do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, nem da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, nem da chamada "sociedade civil" (embora já tenham merecido referências de alguns blogues, a mais completa das quais no causidicus).
Pois bem. Num momento em que tantos blogues se auto-proclamam "liberais", estou curioso por ver quanto do genuíno liberalismo (protecção das liberdades individuais contra o arbítrio do Estado) lhes corre nas veias. A mim, pessoalmente, dói-me assistir à cínica transformação da América numa caricatura obscena de si própria. E, parafraseando Orwell, é preciso reconhecermos esta verdade - ainda que o Bloco de Esquerda diga o mesmo.
 

posted by PC on 1:44 da tarde # (0) comments

KITANO NA TV!: Durante esta semana, encontro diário às 24 horas com a RTP 2. 5 filmes 5 de Takeshi Kitano. Só para quem gosta do sashimi realmente cru.
 

posted by PC on 2:45 da manhã # (0) comments

domingo, julho 6:

EMPECILHO: Para lá dos efeitos que tem nas economias internas da União Euroepia, a Política Agrícola Comum tem-se revelado um verdadeiro empecilho ao desenvolvimento de novas rondas de liberalização do comércio mundial. Este artigo ilustra algumas das questões que terão de ser resolvidas para que as negociações na Organização Mundial do Comércio sejam bem sucedidas.
 

posted by NMP on 8:01 da tarde # (0) comments

VISÃO DO FUTURO: Nas primárias do Partido Democrata um candidato parece vir a destacar-se: Howard Dean. Dean é antigo governador do Vermont, um dos mais progressistas estados norte-amricanos. Ele próprio é um WASP (White Anglo-saxon Protestant) da Costa Leste. E representa a ala esquerdista do Partido (entre outras coisas foi contra a guerra no Iraque). O que em politiquês americano significa que o homem não tem qualquer hipótese de ganhar - JFK foi o último presidente americano vindo desta área dos EUA e os americanos têm escolhido ultimamente políticos moderados (ou seja mais centristas). A enorme influência eleitoral do Sul e do Midwest condicionam o sucesso de candidatos da Costa Leste. Que têm normalmente uma imagem snobbish e pouco simpática para a chamada América profunda.
Segundo este artigo de Lúcia Guimarães (do Manhattan Connection) a súbita e inesperada popularidade de Howard Dean em muito resulta da enorme influência que os blogues têm na vida americana. É fascinante e simultaneamente assustador.
 

posted by NMP on 7:38 da tarde # (0) comments

A SEGUIR: Discussão entre o Abrupto, Aviz, Terras do Nunca e Liberdade de Expressão a propósito da edição ou não edição do material publicado nos blogues. E da relação da blogosfera com o jornalismo tradicional.
 

posted by NMP on 7:18 da tarde # (0) comments

BOM SOM: Tinha baixas expectativas para o concerto da Bjork. Sempre achei a senhora demasiado artificial e fria para ser uma boa live performer. Estava enganado. O concerto de ontem no Meco foi excelente. Com a ajuda da pirotecnia e do impacto visual do show, a ideia de que a senhora era um bloco de gelo foi completamente desfeita. Entregou-se totalmente à função e cumpriu com distinção.
Quanto à estrela da noite, três palavras bastam para descrever o concerto de Moby: simpatia, talento e classe.
 

posted by NMP on 6:58 da tarde # (0) comments

PEDIDO DE CLEMÊNCIA: O De Direita avisa-nos que a pena por termos faltado ao jantar da UBL é a leitura integral das obras de Boaventura Sousa Santos. Já não bastava estarmos aqui roidinhos de inveja. Termos as costas em sangue das vergastadas que nos auto-infligimos. Vamos agora ser torturados com linguagem como esta. Pedimos clemência, por favor.
 

posted by NMP on 6:45 da tarde # (0) comments

COMBATE DAS TREVAS: O Público noticia aqui que se está hoje a desenrolar um concurso de hackers. Talvez não tenha nada que ver com isso, mas surgiu por trás do template deste blogue uma imagem que não foi introduzida pelo administrador. Os ficheiros de arquivos também ficaram um pouco marados. Estamos a tentar emendar e estancar a situação. É uma luta inglória e irritante. Não há nada pior do que combater inimigos anónimos e incógnitos. E que ainda por cima são bem mais competentes nesta guerra do que nós.
 

posted by NMP on 6:32 da tarde # (0) comments


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