PODE? A coisa pega-se, como uma ideia infecciosa: agora foi Pedro Lomba, do Flôr de Obsessão, que anunciou a sua retirada da blogosfera. Em termos mais distintos, o que é bom, pois uma cultura que sabe chegar, cheia de olá-aqui-estou-eu, mas que não sabe partir, com os seus só-agora-é-que-me-elogiam, é uma cultura do desperdício.
Será inevitável a despedida e o regresso, o eterno retorno, que aliás Lomba anuncia. Porque temos sempre esta necessidade de dizer que voltaremos? Em parte porque adeus é uma palavra definitiva, que na verdade nunca é pronunciada por quem nos deixa para sempre. Por isso, quando a dizemos, apetece-nos um tempo de correcção (o qual, o que na verdade nos deixou, nunca teve). Vou mas volto, que é como quem diz, acredita em mim tanto quanto me desminto.
É sempre Primo Levi, Haftling tatuado no braço esquerdo, que solto, por águas destas. Em Auschwitz, a caminho da ravina ou da camâra de gás, dizia-se sempre até logo. Dramatizo? Mas não é toda a despedida uma farsa, elemento essencial à tragédia? Não arranjam sempre, os que nos deixaram, horas impróprias para regressar?
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