CORREIO DOS LEITORES: Do nosso leitor Sr. Oliveira da Figueira, recebemos um texto com pedido de publicação, de que retiramos o seguinte excerto:
"(...) Começa a tornar-se bastante incomodativo passear pelos canais de televisão e deparar invariavelmente com a deputada Ana Gomes. De início pensei que fosse uma daquelas irritantes avarias que nos fazem deitar fora os aparelhos e adquirir uns novos mas, dada a insistência, apercebi-me que a senhora andava mesmo numa roda-viva, de canal em canal, a dar entrevistas.
Quando consegui baixar o volume para um nível em que aquela voz estridente fosse minimamente perceptível (embora tivesse deixado de ouvir as perguntas e intervenções da jornalista, a quem a entrevistada tratava intimamente por “ó pá”), percebi que discorria sobre o que entendia ser ou deveria ser a justiça. A sua, naturalmente.
Para Ana Gomes, a justiça deve existir, mas só se for a sua. E a sua não permite que se acusem os seus amigos ou, pelo menos, o Dr. Paulo Pedroso (deve haver mais dois ou três, certamente, mas não os nomeou). A sua justiça deve investigar tudo, “doa a quem doer”, e até condenar os culpados, desde que não se belisque o seu amigo Paulo Pedroso.
A justiça de Ana Gomes deve ainda investigar todos os dislates publicados nos jornais (imaginamos nós que os dela também; vai seguramente ser preciso aumentar os efectivos do MP), interrompendo as todas as outras investigações que de momento ocorram, principalmente se forem sobre Paulo Pedroso.
O Notícias da Tunísia refere-se ao assunto da pedofilia? Mande-se para lá a Maria José Morgado. Há um jornal em Paris que aflora o assunto? Mande-se o próprio Souto Moura investigar.
O que não pode acontecer, na sua concepção de justiça, é que se investigue ou acuse o seu amigo Paulo Pedroso, mesmo depois de aturado e prolongado inquérito (olha se era amiga também do Vale Azevedo...).
Confesso que, do ponto de vista de Paulo Pedroso, um programa eleitoral deste tipo para a área da justiça parece convidativo; interessante mesmo. Resta saber se a restante população portuguesa pensará o mesmo".
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