ESTÉTICA E POLÍTICA (4): Viver num tempo mais livre permitiu que surgissem mais oportunidades de expressão artística e cultural que não são necessariamente manifestos políticos. A profusão de géneros de música, de literatura, pintura e, sobretudo, o mais fácil acesso implicou, na minha opinião, uma separação entre estas duas opções. Procurar música de «direita» e música de «esquerda» é um exercício complexo (a Coluna Infame já o tentou, comprovando esta dificuldade), como tentar encontrar motivações políticas em todas as manifestações do génio humano hoje é espúrio. Achar que recomendar a audição de A ou a leitura de B é uma atitude política é não perceber esta realidade de hoje.
Isto é o resultado da sedimentação acumulada da nossa experiência colectiva, do voluntarismo dos anos sessenta e seu posterior desencanto, dos excessos da Revolução e do usofruto quotidiano da Liberdade em toda a sua plenitude. Como sintoma de uma sociedade mais livre e mais liberal, é bom sinal. Façam o favor de ser livres e de não viverem obcecados com a Política.
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